Semana passada participei pela primeira vez de uma International Fair (Feira Internacional) na escola da Julia. Essa feira se repete todos os anos e é uma oportunidade para apresentar diversos países para as crianças. A Associação de Pais da escola pede aos voluntários para escolherem um país (normalmente os voluntários escolhem seus países de origem) e então os grupos de cada país preparam cartazes, apresentações e alguma comida típica para apresentar pros alunos nos dois dias de feira (na maioria das escolas que tem essa feira, ela costuma ser um dia só, na escola da Julia eles resolveram dividir em dois dias pra não ficar muito corrido).
Esse ano foram 20 países representados, e eu me juntei a três outras mães brasileiras no estande do Brasil. Elas tem filhos mais velhos e já organizam essa apresentação há 4 anos. O Brasil ficou marcado pro segundo dia, e elas já tinham bastante material – eu fiz uns posters novos pra ter alguma coisa diferente pra esse ano. Nós montamos tudo na sala de música da escola, eles emprestaram um projetor pra nossa apresentação, colocamos os cartazes nas mesas, com objetos brasileiros como livros infantis em português, amostras de pedras semi-preciosas, amostras de dinheiro, bijuterias feitas de sementes, fitinhas do Bonfim, lata de guaraná, garrafa de suco de caju, tinha um pouco de tudo. Muitas bandeiras do Brasil, claro, e na saída, distribuímos balas de coco, que foram um sucesso.
As crianças vem com a sua turma e professora, e dependendo da série, elas tem que anotar coisas que aprenderam sobre o país como parte de um trabalho de pesquisa. A escola distribui um “passaporte” de papel com páginas pra cada país que as crianças vão “visitar” e a gente carimba os passaportes quando elas estão saindo depois da apresentação. E aí elas anotam tudo o que “descobriram” na página do país. As crianças mais velhas ficam fazendo um monte de perguntas e anotando tudo que você fala, é muito engraçado.
Quando as crianças entravam na sala a gente ia mostrando as fotos dos cartazes e os objetos nas mesas. As coisas que fizeram mais sucesso: as fotos do boto cor-de-rosa da Amazônia, da fruta do guaraná, o dinheiro “colorido”, as pedras semi-preciosas.
Depois de uns minutinhos a gente pedia pra criançada sentar pra começar a apresentação, que tinha a bandeira brasileira, mapas mostrando o Brasil no mundo e na América do Sul, uma série de fotos mostrando várias cidades, pessoas, comida, esportes, e a gente ia comentando cada foto. A foto do caju é sempre motivo de muitos “ooohhhsss” porque eles aqui comem a castanha de caju mas nunca viram a fruta na vida, então quando a gente mostra a foto durante a apresentação ninguém nunca tem nem ideia do que seja isso, e quando a gente explica que é uma fruta e de onde vem a castanha eles sempre ficam espantados. As fotos dos bichos, como a onça pintada, o tamanduá bandeira, o mico leão dourado, piranhas, uma sucuri gigante na Amazônia, também sempre arrancam exclamações – é uma sequência de “ooohhhs” e “wowwwss”. E tivemos uma bela ajuda do filme “Rio”, que praticamente todas as crianças tinham visto e toda vez que apareciam fotos do Rio mostrando o Pão de Açúcar, o Cristo, ou o Carnaval, as crianças reconheciam logo: “que nem no filme!”.
E como o futebol é um esporte MUITO popular com as crianças americanas, todas elas vibravam com a foto da Seleção Brasileira, e quando a gente falava que a Copa do Mundo ano que vem será no Brasil. Todos eles conhecem a “FIFA World Cup” e falavam logo “yeah!!” “cool”. Engraçado como o futebol pode ser tão popular quando eles são pequenos e depois que crescem não dão a menor bola 😉
Encerrando a apresentação a gente ensinava as crianças a falar “oi”, “obrigado” e “tchau”, e dava as balas de coco na saída. E quando as crianças brasileiras apareciam (tem umas 8 crianças brasileiras contando com a Julia, em séries diferentes) a gente pedia pra elas falarem as palavras primeiro (e a maioria das crianças das turmas das crianças brasileiras já sabia falar oi e tchau, haha).
Enfim, foi muito legal, as crianças realmente curtiram muito, ano que vem estarei lá de novo. Dei uma passadinha rápida em alguns dos outros países (México, Holanda, Itália, mas nem vi os outros) que também estavam bacaninhas, com roupas típicas e tudo. Como a gente não tem necessariamente uma “roupa típica” brasileira que não seja muito regional, acabamos combinando de ir com camisa do Brasil mesmo.
Cynara says
Que legal Luciana, essa experiência ficará gravada na memória de Júlia com certeza. Além de morar fora do Brasil divulgar o país na escola não é pra todo mundo. Parabéns.
Luciana Misura says
Brigada Cynara! Foi uma experiência mesmo legal e vou repetir ainda por muitos anos!
Ana Paula says
Luciana,
Adorei esse post. Essa do caju foi boa! ‘E uma fruta tao bonita ne!!??
Bacana demais essa feira.
Bjs
Luciana Misura says
Brigada! Eu AMO caju, é uma das frutas que eu sinto saudade morando aqui, passei minha infância comendo caju direto do cajueiro no quintal do meu avô!
Leonardo Araújo says
Sensacional, Lu! Muito bacana o post, a feira da escola e o estande que vocês fizeram para o Brasil. Deve ser legal pra criançada descobrir um País completamente diferente dessa forma. Bacana mesmo!
Bjs
Luciana Misura says
Brigada! Foi muito legal ver as crianças perguntando, pegando as coisas que a gente levou, fazendo ooooh na apresentação 🙂
Alverson de Souza says
O caju nunca falha, é sempre uma novidade e surpresa. Parabéns pelo trabalho.
Luciana Misura says
Hehe com certeza, há quase 11 anos que estou aqui e as pessoas sempre se espantam! Brigada!
Andreza Trivillin says
Ai, que graça! Adorei!
Juro que fiquei emocionada vendo isso, pois é muito bacana mostrar nosso país lá (aí) fora!
DEMAIS!!!
Luciana Misura says
Sim, as crianças estavam bem empolgadas e interessadas, foi muito legal 🙂
Tati says
Nossa que massa!
Luciana Misura says
Foi bem legal 🙂
Juliana says
Oi Lu
Adorei o seu post internacional e lembrei de um site que vi sobre cafeh da manha, se vc ainda viu eh bem interessante http://blog.hostelbookers.com/travel/best-breakfast/
Vc que jah passou por tantos paises eh verdade mesmo o que o blog postou?
Bj e boa semana.
Luciana Misura says
Quem me dera ter ido a todos esses países 🙂 Dos que eu conheço só do México e da República Dominicana eu estranhei, não vi esses pratos no café-da-manhã, mas também não temos como saber se são regionalismos (tipo tapioca no café-da-manhã no Nordeste, que não tem no Rio).
Elisabeth says
Olá! É a primeira vez que passo aqui e adorei o texto!!! Vim através da newsletter que vc divulgou no twitter.
Achei graça com a história do caju e acabei de fazer o teste com o meu marido – que é francês – e batata! Ele fez o “ohhhhhh – sério?!” e depois mil perguntas sobre “como assim o caju desse tamanho só produz UMA castanha? Então um pacotinho de castanha tem todos esses cajus?” Voilà!
Obrigada por compartilhar suas experiências! ;D