O trigésimo sexto post da série Por que viajar com crianças? é com a Ana Paula Calabresi do blog Colorida Vida (facebook | pinterest | instagram).
Fala, Ana Paula:
Sou carioca e moro em Vancouver, no Canadá, com meu marido e duas filhas, uma carioquinha de 9 anos e uma canadense de 4. Sempre viajei muito com minha família quando era solteira. Depois de casada, viajávamos sempre que podíamos, inclusive depois das crianças e inevitavelmente depois que nos mudamos para o Canadá, em 2007. Aliás, foi numa viagem de férias à costa oeste do Canadá em 2005 que eu e meu marido nos encantamos por Vancouver e resolvemos viver aqui. No meu blog, o Colorida Vida, eu escrevo sobre nossa vida de expatriados e muitas outras coisas, incluindo viagens. Brinco com o marido que meu emprego dos sonhos seria viajar o mundo contando nossas aventuras. Sabe daqueles programas de globetrotters? Ó, se tem alguma editora aí querendo patrocinar esse livro, eu topo o desafio, viu? 😉
1) Por que viajar com filhos?
Quando mudamos para o Canadá, a minha filha tinha menos de 3 anos. Eu não tinha coragem de viajar sem ela antes disso. Depois de mudar é que não dava pra viajar sem filho mesmo, né? E não que a gente tivesse considerado viajar sem as filhotas. Pra gente é muito óbvio, quando pinta uma chance de viajar, é claro que vai todo mundo junto. Viajar com crianças tem seus contratempos, mas não tem preço poder proporcionar a elas a chance de conhecer outros lugares e culturas. Apesar de curtir muito viajar em família, confesso que sonho com o dia em que vou fazer uma viagem a sós com o marido, o que nunca fizemos desde que nos tornamos pais. Mas isso é outro papo.
2) Como foi a primeira viagem com as crianças?
Quando a Laura tinha 2 meses fomos pra São Paulo de carro. Viagem curta pra ir no casamento do sobrinho do meu marido. Apenas um fim-de-semana, mas foi super marcante pra mim porque não sabia como funcionava esquema de hotel com bebês. Acabou que ela dormiu na cama com a gente mesmo. Na hora do banho, eu fiquei super enrolada com a pia, e resolvi que ia dar banho no chuveiro mesmo. Entrei no chuveiro pro meu banho, e o meu marido me deu a neném. Depois dessa viagem, praticamente dei tchauzinho pra banheira de bebê, até mesmo em casa. Era sempre no chuveiro comigo. A gente fica com medo do sabão, do bebê escorregar, mas com jeitinho dá pra fazer. É super prático também. Depois ele pegava a Laura com a toalha e enxugava enquanto eu saia do banho.
A primeira viagem internacional da Laura foi com 6 meses, pra Washington DC. Eu tinha acabado de voltar de licença maternidade no trabalho e eles me mandaram pra lá pra participar de um workshop de 1 semana da empresa. A minha condição era levar a filhota, que ainda amamentava. Levei minha irmã a tiracolo pra cuidar da Laura enquanto eu trabalhava. Nessa viagem nasceu o primeiro dentinho dela. 🙂 Nessa viagem eu descobri que aquele moisés de avião não funciona pra nada. Eu tinha que deixá-lo no chão. Deixei o moisés pra lá e fiquei com a criança no colo durante todo o vôo.
Já Alice viajou com menos de 2 meses para o Rio, pra conhecer a família. Viagem longa, de quase 24 horas desde colocar o pé pra fora de casa até chegar na casa dos meus pais no dia seguinte. Voar com bebês pequenos é super tranquilo. Alice dormiu praticamente o vôo todo, não teve problema de pressão no ouvido. A gente que chega quebrado no destino, mas para a criança parece ser super tranquilo.
3) Qual foi a viagem mais legal da família?
Difícil essa pergunta, hein? Bem, vou escolher a nossa viagem de férias em 2011, para a Califórnia. Encontramos com meus pais e minha irmã em Los Angeles. Passamos uns dias na Disneyland (claro!), mas fomos também a San Diego, cidadezinha super charmosa, que me surpreendeu positivamente. A Laura ficou animadíssima com a Disneyland e achei que foi uma boa opção começar essa maratona de parques de diversão com um parque menor que a Disney de Orlando. O bom dessa viagem foi que meus pais também foram. Eles nos visitam com certa frequência, mas é sempre durante o ano letivo ou quando estamos trabalhando. Ou seja, quase não temos tempo de nos curtir direito. Dessa vez foi legal porque estávamos todos de férias. As meninas adoram viajar com os avós.
Além dessa viagem, a de Chicago no ano passado e a de Oregon em 2008 também foram especiais. Ah, e teve a do sul do Brasil, em 2006. Rodamos mais de 4 mil quilômetros visitando várias cidades no Paraná e Santa Catarina. Quem quiser saber mais, passa lá no blog. 😉
4) Qual foi a maior dificuldade que você enfrentou viajando com crianças?
Nossa viagens sempre foram bem tranquilas, foi difícil lembrar de algum perrengue específico. Escolhi a viagem que fiz em abril de 2010 para o Brasil. Eu ia passar 5 semanas no Brasil e o meu marido apenas 3. Eu fui antes dele. Fiquei super apreensiva de viajar sozinha com duas crianças pequenas (Laura ia fazer 6, Alice tinha 1 ano e meio) sem ajuda do marido. Coloquei Alice no sling, a mochila nas costas e segurei a mão de Laura pelos aeroportos e deu tudo certo no fim das contas. Cheguei no Rio como o pó da rabiola, mas cheguei. 🙂 Na volta, já com o marido, perdemos uma das nossas conexões (de Charlotte, na Carolina do Norte, íamos pra Phoenix) e nos mandaram pra Denver. Tivemos que esperar 8 horas em Denver! Resolvemos pagar pra usar a sala vip da United e foi o que nos salvou naquele dia que parecia não terminar nunca.
5) Qual sua dica número 1 para as famílias viajantes?
Para quem tem bebês, o banho de chuveiro (veja resposta 2). No mais, eu acho que a gente tem que saber que em viagens é difícil cumprir horários e cardápios perfeitos. Uns chamam isso de cuca fresca, eu acho que é mais enfiar o pé na jaca mesmo. Eu sou mega preocupada com isso de manter horários pra refeição e dormir cedo, e querer comer tudo saudável o tempo todo. Mas percebo que nas minhas viagens sou cada vez menos encucada com isso. Se o almoço vai ser 3 da tarde porque acordamos tarde e fizemos um passeio de manhã, paciência. Ou se a gente só vai jantar e vamos enrolar durante o dia com biscoito e batatinha chips, que seja. Tenho procurado cada vez mais deixar a rotina para o dia-a-dia doméstico e ser mais flexível nas viagens, inclusive as viagens para visitar a família no Brasil (a rotina vai pras cucuias nas casas dos avós, sempre!). 🙂
6) Qual será a próxima viagem de vocês?
Em agosto vamos pra Orlando, na Flórida, novamente com meus pais e irmã. Promessa do avô de levar as meninas na Disney. Vai ser diferente dessa vez que vamos ficar em casa em vez de hotel. Então vai dar pra cozinhar e comer um pouquinho melhor (além de economizar com restaurantes também). As crianças estão contando os dias! E eu também, claro.
Obrigada, Ana Paula! Perder conexão com crianças ninguém merece, isso aconteceu algumas vezes e foram situações realmente difíceis! Tivemos que improvisar e deixar o nosso próprio cansaço e mau humor de lado…
Se você viaja com os filhos e quer participar dessa série de entrevistas, entre em contato. Se você ainda não tomou coragem, espero que esse e os próximos posts da série sirvam de inspiração.
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Ana says
Obrigada pela oportunidade, Lu! Adoro falar de viagem! Deixei tantas outras histórias de lado, senão ia acabar virando um livro! hahahah Beijos!
Luciana Misura says
Brigada a você, Ana! Por mim pode ser um “livro” que está valendo 🙂