Passamos o dia em Shinjuku, uma área super moderna que concentra muitos prédios corporativos e também muitas “casas de diversão” que vão das máquinas caça-níquel a shows de meninas desinibidas. O dia estava lindo, mas estava ventando absurdamente – toda vez que a gente colocava a câmera no tripé pra tirar uma foto, tínhamos que ancorar o tripé com as nossas bolsas pra não sair voando.
Saímos na estação de metrô Shinjuku, depois de experimentarmos o metrô de Tóquio em um dia de semana – lotado, com o pessoal empurrando pra entrar e sair – e fomos andando pela parte leste. Saindo da estação já demos logo de cara com os prédios enormes com letreiros maiores ainda: bem na frente da saída que escolhemos estava o prédio Studio Alta, que tem um telão gigante. Fomos até o Teatro Koma, passando pelas ruazinhas cheias de vitrines estranhas com fotos de garotas e sex shops, e fomos parar no templo Hanazono, templo xintoísta bem bonito construído no século 17, com cerejeiras lindas na entrada. Estava vazio, mas na hora que fui tirar uma foto de dentro do templo aparece um religioso do nada pra dizer que não podia fotografar (e eu já tinha tirado umas fotos antes).
Fomos andando pelas ruas cheias de letreiros enormes e coloridos até a Takashimaya, uma loja de departamentos gigantesca, mas que divide o espaço com a Tokyu Hands, que é uma loja que tem tudo para casa. Ficamos lá passeando por entre os apetrechos domésticos japoneses, a seção de papelaria mereceu minha atenção especial: ah se tivesse uma loja assim nos meus tempos de faculdade de design…centenas de papéis maravilhosos, embalados um a um; canetas de todos os tipos, um estojo de hidrocor só com cores de tons de pele; caderninhos lindos de rascunho, pastas de todos os tamanhos; adorei. Na parte de coisas para casa, as luminárias de madeira me fizeram ficar pensando de que jeito eu podia levar uma dessas pra casa.
Como já era uma da tarde, lá fomos nós para o subsolo pra comprar comida e levar pro parque ali perto e fazer um picnic embaixo das cerejeiras. Gabe escolheu vários tipos de yakitori (os espetinhos grelhados) e eu fui de sashimi. De sobremesa, morangos frescos. Chegando a Shinjuku Gyoen ficamos surpresos com a quantidade de gente no parque em plena segunda-feira, estava lotado! Não seria um problema se não fosse pelo vento, que estava ainda mais forte e jogando grama e terra em todo mundo. Minha roupa estava coberta de grama em poucos minutos, não sei como o pessoal estava comendo nessa situação. Entramos no restaurante simplezinho do parque e na maior cara-de-pau fizemos o nosso picnic ali mesmo. A garçonete fingiu que não viu…
Depois de comer fomos andar pelo parque, que é bem grande e estava lindo demais com as cerejeiras imensas cobertas de flores. Foi legal observar o pessoal fazendo picnic também – grupos de todas as idades, senhoras de kimono, homens de terno, famílias com crianças, jovens, todo mundo curtindo essa tradição de primavera. E cada vez que batia o vento (e a cada poucos minutos o vento vinha com tudo novamente), a gente via um monte de gente correndo atrás de alguma coisa: chapéus, jornais, a lona onde eles sentam pro picnic, potes vazios de comida, uma confusão danada, mas ninguém parecia se importar muito.
Ah, tenho que comentar aqui que os japoneses usam muito seus telefones com câmera, na frente de cada cerejeira sempre tinha um monte de gente de celular em punho fotografando as flores de perto e enviando logo depois com uma mensagem. Eles estão sempre teclando alguma coisa no celular, principalmente no metrô, porque é falta de educação falar no telefone no metrô. Você olha em volta e está todo mundo com o celular na mão teclando alguma mensagem.
Do parque fomos para a parte oeste, onde ficam os prédios corporativos, mas não achei muita graça e nem ficamos muito tempo ali. Voltamos para a área da estação e ficamos passeando pelas lojas de eletrônicos, completamente cobertas de cartazes coloridos e propagandas das marcas. Entramos na Bic Câmera e Yodobashi Câmera, a Bic tem 4 andares e a Yodobashi tem 8! Vimos montes de computadores bacanas, câmeras, videogames (tinha uma pilha de Xbox 360 custando menos de 400 dólares, coisa que ainda não vi nos EUA, onde ainda é difícil achar o Xbox, quanto mais por esse preço). Os preços de eletrônicos por aqui são similares aos preços nos EUA, a maioria das coisas que vi era um pouco mais cara. Batemos perna fuçando os eletrônicos até umas 18h e paramos num café para descansar os pés, que hoje ganharam algumas bolhas bem doloridas.
Quando saímos do café e já não tinha mais luz natural, vimos Shinjuku iluminada pelas centenas de neons coloridos nos prédios, as pessoas saindo do trabalho que nem formiguinhas, a cada vez que o sinal fechava uma multidão atravessava a rua. Seguimos com eles para o metrô, de volta ao hotel para tirar a poeira do corpo e ir jantar. Acabamos tirando a poeira e ficando por aqui mesmo, de pés para cima, literalmente.
Tem mais fotos originais no Flickr.
Todos os posts da viagem:
1o dia: Konnichiwa (boa tarde / bom dia)! (Tóquio)
2o dia: Adolescentes, cerejeiras e o guarda-chuva de 250 dólares (Tóquio)
3o dia: Segure o seu chapéu, jornal, picnic… (Tóquio)
4o dia: Isso é Tóquio
5o dia: Muita chuva em Tóquio
6o dia: It’s a small world after all (Disney Tóquio)
7o dia: Nikko, os italianos e os bêbados
8o dia: A caminho de Kyoto | Sayonara Tóquio!
9o dia: Kyoto, cidade das geishas
10o dia: Miyako Odori, uma tradição deslumbrante (Kyoto)
11o dia: Templos até debaixo d’água (da chuva) (Kyoto/Inaue)
12o dia: Nara e seus 1300 anos de história
13o dia: O castelo samurai de Himeji
14o dia: Takayama Matsuri, festival de primavera (mas que frio!) (Takayama)
15o dia: Shirakawa-go, uma vila que parou no tempo
16o dia: Takayama e muita confusão
17o dia: O final da saga
Ingrid Littmann says
Restaurantes e comida em geral também é cara? Parece que vocês estão curtindo bastante.
O que é extremamente caro e o que se pode comprar sem pestanejar?
Os japoneses são recatados ? Aqueles comidas que se vendem no Brasil como: pasteis se encontra por ai??ou isso é uma invenção a La Brasileira?
beijs
Angelica says
Oi Luciana,
Esta sendo otimo fazer a viagem “junto” com vcs…rsss… o seu blog é mesmo otimo!!
Vamos aguardar as novas fotos…deu até vontade de conhecer o Japão pessoalmente tambem 🙂
Um beijão e divirtam-se
Slavador says
sobre os Xbox 360… aki no japao, eles nao vendem muito. como eh da microsoft, ela foca mais em jogos a gosto americano, que eh o que japones menos gosta. Por isso eles vendem pouco….. eu jah encontrei Xbox(original) por 50 dolares….
e eu recomendo tambem, comer num Ramenya(macarrao japones), mas os das barraquinhas na rua mesmo, sao os melhores Ramenya, alem de serem bem baratos, cerca de 600 yens…..
Marcia Kawabe says
Se vocês estiverem interessados em produtos eletrônicos o melhor lugar e preço para se comprar sem dúvida é o Akihabara. E lá ainda tem algumas lojas que se você apresentar o passaporte, o imposto (acho que os 3%) não são cobrados. É só você se informar.
Estão lindas as fotos. E não sabia desse templo do yoyogi park. ótima dica pra quem sabe uma próxima visita 🙂
jhennifer says
oi lu!! aproveita que esta no japão tira umas fotos suas vestida com esses kimonos essas roupas devem ficar lindas em vc,e coloca no seu blog…lu os pijamas ai no japao
devem ser lindos e as meias tambem,eu adoro essas coisas.
abraços
Daniella says
Que viagem maravilhosa 🙂
rosilande says
Oi Lu!!Como disse a Angelica está sendo maravilhoso viajar junto com vocês…Eu que nunca pensei em visitar o Japão, já estou começando a mudar de idéia. Pelo jeito os japoneses também são fãs das cerejeiras, como nós, realmente são lindas. Beijos.
leticia says
adorei a expressão “shows de meninas desinibidas” hehehe
obrigada pelo relato da viagem, estou curtindo muito ler