Hoje comparecemos ao caucus Democrata e votamos no Obama, que venceu aqui em Washington e nos outros estados que votaram hoje também.
O caucus é uma preliminar de bairro para escolher os participantes que vão representar os candidatos na próxima convenção do partido. Esses participantes são os delegados. A convenção nacional, que conta com delegados de todos os estados, e que vai oficialmente decidir quem será o candidato, só acontecerá em agosto.
Chegamos lá atrasados – começou uma hora da tarde e quando chegamos, 13h30, eles estavam fechando a votação. Corremos e fomos os penúltimos a assinar. Você chega, vai até a mesa onde tem um mapa da sua cidade e localiza a sua rua. Aí vê o nome da sua área (a nossa rua fica na área que eles chamam de “Hilltop”) e vai até o grupo de pessoas dessa área. Eles te dão uma folha onde você coloca seu nome, endereço, assina e coloca o nome do candidato (é aberto mesmo, não é secreto). O moderador do grupo então conta os votos, anuncia para todos o resultado e abre o debate para que as pessoas defendam seus candidatos. Cada um vai lá e fala (se quiser) por que está votando naquela pessoa. Depois que todo mundo que quer falar dá a sua opinião, o moderador então pergunta ao grupo se tem alguém que quer alterar o seu voto. As pessoas que querem mudar o voto fazem a alteração e uma nova contagem acontece. O moderador lê o resultado e então faz o cálculo de quantos delegados cada candidato tem direto (cada delegado representa um número de pessoas). No nosso grupo de moradores de Hilltop, foram 45 votos para Obama e 8 para Hillary, o que proporcionalmente ao número de delegados que a nossa área tem direito resultou em 5 delegados para Obama e 1 para Hillary. O moderador pergunta quem gostaria de ser um delegado, as pessoas colocam o nome em uma lista e então votamos nos delegados. Essas pessoas vão nos representar nas próximas convenções. Na escola onde a gente votou algumas centenas de pessoas se espremiam em um ginásio.
Foi interessante ouvir as diversas razões pelas quais as pessoas escolheram um candidato ou o outro. Por exemplo, um professor de segundo grau deu a sua perspectiva em educação – mostrando como o que o Obama defende em termos de compensação e distribuição de recursos é mais justo do que fazem hoje em dia; outra pessoa trouxe informações sobre economia da época do governo Clinton, que foi uma era de crescimento para o país. Um rapaz lembrou que a Hillary votou a favor da guerra no Iraque e que recentemente declarou que não se arrependia de ter votado a favor. Uma senhora fez questão de apontar que o Obama tem menos experiência do que a Hillary. Enfim, foi interessante ouvir todas as opiniões. O lugar comum: ninguém aguenta mais a turma do Bush no governo.
Maria says
Interessantíssimo como é feito aí, Lu. Mas não pude deixar de achar um pouco trabalhoso esse processo todo… Ufa, fiquei exausta só de ler!
nicholas frota says
tu viu o video do lawrence lessig explicando pq ele prefere obama a hillary, neh?
imperdivel: http://lessig.blip.tv/#653496
Claudia Beatriz says
Lu, interessante saber como eh, com alguem la.. 🙂
Estou aqui acompanhando essas eleicoes bem atenta..
ainda nao voto, mas o maridao sim… aqui na virginia vao ser primarias, na terca.
beijos pra ti
lala says
Nossa, achei interessante a forma como acontece aí.
Fico imaginando, se fosse no Brasil, como seria? rs rs
Luciana Misura says
Mary, tambem acho super trabalhoso, mas sabe que eu nao conheco o processo de definicao de um candidato no Brasil tao a fundo pra dizer se e tao diferente assim?
Nicholas, vi sim, adorei esse video!
Claudia, engracado que aqui tem o caucus e primarias, so que o resultado das primarias nao vale nada (pro partido Democrata). Tenho ate que explicar isso…beijos!
lala, como falei pra Mary, eu nunca fui a convencao de partido no Brasil pra saber se e tao diferente assim…