A Luciana Betenson fez um post de museus com crianças muito legal, e eu me animei de escrever um post com as minhas dicas de museus com crianças também. A gente tenta sempre levar a Julia a museus em viagem e fazer com que ela se interesse pelo que vê. Como ela é pequena ainda, aqui vão algumas das estratégias que já usei no passado:
Julia no Museu de História Natural em NY, 2008
Eric no Museum of Flight em Seattle, 2012
Quando bebê (antes de 1 ano): levava no carrinho com brinquedinhos de prontidão, se ela estivesse acordada de bom humor mostrava o que quer que fosse bem colorido, grande e/ou contrastante. Por exemplo, fósseis de dinossauros no Museu de História Natural em NY ou telas bem grandes e coloridas. Claro que nessa idade eles não prestam muita atenção a nada por muito tempo e não sabemos o quanto entendem do que estão vendo, então é mais um programa pros pais aproveitarem com uma criança que ainda não reclama que quer ir pra outro lugar. Uma boa pedida pra aumentar o tempo no museu é levar durante o horário do soninho (se o seu bebê dorme no carrinho, claro). Então o bebê vê um pouco do museu, dorme no carrinho e os pais vêem o resto por mais um tempo. Acho que todos os museus que a gente já visitou tinha trocador para bebês em algum dos banheiros (nos EUA e Europa).
Julia no Detroit Institute of Arts (DIA), 2009
Depois de 1 ano, antes dos 3: a gente inventava brincadeiras do tipo – vamos procurar quadros que mostrem crianças ou bichos. Vamos contar quantas (insira qualquer coisa que tenha chamado a atenção da criança) tem nesse museu ou nessa sala. Qual o quadro ou obra você gostou mais nessa sala? Vamos procurar quais quadros ou obras de arte tem a cor (peça pra criança escolher uma cor). Quando ela já estava com quase 3 anos eu comecei a chamar a atenção dela pra como os quadros foram pintados também: “olha quanta tinta aqui nesse lugar” ou “olha, esse quadro tem pontinhos, veja de pertinho” ou “esse foi pintado com pincel e esse com giz”, que eram referências que ela já tinha de pintar com seus próprios pincéis ou giz de cera. Também comecei a chamar a atenção dela pros quadros muito grandes: “como será que esse moço (ou moça) pintou um quadro tão grande? subiu numa escada? colocou o papel ou tela no chão? colou os pedaços?”. Nessa idade uma pausa pra um lanchinho também é uma boa pedida, e como ela ainda dormia no carrinho, dava pra gente ficar passeando mais tempo.
Julia no British Museum em Londres, 2010
Depois dos 3 anos: além de tudo que já fazíamos antes, passamos a deixá-la fotografar tudo o que ela gostava mais dentro do museu. Ela podia usar o iphone pra tirar fotos das coisas que gostava, e achou isso o máximo. Vi num blog outro dia uma dica de levar papel e giz de cera pras crianças desenharem as suas obras de arte também, e pras crianças maiorzinhas, incentivar a desenhar o que vê, como os estudantes de desenho muitas vezes fazem. Inclua uma pausa pra um lanchinho, e um dos pais pode ficar com a criança enquanto o outro explora mais um pouco. Eu ainda não fiz, mas quero fazer um álbum com as fotos preferidas dela tiradas por ela pra ir adicionando depois de cada viagem.
Julia no SFMOMA em San Francisco, 2010
Julia no Pompidou em Paris, 2011
Tipo de museu: Uma coisa que descobrimos foi que a Julia curte muito mais museus de Arte Moderna, porque normalmente eles tem instalações e objetos que podem ser tocados, alguns tem movimento ou som, então esses museus atraem mais a atenção dela.
Julia na California Academy of Science em San Francisco, 2010
E nos EUA e na Europa os museus de ciência (Science Center) e museus das crianças (Children’s Museums) normalmente são super interativos, pensados mesmo pra atender crianças de várias idades.
Julia no Museu de Crianças de Austin, 2012
Crie o hábito: Outra coisa que ajuda é levar as crianças desde pequenas a museus na sua própria cidade, pra elas irem acostumando com o programa, como devem se comportar, e assim você também dá um apoio ao seu museu local. Nós nos tornamos membros do nosso Museu de Crianças de Austin e levamos a outros museus em Michigan quando visitamos a família do Gabe por lá, onde meus sogros são membros.
Julia no Museu das Crianças de Chicago, em 2012
Tempo: como a Lu falou, na minha experiência também concordo que museu com criança pequena realmente não dura mais do que 2-3 horas a visita, a não ser que elas durmam no carrinho.
Prepare a criança: A Claudia me lembrou bem: mostre livros de arte e vídeos pro seu filho que ajudem na preparação da visita. Por exemplo: os ótimos Van Gogh and the Sunflowers ou The Magical Garden of Claude Monet dos quais já falei aqui, ou esses ótimos livros de artes para crianças: The Art Book for Children, The Art Book for Children, Book Two, 13 Artists Children Should Know, 13 Paintings Children Should Know e 13 Sculptures Children Should Know.
E vocês, tem alguma estratégia pra levar os seus filhos a museus ou fazer com que eles gostem de frequentá-los?
Leia os meus outros posts em Viajando com Crianças.
isabella says
Levar levar e levar sempre. Só assim se adquire o habito e prazer pelo passeio. Acostumamos a Estela desde bebê, era o nosso passeio nos finais de semana. Sinto que com a Cecilia será tranquilo também. Quando o David chegou tivemos que fazer uma pausa já que qualquer tipo de transição e mudança de ambiente era sempre muito traumático. Somente agora estamos notando melhora e voltando a freqüentar museus e outros lugares públicos.
Luciana Misura says
Com certeza, criar o hábito é super importante. Espero que vocês consigam voltar a frequentar agora que o Davi está mais tranquilo! A gente tem que levar mais a Julia, tem que colocar no calendário mesmo pra não esquecer.
Claudia says
Luciana,
Muito legais suas dicas, vou adotá-las! Como eu pinto, as crianças aqui tem muito contato com a pintura. E eu adoro fazer experimentos com elas, tipo misturar cores, brincar com estruturas. Minha filha gosta tanto que neste ano pediu que sua festa de aniversário seja uma workshop de pintura. Eu aconselho a comprar tintas acrílicas do que usar aquelas tintas de criança. Se a pessoa tiver jardim, é perfeito, porque dá para se espalhar mais e nao tem perigo de sujar nada. A criança que pinta com acrílico logo cedo desenvolve muito mais interesse pela pintura e nao se frusta pintando. Acredito que dessa forma, desenvolve logo o interesse pelas artes. Nós folheamos muitos livros de artes juntos, comparamos as pinturas e fazemos uma análise parecida com que você descreveu. Eu até gostaria de ir mais a museus, mas como as crianças aqui de casa sao muito elétricas, a gente acaba preferindo algum programa com mais movimento. Mesmo assim vamos, por umas duas horinhas, eles aguentam!
Luciana Misura says
Claudia, muito legal! Falando em festa com tema de workshop de pintura, olha essa festa aqui com tema Galeria de Arte: http://onecharmingparty.com/category/art-gallery-party/
Obrigada pela sugestão das tintas acrílicas, não sabia que era mais fácil. A Julia usa aquarelas pra brincar, mas sei que pintar com aquarela é complicado, com que idade você recomenda começar com as tintas acrílicas?
Mãe Mochileira,Filho Malinha says
Olá! Adoro museus,e por sorte o Enzo tb! Mas claro que tem museus que conquistam de cara as crianças, e outros não..rs.. Não dá mesmo para querer que a criança fique feito uma estatua contemplando por exemplo uma coleção rara de pratos e não fique entediada e irritada..Criança é criança,n tem jeito!!Os museos interativos pra mim são a melhor invenção do milenio,rsss..ainda bem que é uma tendencia que vem crescendo cada vez mais!!
Bjs,adorei o post!!! 😀
Bom fds!!!
Luciana Misura says
Com certeza, os museus interativos estão com tudo. Mas eu acho que as organizações que gerenciam museus de arte mais tradicionais poderiam incluir atividades pras crianças, né?
Flavia says
Levo a Victoria aos museus de Londres desde que ela tinha 3 meses de idade, ela adora, mas eh a mesma coisa, ela tem seus favoritos e sao geralmente os mais interativos. Algumas semanas atras a levamos na National Gallery e ela nao gostou muito nao, ficou cansada, mesmo eu fazendo a mesma coisa com ela, contando os barcos, vendo os tipos de pintura, etc. Nao teve jeito. Acho que temos que ser paciente, eu acho que soh de estarem expostas a museus, pinturas, technologia, cultura em geral jah eh algo muito especial para qq crianca. Obrigada pelas dicas de video e livros.
Luciana Misura says
Flavia, realmente, não adianta forçar a barra, se não está curtindo melhor terminar a visita antes de virar um problemão. Nessas horas normalmente a gente apela pra um lanchinho onde o Gabe fica com a Julia pra eu poder ver mais um pouquinho do museu antes de irmos embora.
Daisy Couto says
Luciana,
Que legal esse post. Adorei as dicas, principalmente a de fotografar, nunca tinha pensado nisso antes. Em Houston, no Museum Fine Arts, tem uns kits voltados para crianças se entreterem durante sua permanência no museu. Vc que conhece vários museus nos EUA, isso é comum? esses kits? Achei a idéia muito legal desse museu. Os meus meninos adoraram desenhar as obras. Abraços
Luciana Misura says
Oi Daisy, não é comum não, tem alguns museus que fazem umas brincadeiras de “caça ao tesouro” com obras espalhadas pelo museu, mas a maioria não tem material desse tipo. O que eles fazem é programação de atividades para crianças no museu, mas aí tem dias e horários específicos, não é tão prático!
Daisy Couto says
Luciana, obrigada!!! Legal!! Vou sempre me informar quando for nos museus sobre o que oferecem voltado para as crianças. Abraços