O quinquagésimo post da série Por que viajar com crianças? é com a Cris Campos, dos blogs Fase Três e No Place Like Here (twitter | facebook).
Conta pra gente, Cris:
Somos 3: Cris, Felipe e Theo – hoje com 15 meses, mas por mais de 11 anos fomos apenas Cris e Felipe e ainda antes era minha mãe a responsável pelas viagens com crianças lá em casa. 🙂
Somos de Curitiba e moramos em Wellington, Nova Zelândia há 6 anos. Começamos escrevendo sobre nossas viagens no No Place Like Here em 2008, quando fizemos uma volta ao mundo que durou 6 meses. Voltamos pra NZ e geralmente fazemos 2 ou 3 viagens pra fora por ano, além das viagens aqui dentro do país, claro. Quando engravidei em 2011 comecei um blog mais pessoal só meu, o Fase Três. Não somos os blogueiros mais assíduos da web, mas de vez em quando damos o ar da graça!
Gostamos de viajar devagar, preferimos conhecer melhor cada lugar do que muitos lugares de uma vez só. Não somos de nos planejar muito, não fazemos roteiros nem reservas, geralmente compramos as passagens e vamos… lá a gente vê. Com a chegada do Theo a única coisa que mudou foi o formato da mala: com um bebê na mochila (literalmente) tivemos que providenciar uma mala de rodinhas. O resto continua igual – desde que ele nasceu já viajamos pela NZ, pra Fiji, Bali, Brasil e voltamos semana passada de Tonga.
1) Por que viajar com os filhos?
Viajar sem o Theo nunca foi opção pra gente. Morar (muito) longe das nossas famílias significa duas coisas: 1) temos que viajar pra poder encontrar avós, tios, primos, todo mundo; 2) não ter a menor chance de viajar sem ele, já que não temos com quem deixá-lo aqui.
Fora isso, sempre me encantou a ideia de viajar com meu filho, mostrar o mundo pra ele e ver o mundo através dos olhos dele. Apesar de ter só 15 meses eu já percebo a diferença que faz na formação dele VIVER outras realidades ao invés de ficar sempre no mesmo lugar, aprendendo através de livros, vídeos, histórias contadas. Assim como minha mãe, eu acredito que não há presente melhor que eu possa dar a ele do que as experiências pelas quais ele vai passar viajando, saindo da sua zona de conforto, vivenciando e compreendendo outras realidades, aprendendo com todos os seus sentidos, corpo, mente e alma.
2) Como foi a primeira viagem com as crianças?
A primeira mesmo foi com o Theo ainda dentro da barriga – no sexto mês de gestação fomos para o Vietnã. Depois que ele nasceu a primeira foi pra Fiji quando ele tinha 8 semanas, minha mãe estava junto e foi tudo muito fácil – quando disserem que viajar com bebê pequeno é moleza acredite!, quanto mais novo mais fácil – com 8 semanas o Theo só mamava e dormia, ainda nem saía do lugar… podíamos deixá-lo dormindo em uma cadeira do restaurante que tudo bem, nem risco de cair ele corria! A tralha também é infinitamente menor, ele só mamava no peito, não dava bola pra brinquedinhos prediletos e era tão leve que só um sling dava conta – viajamos com uma mala de mão pra nós três! (ok, tinha também prancha de surf, equipamento de mergulho, kitesurf etc hehe) Foi a primeira vez que ele entrou na água do mar, tomou banho de chuva peladinho e banho de sol na areia (aqui na NZ era inverno e Fiji é sempre verão). Foi tudo uma delícia e desde cedo já serviu pra nos empolgar a continuar viajando com ele!
3) Qual foi a viagem mais legal da família?
Ainda não temos taaantas assim, mas até agora Bali, sem dúvida! Porque é Bali, oras! Precisa de mais motivo? =) Já tínhamos ido duas vezes pra lá e voltamos por 1 mês quando o Theo tinha 5-6 meses. Ficamos alguns dias só nós 3, depois chegaram meu irmão e cunhada, que moram na Índia e são padrinhos do Theo; na metade do mês chegaram meus pais e depois meu outro irmão também veio do Brasil – fazia uns 5 anos que não conseguíamos reunir todo mundo. Alugamos um carro e viajamos pela ilha toda. Levamos nossos pais pra viajar do nosso jeito, pela primeira vez, invertendo os papéis. Passei meu aniversário e fizemos o batizado do Theo lá. Foi tudo muito especial.
4) Qual foi a maior dificuldade que você enfrentou viajando com crianças?
Até hoje não passamos perrengues muito graves não. Acho que ajuda o fato de tanto eu quanto o maridex sermos extremamente relax e flexíveis. A gente não é de se apavorar com muita coisa e depois de mochilar por aí por tanto tempo aprendemos a nos adaptar a situações muitas vezes não tão confortáveis. Já estamos no portão de embarque há horas, exaustos com um bebê de colo e cancelaram o vôo internacional? Ok… ganhamos mais um dia de viagem. O bebê ficou com brotoeja por causa do calor? Tudo bem… fica um dia no ar condicionado que passa. Comprar vegetais pra fazer uma comidinha saudável pra ele só no dia seguinte porque estamos numa vila no meio do nada e o mercado mais próximo fica numa cidade lá longe? Tudo bem… mais cedo ou mais tarde ele ia comer miojo, que seja essa a primeira vez. Ficou resfriado na véspera da viagem? Tudo bem… ele vai se recuperar lá do mesmo jeito que se estivesse em casa. Sendo assim, acaba que não nos estressamos muito nem vemos dificuldade onde não existe. Mas conforme o Theo cresce as coisas estão sim ficando mais complexas – viagens de carro já não podem ser tão longas porque ele fica impaciente preso na cadeirinha, ele já não dorme mais em qualquer lugar de qualquer jeito como antes e se adaptar à nova rotina, ao novo ambiente, agora leva um tempinho. Mas tudo bem… cada fase é uma fase, ele vai se adaptando e a gente também. =)
5) Qual é a sua dica número 1 pra outras famílias viajantes?
Pra quem vai mesmo viajar: respeitar o tempo / os horários da criança é essencial pra tudo fluir bem – perder um passeio porque está na hora da soneca pode significar ganhar o resto do dia e da noite; ser criativo – muitas horas trancados num avião é entediante pra qualquer um, brinquedos surpresa e filminhos ajudam, mas nada como a criatividade… às vezes uma brincadeira com as próprias mãos, inventada ali na hora, pode ser o entretenimento que faltava pra criança esquecer que continua presa ali; o mesmo vale pro destino, um lugar chato pode se tornar superdivertido com um pouco de criatividade.
Pra quem ainda não está convencido se deve ir ou não: acredite, não é tão difícil quanto parece; e você não precisa levar tanta tralha quanto pensa que precisa (sério!).
6) Qual será a próxima viagem de vocês?
Nós não somos de nos planejar com muita antecedência, aqui é tudo decidido meio que de última hora. A próxima provavelmente vai ser pra montanha aqui na NZ, fazer snowboard – as estações de esqui abrem no próximo fim de semana. Queremos fazer ainda mais uma viagem longa antes do Theo completar 2 anos (enquanto ele ainda paga só 10% da passagem), então no fim do ano devemos ir pra algum lugar mais distante – estamos na dúvida ainda entre Índia ou Brasil, mas até lá ainda tem tanto tempo que pode ser que não seja nenhum desses dois e pode até aparecer outra viagem antes disso.
Obrigada, Cris! Eu como você acredito que faz muita diferença viver outras realidades desde cedo, ao invés de aprender por livros.
Se você viaja com os filhos e quer participar dessa série de entrevistas, entre em contato. Se você ainda não tomou coragem, espero que esse e os próximos posts da série sirvam de inspiração.
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Mirella (@mikix10) says
Essa Cris é mesmo o máximo… adoro!!!
Adorei os relatos e me animou ainda mais 🙂
bjão
Cris Campos says
Hehehehe obrigada, Mi!! Tenho percebido que vc está cada dia mais animada mesmo! 😉
Beijos beijos xx
Deise de Oliveira says
Que bacana! Espero ser uma mãe relax assim quando chegar a minha hora. 🙂
Cris Campos says
Valeu, Deise! Eu super acredito que mãe relax = filho relax… e filho relax = mãe relax… é um ciclo virtuoso! Vale a pena. 🙂
Oscar | MauOscar.com says
Muito bacana!!!
O Theo é uma fofura… Adoro o jeito que os kiwis incluindo a (cris e o felipe) criam as crianças.
Bjao
Cris Campos says
Obrigada, Oscar! Você é o único por aqui que conhece o Theo pessoalmente… então esse comentário de que ele é uma fofura é mesmo especial. =D
Também acho incrível o jeito dos kiwis com os pequenos (e o jeito dos pequenos serem também!), estamos aprendendo um montão com eles mesmo! Beijão xx
Tio Rodi says
Meu sobrinho é fera radical !! Inspira a todos e principalmente seu priminho querido o Henrique, que ja ja vai visita-lo.
E quanto aos papais , bom sou muito suspeito pra falar alguma coisa, porem digo que aprendemos a cada dia com eles ( Cris e Felipe) que são indispensáveis em nossas vidas. Mesmo de longe fazem toda a diferença, vovos que o digam – rsrs. Bjs no coração meus queridos.
Rodrigo e Henrique
Izadora Matos says
A minha resposta é: simplesmente porque eu e meu marido adoramos viajar e nosso filho é essencial nas nossas vidas, é parte do nosso casamento. Não consigo me imaginar viajando sem ele. Sofro só de pensar…rsrs
Moramos em Brasília e desde de 2,5 meses viajamos com ele pra visitar nossa família em Recife. Viagem para fora do Brasil começou aos 2 anos. Já fomos com ele pra França, Itália, Espanha, Argentina e Estados Unidos (fomos recentemente conhecer a neve em Aspen). Ele curte demais. Está com 3 anos e 8 meses agora. Tudo dando certo, esse ano tem mais! 🙂 <3