Depois de dois dias de chuva e tempo ruim, amanheceu aquele dia de céu azul perfeito sem uma nuvem no céu. Eu já tinha falado que queria ir ao Corcovado com as crianças e foi ótimo que esse dia lindo caiu bem no feriado de 4 de julho (porque o Gabe está aqui mas está trabalhando, então ele teve esse dia de folga). Se você pensa em visitar o Corcovado com crianças e de trenzinho como nós fizemos, não deixe de ler – com direito a uma surpresa nada boa no final.
Comprando os ingressos para o trem do Corcovado pela internet
Pulei da cama e já fui logo comprando os ingressos pro trem do Corcovado no site oficial. Você escolhe o horário do trem que quiser, o site mostra quantos ingressos tem pra cada horário, é bom que dá pra saber qual horário está mais cheio ou mais vazio naquele dia. Ainda tinha muito ingresso pro dia inteiro, nenhum horário ainda esgotado numa quinta-feira de manhã, imagino que final de semana devem ter horários lotados (são trens a cada meia hora mais ou menos, o “mais ou menos” porque eles não saem na hora certa). Como a gente não mora no Brasil eu usei o site em inglês porque aí eles não pedem CPF e aceitam endereço internacional na hora da compra. O site diz que tem que apresentar o documento (passaporte ou identidade) e o cartão de crédito usados na compra online na hora de retirar o ingresso na bilheteria (mas não nos pediram nada). O inglês do site é uma piada, não sei quem eles contratam pra fazer essas traduções, minha nossa…
Como chegar e onde estacionar
Escolhi o trem de 12h40 pra dar tempo da gente sair de Niterói e ir até lá no trânsito louco do Rio de Janeiro atualmente. Pra quem está no Rio a melhor coisa é ir de táxi ou de metrô (tem uma integração do metrô do Largo do Machado com ônibus que deixa em frente). Tem várias linhas de ônibus que passam ali na Rua Cosme Velho, no site oficial eles dão os números de todas as linhas. Pra quem vai de carro tem que estacionar na rua, nós demos sorte e estacionamos numa rua sem saída ao lado da estação, e não tinha nem flanelinha e nem ninguém da prefeitura pra cobrar estacionamento, incrível. Estacionar de graça nas ruas do Rio hoje em dia é praticamente um milagre. Nessa mesma ruazinha sem saída fizeram um estacionamento num terreno vazio, cobram R$ 20 de estacionamento. Caríssimo, mas se a gente não tivesse achado lugar na rua ia acabar estacionando lá mesmo.
Na estação do Corcovado
Chegando na estação tinha uma fila exclusiva pra quem comprou ingresso pela internet, foi só apresentar o voucher e pronto, pegamos os ingressos rapidinho (as crianças não pagam até 6 anos, então a Julia e o Eric foram de graça). Tem outras duas filas, uma pra quem compra o ingresso na hora e uma fila pra quem tem prioridade (gestantes, idosos, etc). Melhoraram bem as lojinhas da estação, que agora vendem uma seleção bem melhor de souvenirs. Tudo caro, claro, mas pelo menos de melhor qualidade do que tinha antigamente. Tem uma lanchonete pequenininha cobrando R$ 7 um salgado e que só aceita dinheiro, e um pipoqueiro, que estava dentro do quiosque mas não quis vender pipoca pra Julia porque estava em “horário de almoço”. Era melhor ter saído ali de dentro, porque as crianças não entendem porque tem uma pessoa ali dentro falando no celular e não querendo vender a pipoca…
A subida de trem
O trem chegou, e a muvuca que estava esperando na plataforma começou a entrar. São apenas dois vagões, e o melhor é sentar do lado direito de quem sobe (o lado da plataforma). Só que eu não me lembrava disso e sentei do outro lado (consertamos o erro na descida). O outro vagão tinha um grupo (autorizado) tocando um sambinha pra animar a viagem.
Acho a subida bem bonita, o trem passando pela mata Atlântica, e de vez em quando você consegue ver a Baía de Guanabara por entre as árvores. O trem para em várias estações no meio da mata, nem sei por que, já que ninguém nem sai nem entra. Um pouco antes do trem chegar você vê a Lagoa, a vista já é um espetáculo.
No topo da montanha: a estátua e a vista
Saindo do trem lá no alto do Corcovado você pode subir de escada até o Cristo ou pegar um elevador e depois as escadas rolantes. A gente foi subindo de escada mesmo, parando pra apreciar a vista e tirar fotos.
Chegando na base do Cristo estava BEM CHEIO. E todo mundo querendo tirar a mesma foto de braços abertos na frente da estátua, então era uma “briga” por espaço pra ficar ali na frente. Conseguimos tirar umas fotos com muito custo, e fomos andando até o final da plataforma pra ver o Pão de Açúcar, que foi outra dificuldade pelo mesmo motivo, todo mundo se acotovelando pra tirar uma foto ali.
Julia gostou, achou a estátua legal e a vista também, mas cansou rápido. O Eric queria correr pela plataforma e claro que não é um lugar seguro pra isso, muito menos com a confusão de gente lá em cima, então tivemos que colocá-lo no carregador de bebê pra prendê-lo (e ele não gostou nada, claro).
Engraçado que achei a estátua do Cristo menor do que eu me lembrava (e já tinha visitado depois de adulta, não era nem a memória de criança não). A vista é fantástica e no dia lindo que a gente pegou, estava mesmo um espetáculo.
Nunca visitei o Cristo a noite, preciso fazer isso um dia pra ver a cidade iluminada lá de cima (e a estátua iluminada também). Podiam vender o ingresso combinado “dia e noite” como muitos observatórios nos EUA fazem, pra você visitar o lugar duas vezes no mesmo dia, de manhã e de noite.
O que tem lá em cima
Vi um restaurante, uma lanchonete, uma loja de souvenir, não vi os banheiros (me disseram que tem). Nenhum desses lugares estava aceitando cartão de crédito porque segundo me informou a moça da lanchonete, eles estavam “sem telefone”. Isso é Brasil…O pior é que a gente estava com pouco dinheiro porque depois de 10 anos vindo pro Brasil e tirando dinheiro numa boa nos Bancos 24 Horas, a rede passou a não aceitar mais os nossos cartões de banco gringos. Um salgado ou cachorro-quente estava custando R$ 6-7 e um suco na faixa de R$3-4, os preços subiram muito.
A descida e a confusão
Fomos para a estação do trem esperar o próximo para descer. Um mico apareceu nos fios pra dar uma olhadinha na gente, o Eric viu e achou o máximo, mas a Julia não viu. O trem chegou, entramos e sentamos “do lado certo” dessa vez (esquerda de quem desce), pegamos o vagão do sambinha. Começamos a descer, as crianças curtindo a música, até que o trem parou na estação Paineiras.
E o tempo foi passando, e o trem não saía. 10 minutos, 15 minutos, apareceu o condutor falando que tinha faltado luz e ele não podia descer. Que a gente tinha que ficar ali esperando voltar a energia pra poder descer. Depois de uma meia hora começaram a tirar as famílias com crianças pequenas do trem (eram muitas) pra embarcar nas vans pra descer o resto do caminho. Ficamos na fila pra embarcar na van, quando chegou a nossa vez a luz voltou e chamaram pra voltar pro trem. Essa brincadeira levou uma hora. Perguntei pro condutor se isso acontecia com frequência e ele disse que não, que nunca acontece. Coloquei o que aconteceu no Facebook e uma amiga disse que foi ao Corcovado em março e aconteceu a mesma coisa. Aí tem. Uma vergonha!
Todo mundo já estava de saco cheio de ficar dentro do trem, claro, e nem fotografei o resto da descida nem nada, só deu vontade de ir embora, perdemos o resto da tarde por causa disso.
Vale a pena ir ao Corcovado?
Vale, mas de repente é melhor ir de van ao invés de trem. Se você der sorte e o trem não parar como aconteceu com a gente, o passeio é maravilhoso. É chocante que a cidade que mais recebe turistas no Brasil e o monumento símbolo do nosso país tenham problemas desse tipo. Falta muita vergonha na cara nesse país mesmo…
Informações úteis
Site oficial do trem do Corcovado
A estação do Corcovado fica localizada na
Rua Cosme Velho, 513, Rio de Janeiro – RJ
Telefone: 21 2558-1329
Preços em 4 de julho de 2013: Adultos R$ 46,00, Crianças (6-12 anos) R$ 23,00, Menos de 6 anos, grátis
Horário: Segunda a Domingo das 8h–19h, a cada 30 min em média (se não faltar luz ou outra maluquice).
Fernanda Scafi says
Não tem a ver com o assunto desse post, mas fiz mais um post da tag “blogs que recomendo” sobre o Aprendiz de Viajante. Dá uma passada lá: http://taindopraonde.blogspot.com.br/2013/07/blogs-que-recomendo-aprendiz-de-viajante.html.
Roberta says
Quando fui, cheguei umas 17 horas. Para poder pegar o pôr-do-sol, eu e meu noivo optamos pela van. É bem rápida, mas dá medo de na descida não encontrar ninguém da companhia, pois a única identificação que nos dão é um adesivo e nada garante que estarão esperando quando voltarmos, pois trabalham por conta própria. Não são contratados pelo Parque Nacional da Tijuca… Mas foi maravilhoso ir no fim da tarde porque pegamos a noite lá em cima. Vale a pena. O Cristo e a cidade ficam lindíssimos. Se não me engano eles não deixam subir a noite, só descer.
Marcia Aguiar says
Já fui ao Corcovado várias vezes e fui uma vez à noite; é lindo! Fui há muitos anos, quando ainda se podia ir de carro até lá em cima. Estive lá novamente há dois anos com duas amigas da Índia. Tivemos sorte, pois o trem não parou nem na subida nem na descida. Há dois anos atrás a bagunça era mil vezes pior, pois não tinha esse lance de comprar ingresso pela internet. Nós chegamos lá às 9 horas e só embarcamos às 13 horas. Fui passear com elas no Largo do Boticário, Laranjeiras e visitar uma amiga para passar tempo. Quando finalmente subimos, o tempo fechou e pegamos chuva lá em cima. Não se via nada, ficamos no meio das nuvens. Frustrante. Voltamos no dia seguinte. Chegamos às 7:45 na bilheteria que abria às 8 h e conseguimos subir no primeiro trem. O tempo estava nublado, mas pelos menos dava par ver a cidade toda. 🙂 O que minimiza a falta de organização é a beleza natural do Rio, né?
ingrid Littmann says
tudo muito bem explicado é só ir conferir. maravilha! bjos
Luciana Misura says
🙂 Brigada!
Vivi says
Lu, tem banheiro sim lá em cima e eu acho melhor ir de van lá pra cima, pq o trenzinho fica sempre muito cheio :/ Apesar da paisagem ser bem legal.
A noite a cidade fica linda e ver o Cristo acender e como ver a Eiffeil em Paris, lindo 🙂
Bjos
Luciana Misura says
Já tinham me falado mal das vans, mas parece que o serviço melhorou…essa do trenzinho foi uma decepção! Um dia volto pra ver o Cristo a noite 🙂
Vivi says
Já fui 3 vezes de van e graças a Deus tudo tranquilo, sem estresse e rápido.
Bjos
Gisele Almeida says
Olá Luciana Misura, ótimo texto, informações detalhadas e super úteis mesmo. Quero muito ir ao Corcovado e estou com uma dúvida (de mãe de primeira viagem, rs). Eu vou para o Rio em dezembro com minha filha bebê, que vai estar com 4 meses. Você acha aconselhável ir ao Corcovado com um bebê tão pequeno? O pai dela vai estar comigo mas pelo que entendi o transporte até lá é um pouco “caótico”.
Obrigada pela atenção
Abraços
Gi
Aracelli Moreira says
Vc sabe se mesmo um bebê (Q não é pagante) se estiver no carrinho, continua dessa forma?