Passamos o final de semana em Penedo e na Serrinha do Alambari, no interior do Rio, já perto da divisa com São Paulo. Há 20 anos eu não ia a Penedo, a cidade cresceu muito, está mais bonitinha, mais preparada para o turismo. A Serrinha eu não conhecia, e o meu primo que conhece muito bem a região nos levou pra passear por lá. Ele, a esposa (que é de Resende) e o filho (que tem a idade do Eric) foram os nossos guias do final de semana.
Do Rio a Penedo
São um pouco menos de 3h de carro do Rio até lá, mas a Julia quis parar pra almoçar no caminho e acabamos levando 4h. 1h foi só nessa parada pra almoçar, porque ela disse que estava morrendo de fome e quando chegamos no restaurante e eu perguntei se ela queria apenas um lanche, ela disse que não, que queria comida mesmo. Pedi um PF que veio com arroz, feijão, batata-frita, salada e churrasco misto. Ela comeu MUITO, mas o PF era tão gigantesco (pense naquele prato pra caminhoneiros) que o Eric comeu, o Gabe comeu, eu comi, uma coisa. A comida estava bem-feitinha, o PF custou R$18 pra turista (pra caminhoneiro eles cobram menos!). Inacreditavelmente eu não anotei o nome do lugar, é uma churrascaria uns 10 minutos antes de chegar o Graal de Resende. A Dutra está bem cuidada, só é um absurdo notar que eles não construíram até hoje nenhuma passarela para a população poder atravessar a rodovia com segurança. As pessoas tem que atravessar a pé, com a cara e a coragem. Surreal.
Trilha na Serrinha até o Poço das Esmeraldas
Chegamos em Penedo, encontramos o meu primo Leandro com a esposa (Mauri) e o filho (Rafael) que estavam nos esperando, e fomos direto pra Serrinha do Alambari, mais conhecida como “Serrinha”. O Alambari é o rio que dá o nome a área, que é de preservação ambiental, e tem as ruas de terra e muitas pedras. Fomos chacoalhando morro acima (se você ou alguém da sua família enjoa no carro, pra pegar essa estrada só tomando remédio!) até um camping que fica lá no alto, de onde saem várias trilhas para poços e cachoeiras diversas.
Estacionamos e fomos andando pela área do camping, muito bonita e bem cuidada, rumo as trilhas. Meu primo que já tinha acampado lá um monte de vezes nos levou direto pra trilha do Poço das Esmeraldas, que segundo ele é a parte mais bonita do rio, porque a água fica bem verde quando bate o sol. Fomos descendo com as crianças, a trilha não é difícil mas com criança pequena tem que ter atenção pra ninguém escorregar nos “degraus” de terra e pedra. A Julia desceu caminhando bem, com a ajuda do meu pai nas partes mais difíceis pra descer, e o Eric também foi andando, e o Gabe pegava ele no colo quando precisava. Foram uns 30 minutos de caminhada da entrada do camping até o Poço das Esmeraldas. Infelizmente quando chegamos o sol não estava batendo na água, que é linda, super transparente, e como toda cachoeira que se preza, geladíssima! As crianças quiseram colocar os pés na água, a Julia chegou a andar um pouquinho mas ficou reclamando das pedrinhas no fundo do rio e saiu. O Eric e o priminho Rafael se divertiram jogando pedrinhas na água. Só o meu primo Leandro que teve coragem de pular naquela água super gelada!
Subimos, com o Gabe carregando o Eric no Ergo nas costas, a Julia subiu andando e reclamando que estava muito cansada (morro acima é dose mesmo, além dela ser preguiçosa). Mas ela disse que gostou do passeio, então tá valendo! Na entrada do camping tem um laguinho mas não vimos patos, só galinhas circulando ao redor. Tinham 2 galinhas d’Angola que nem a Julia ou o Eric tinham visto antes e acharam o máximo.
Visitando a Pequena Finlândia de Penedo (e a Casa do Papai Noel)
Fomos para Penedo pra andar na Pequena Finlândia, que é a vilazinha de casas típicas da colônia finlandesa da cidade. As casinhas são lojas que vendem souvenirs, objetos de decoração, roupas, artesanato e guloseimas.
E tem a Casa do Papai Noel, que é “oficial” e tudo (registrada com o governo finlandês como residência de verão do Papai Noel, haha). Fiz mais uma tentativa de levar os meus filhos pra ver o bom velhinho, mas não adianta, os dois tem horror a Papai Noel, impressionante! A Julia não entrou nem na mesma sala que ele estava, o Eric chegou perto fazendo cara de terror e toda vez que a gente chegava um pouco mais perto ele começava a falar “não, não, não”. Então tá, a casa é bonitinha, nada demais, se os seus filhos gostam de Papai Noel, vão gostar. Já os meus…foi desperdício de 7 reais por pessoa do ingresso (só o Eric não pagou, porque crianças com menos de 2 anos não pagam). Fiquei surpresa com o horário da casa: aos sábados fecha só as 21h! A gente que está acostumado com tudo que é atividade infantil nos EUA fechando cedo, tipo 18h no máximo, fica surpreso. Você compra o ingresso na lojinha da casa do Papai Noel, que tem um laguinho cheio de carpas na frente e vendem comida pras crianças jogarem pros peixes (espertinhos, claro). Tem também um parquinho (pago a parte) entre a casa e a loja, e várias barraquinhas de pipoca, churros de nutella (que eu acabei não voltando pra provar, crime!) e outras guloseimas.
Fomos na fábrica de chocolates que tem bem na entrada, a Tonttulakki, que tem uma variedade grande de chocolates e bombons feitos com chocolate belga, porque eu tinha prometido que a gente ia comprar um chocolatinho pra Julia comer depois do jantar. Ela não está nem aí pra variedade, só queria um chocolate puro, sem nada mesmo! Compramos umas lascas de chocolate ao leite, o preço é que não é um doce, 100g por R$11. Pelo menos era muito bom.
Jantar: rodízio de fondue
Atravessamos a rua e fomos para o restaurante Bucanero jantar. A essa altura já tinham mais 5 parentes que tinham chegado e se juntado ao nosso grupo, então a mesa no restaurante foi aquela coisa imensa. Eu, minha mãe e dois tios fomos de rodízio de fondue. O resto da família pediu picanha e o Gabe provou a truta, com molho de manteiga e alcaparras, que ele falou que estava dispensável (mas a truta estava boa). O rodízio foi mais ou menos, as carnes estavam boas mas os molhos não eram lá essas coisas e os garçons não conseguiam ajustar o fogo da panela direito, estava tão forte que ficava subindo pelas laterais. O fondue de queijo achei bem ruinzinho e o de chocolate também. E ainda presenciamos um quase acidente, um dos garçons carregando uma panela quente cheia de óleo de fondue tropeçou e quase deixou a panela cair em cima de uma criança em outra mesa! Umas pessoas gritaram, foi um momento tenso! Mas é um absurdo como eles transportam as panelas de fondue, sem nenhum tipo de proteção nem nada (quando eu vou no Melting Pot lá em Austin, os garçons quando vão tirar as panelas da mesa, colocam uma tampa que fica presa com um parafuso!).
Hospedagem em Penedo
Quando tentamos reserver uma pousada em Penedo por uma noite não conseguimos, todas as pousadas que contactamos estavam cheias, ou não aceitavam crianças, ou não aceitavam estadias de menos de 2 noites. Ou seja, teríamos que ficar sexta e sábado ou nada feito. Acabamos ficando na casa de parentes em Resende.
Os tios que encontramos por acaso em Penedo ficaram numa pousada no centro mesmo, chamada Chalés Mon Desir e gostaram, falaram que era arrumadinha e bem localizada (dá pra ir andando da Pequena Finlândia até a pousada). E eles puderam ficar uma noite só.
Pescaria no trutário da Serrinha
No dia seguinte nós voltamos para a Serrinha pra ir até o trutário, o Trutas da Serrinha, que fornece trutas para vários restaurantes da região. A Julia queria muito pescar, e esse era o único lugar que eu sabia que era garantido ela pegar um peixe. Como a minha sogra mora na frente de um rio enorme lá em Michigan, as crianças estão sempre tentando pescar, mas nunca conseguem pegar nada (meu sobrinho outro dia pescou um peixinho e foi uma festa). Então a Julia ficava me perguntando sem acreditar muito: “Mas mamãe, eu vou mesmo pegar um peixe, tem certeza?” E eu falava que sim, mas ela não acreditava, haha.
Chegamos lá no Trutas da Serrinha e o dono, muito simpático, explicou como funcionava. As varas de pescar, iscas e baldes ficam lá embaixo, nos tanques. Você não pode devolver a truta pescada, pegou, levou. Você pesca quantas quiser, e uma funcionária do trutário ajuda no que precisar. Depois que você termina, ela limpa os peixes pra você levar, colocando gelo numa sacola, e se você quiser pode comprar um isopor no local pra viagens longas.
Descemos a escadinha morro abaixo, passamos pelas bananeiras (as crianças adoraram ver os cachos de bananas verdes no pé) e a Julia foi logo pegando uma varinha. Alguns segundos depois ela já pegava a sua primeira truta, feliz da vida! O Eric ficou super curioso com os peixes, mas ficava com medo de chegar muito perto do balde. Pegamos umas 6 trutas no total, depois foram pesadas e lavadas, e preparadas pra gente levar pra casa. O pagamento é feito na saída, e eles tem alguns outros produtos pra vender, como patê de truta, mel da região, entre outros.
Enquanto esperava, fui dar uma volta pelo jardim e me deparei com 3 saíras 7 cores na árvore na minha frente, que espetáculo! Elas ficaram ali um tempinho, mas não consegui chegar muito perto, elas mudavam de galho toda vez que eu me aproximava. Quando já estávamos no carro, abrindo as portas pra entrar, apareceu um azulão que ficou fazendo pose pra gente. Ele vinha cada vez mais perto, chegou a pousar na porta do carro a alguns centímetros de distância, muito legal!
Almoço no Rei das Trutas
Fomos almoçar as famosas trutas no Rei das Trutas, que segundo o meu primo serve as melhores trutas de Penedo. Testamos e aprovamos: a minha pedi com molho de manteiga e castanhas do pará, os primos pedem sempre com molho de manteiga e amêndoas, que falam que é o melhor de todos; o Gabe pediu com molho de catupiry (ele ama catupiry e toda vez que está no Brasil fica pedindo tudo com catupiry!), minha mãe pediu com molho de manteiga e aspargos mas não gostou, só não sei qual foi a que o meu pai comeu. As crianças foram de macarrão e comeram um pouco dos nossos peixes também. Realmente as trutas estavam excelentes, recomendo muito!
Pra quem está com bebês ou crianças que ainda usam fraldas, o banheiro do Rei das Trutas tem um trocador de fraldas desses de parede que nem os restaurantes americanos costumam ter, nota 10 pra eles. Tem um playground no estacionamento também, as crianças brincaram lá depois que acabaram de comer.
Sorvete Finlandês e Casa do Chocolate
Antes da gente pegar a estrada de volta pro Rio, tivemos que passar no Sorvete Finlandês, que é delicioso e eu me lembrava até hoje. Comi um de nozes excelente, a Julia sempre quer de chocolate, e o Gabe foi de limão. O Eric come um pouco do sorvete de cada um, sempre (mas ele prefere o de chocolate). Minha mãe comeu um de figo com nozes e conhaque, pra mim podia ser de figo com nozes sem o conhaque, mas enfim, ela gostou. Demos uma voltinha na Pequena Finlândia com a luz do dia (fica em frente ao Sorvete Finlandês).
Na saída paramos rapidinho na Casa do Chocolate, que pra mim era uma das memórias mais claras que eu tinha da nossa visita a Penedo há 20 anos. Escolhemos uns bombons e viemos embora, pra poder chegar no Rio antes do jogo do Brasil, e evitar alguma confusão na rua. Pegamos um engarrafamento passando pela Baixada, mas estava tudo tranquilo.
Mais dicas de Penedo e da Serrinha:
Eu tinha lido o post da Karla do Cariocando por aí falando sobre a Pequena Finlândia e a Casa do Papai Noel antes da gente ir.
Quando estava escrevendo esse post e procurando os links dos lugares que a gente visitou, achei esse post no Viajando com Pimpolhos falando justamente do camping na Serrinha que nós visitamos, da trilha ao Poço das Esmeraldas e do trutário, super coincidência.
Ana Paula says
Luciana,
Adorei o post.
Deu uma vontade de ir a Penedo!! Ja estive la uma vez ha mais de 10 anos e gostei bastante. Claro q nao da p estender mt p nao ficar entediado, mas eu amei mesmo foram os chocolates.
Bjss
Luciana Misura says
A Julia amou os chocolates que nem você 😉 Mas eu queria ter ficado mais tempo, pra poder explorar as cachoeiras e trilhas que são muitas!
Tati says
Nossa nunca fui! É uma boa pedida para um final de semana.
Luciana Misura says
Vale a pena sim, passeio gostoso, pra quem gosta de natureza então melhor ainda!
Luciana Svilpa says
Que delícia! Quando eu ía a Penedo eu sempre pedia truta com molho de amêndoas, eu acho que é um dos pratos mais memoráveis pra mim! Que pena que o fondue não estava bom, como eles conseguiram estragar fondue? hahah
Eu acho que nunca fui na Serrinha, mas sabe-se lá.. eu ía quase todo fim de semana pra SP quando era mais nova então paramos por muitos lugares que eu nem me lembro mais dos nomes.
Que barato a pescaria, o Lucas vive me pedindo pra ir pescar desde que fez pescaria de brinquedo no museu de crianças de London, ON. 😉
Essa sorveteria está com uma cara ótima, eu teria pedido o mesmo que a sua mãe, mas eu adoro sorvete de nozes também. Perdição!!
Luciana Misura says
Acho que o queijo e o chocolate que eles usaram não eram de boa qualidade, e não estavam derretidos corretamente, estavam meio pedaçudos, muito estranho!
Esses lugares ‘pesque e pague’ são perfeitos pras crianças pequenas, que não tem saco pra ficar esperando a vida inteira pra pegar (ou não) um peixe, hehe
Todos os sorvetes estavam com uma cara ótima viu, essa sorveteria é muito boa, só os preços que são ridículos…
Marion Creutzberg says
Ah, gente, que post, que blog super! Mas o que mais gostei aqui foi saber da Pequena Finlândia no Brasil. Conheci a Finlândia no ano passado, numa viagem de estudos – e não sabia dessa localidade no Brasil! Como pode não saber disso? Aprendi! Obrigada!!!
Luciana Misura says
Obrigada Marion! 🙂 Agora já pode conhecer a Finlândia brasileira em Penedo!
Roberta says
Não tinha visto que era no Brasil e já ia comentar: “muito a cara do Brasil esse lugar” rs
Luciana Misura says
Hahaha!
Fernanda Scafi says
Sou louca pra conhecer Penedo desde que fiz um trabalho da faculdade sobre a região (estudei Turismo)!
Luciana Misura says
Tem que ir, e nem é tão longe assim de onde você mora, pega um feriadão pra ir lá!
sabine kajio says
Oi Luciana, agora que vi seu post… muito bom e e uma delicia ir a Serrinha… agucou mais minha vontade de voltar la. Sou Sabine mae da Karina do post do acampamento da Sut-Mie, ja estamos programando novamente ir acampar no carnaval de 2014. Este ano nao fomos pq viajamos a Orlando, mas a pequena ja esta pedindo para voltar a Serrinha… e um lugar que renova a alma! Adoramos ir la. Bjs