Passamos esta segunda-feira de sol perfeita em uma das atrações turísticas e históricas mais bacanas da área metropolitana de Detroit, Michigan: Greenfield Village. Já falei algumas vezes desse lugar interessantíssimo aqui no blog mas nunca tinha colocado fotos e detalhes das nossas visitas, até porque todas as vezes que fomos anteriormente foram pra eventos específicos e ficamos pouco tempo. Então hoje finalmente coloco aqui as fotos e escrevo mais sobre esse museu a céu aberto que merece a visita de todo mundo que gosta de história, é uma verdadeira volta ao passado.
Greenfield Village foi criada por Henry Ford (o fundador da Ford e o “pai” da linha de montagem moderna) nos anos 20, para preservar casas e prédios importantes para a história americana. No auge de sua fortuna e poder, Henry Ford comprou um terreno gigantesco em Dearborn, Michigan (cidade vizinha a Detroit) e começou uma “coleção” de prédios – foi comprando o laboratório de Thomas Edison (aquele mesmo, o inventor da luz elétrica), a casa de Webster (onde ele escreveu o primeiro dicionário Webster), a loja e oficina dos irmãos Wright (que disputam o título de inventores do avião com um monte de gente, mas são reconhecidos oficialmente nos EUA), a casa da fazenda da família Firestone (dos pneus), o tribunal onde Abraham Lincoln trabalhou, entre outros. O que ele fez com essas casas e prédios? Transportou um a um para Greenfield Village, construindo uma verdadeira mini-cidade histórica, e abriu para visitação.
E ele foi além: fez a cidade funcionar de verdade, e até hoje o pessoal que trabalha ali se veste com roupas de época e desempenha as tarefas como os antigos proprietários da casa ou prédio onde trabalham – na fazenda Firestone eles cuidam das plantações (tem milho, trigo, parreiras, entre outras), das galinhas, da casa, cozinham no forno a lenha de verdade (estavam fazendo uma sopa pro almoço e tocaram o sino pra chamar todo mundo que trabalha na fazenda pra comer quando ficou pronta), tudo funciona. Os visitantes assistem a tudo, e até podem participar de algumas tarefas do cotidiano, como lavar e estender as roupas no varal. Uma oficina gigantesca cuida de locomotivas e trens históricos, um deles ainda funciona e circula pela cidade, você pode fazer um passeio.
Em outras oficinas, artesãos de vidro trabalham na sua frente, soprando o vidro da maneira tradicional, fazendo demonstrações. Na oficina de cerâmica você observa os artesãos modelando e pintando as peças. Uma tecelagem tem várias máquinas de tear em exposição e ao pedir uma demonstração fui prontamente atendida pela senhora que estava lá explicando como as máquinas funcionavam. Uma loja linda vende trabalhos em vidro, madeira, tecido, cerâmica feitos no local e de outros estúdios pelo país.
O almoço foi uma experiência à parte: a Eagle Tavern é o prédio autêntico de uma taverna do século 19 (por volta de 1850), com menu típico da época, e decoração idem. Não tem luz elétrica, só candelabros. As bebidas seguem a mesma linha e as cervejas são produzidas no local. A comida foi gostosinha, comi uma torta de frango que estava razoável, precisava de mais tempero na minha opinião. A minha mãe comeu a mesma coisa e achou sem sal. As entradas estavam melhores que os pratos principais (uns bolinhos e pãeszinhos deliciosos, acompanhados por uma salada de feijão branco e legumes em conserva), meu pai e meu sogro comeram um prato de truta com aspargos e batata e gostaram bastante, assim como a minha sogra que pediu uma torta de aspargos. Minha mãe e minha sogra pediram uma torta de ruibarbo de sobremesa para dividir, mas acabou que a minha mãe achou super azeda e não aguentou comer, enquanto a minha sogra achou super doce e não comeu, haha. Acabou que o meu sogro comeu e falou que estava “no ponto” pra ele. Realmente gosto não se discute! Curiosidade: eles tinham uma torta de vinagre, que era típica da época, pena que eu odeio vinagre e ninguém do grupo quis experimentar. Se o Gabe tivesse ido com a gente certamente ele teria provado (ele adora vinagre). Mas enfim, foi um almoço interessante e gostosinho, a comida pelo menos é melhor do que a do restaurante moderno que fica ao lado (onde comemos da outra vez), e vale pela experiência única.
Depois do almoço fizemos um passeio de charrete, uma das várias que circulam (lentamente!) pela cidade. Tem também um Ford ônibus super antigo e raro que você pode pegar, mas não andamos nele.
Henry Ford moveu a casa onde nasceu e cresceu para Greenfield Village e até morou nela por um tempo, dentro da cidade. Era comum encontrá-lo passeando por Greenfield Village e conversando com alguns dos proprietários que se mudaram junto com seus prédios. A primeira fábrica da Ford também foi transferida para o local e vários carros – Modelo T, Modelo A e alguns outros estão a disposição dos visitantes para um passeio. Eu andei em um Modelo A de 1927 e um Modelo T de 1914, incrível que esses carros ainda estejam funcionando! Os motoristas vão dirigindo e falando do carro e da cidade, fiquei chocada que eles dirigem todos os dias 8 horas por dia, fantástico que esses carrinhos aguentem tanto.
Um carrossel de madeira que vai fazer 100 anos ano que vem ainda está em operação, com seus bichos fantásticos que valem meio milhão de dólares cada um, todos muito bem pintados e decorados. Um órgão toca a música enquanto o carrossel funciona. Julia se animou pra ir mas quando o funcionário disse que eu teria que ficar em pé ao lado dela, ela desistiu e não teve jeito de convencê-la a ir com a gente. Acabamos indo eu, minha sogra e meu sogro, e como estava vazio, acho que o cara deixou a gente rodando por um bom tempo a mais (deu pra cansar de rodar).
Uma passadinha na loja e oficina dos irmãos Wright, com um modelo do primeiro avião que eles voaram em 1903.
E depois os laboratórios de Thomas Edison, direto de Nova Jersey.
Uma joalheria de Detroit. Curiosidade: Henry Ford adorava brincar com relógios, ver como eles funcionavam, e ficou amigo do dono dessa joalheria porque sempre ia lá comprar peças. Quando montou Greenfield Village, fez uma oferta para transportar a loja para este local, e segundo o funcionário que trabalha lá, tem um cantinho onde Henry Ford passava horas e horas desmontando e montando relógios.
Passamos rapidinho numa loja de chapéus, que foi trazida de Detroit, porque já estava tudo fechando. Vimos os carros antigos saindo para a garagem no final do dia. Passamos na frente da casa de H.J. Heinz, criador do ketchup mais famoso dos EUA, que foi trazida da Pennsylvania. Curiosidade: seu primeiro produto foi Horseradish (um condimento de raiz forte). E por último demos uma olhada no estábulo onde ficam os cavalos das charretes.
Com o trem apitando e se despedindo, fomos caminhando para a saída. Acho que vimos a metade do lugar, temos que voltar pra ver o resto com certeza. Enquanto isso, de volta para o futuro 😉
Informações úteis: os ingressos atualmente custam $24 dólares para adulto, $17.50 para crianças de 5-12 anos, grátis para crianças até 4 anos. Idosos pagam $22 (62 anos pra cima). Você pode adicionar ao ingresso uma opção de passeios ilimitados que inclui o trem, charretes, carros antigos e carrossel por $14 por pessoa. Greenfield Village abre diariamente de meados de abril até o início de novembro, das 9:30 AM – 5 PM. Em meses frios a cidade abre somente alguns dias e fecha no alto inverno, confira datas certinhas aqui. Vários eventos históricos são realizados durante o ano, em certos feriados como Memorial Day e Natal, então fique de olho no calendário. Você encontra um mapa da vila interativo aqui.
O departamento de Relações Públicas do complexo Henry Ford gentilmente cedeu os ingressos para a nossa visita e ofereceu o almoço na Eagle Tavern.
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Outros posts para ler antes da sua viagem para Detroit:
A falência de Detroit: se eu não soubesse, não teria percebido
Viajando para Detroit, Michigan
Aeroporto de Detroit: o que fazer durante uma conexão e como chegar à cidade
Hotéis em Detroit: onde ficar
Restaurantes em Detroit e arredores
Compras em Detroit, Michigan
O que fazer em Detroit e arredores
Passeio por downtown Detroit – a pé ou usando o People Mover
Passeando no Detroit Riverfront
Midtown Detroit, a área dos museus
Motown Museum – um tour pelos sucessos da música negra que cruzaram a fronteira racial
Detroit Institute of Arts – um dos melhores museus enciclopédicos dos EUA
Visitando o Detroit Zoo
Um dia em Greenfield Village
Ford Rouge Factory Tour, visitando a fábrica histórica da Ford
Auto Show de Detroit – NAIAS
Jogo de futebol americano no Ford Field em Detroit
Jogo de Baseball no Comerica Park em Detroit
Jogo de Basquete da NBA no Palace de Auburn Hills
Passeio a Belle Isle
Viajando de trem Amtrak nos EUA – de Detroit a Chicago (com crianças!)
Luciano says
Muito legal. O que e mais gostei quando visitei foi o laboratório do Thomas Edison 🙂
Luciana Misura says
Também gostei bastante, mas o passeio nos carrinhos antigos pra mim foi o melhor 🙂
Dr Tanil says
Ola, e Parabens pelo passeio adorei pois sou socio do Clube do Fordinho do Brasil e possuo e faço passeios com meu Fordinho 1928.
Permita uma correçao.”….vc estava andando num Ford modelo T e não A que teve sua produçao iniciada em 1928….portanto se faz necessario correção do titulo de sua postagem de A para T
Desculpe mas os carros são muito diferentes Modelo T e
Modelo A….. Vc estava num modelo T 1914 a 1916 e outros que vi passar são desta decada
Parabens adorei
Dr Tanil….. Visite meu blog
Dr Tanil says
Gostaria de publicar seu video se vc me permitir.
Com creditos a vc claro
Portanto preciso seu nome completo e endereço do seu blog
Muito obrigado
olt.medico@ig.com.br