Choveu bastante a noite mas o nosso último dia em San Blás amanheceu sem chuva, nublado mas com um solzinho tímido querendo sair, que foi se firmando ao longo do dia, mesmo com nuvens ameaçadoras.
Nosso café-da-manhã hoje teve panquecas americanas bem grossas, com maple syrup e tudo. Claro que as crianças amaram. Serviram um suco chamado amarillo que dividiu opiniões: Gabe e Eric gostaram, eu e a Julia detestamos! Quando terminamos de comer, vimos uma canoa chegando trazendo muitos peixes, que seriam o nosso almoço mais tarde.
Um dos funcionários do hotel veio falar com a gente sobre o passeio de hoje – eles estavam levando um grupo pra Ilha Iguana, mas disse que o mar estava forte e perguntou se a gente preferia ir na ilha Dupir com as crianças, porque era mais perto e não ia ter tantas ondas pelo caminho. Como eu já tinha perguntado se a gente não ia mesmo na ilha Dupir (as três ilhas estavam na programação descrita em um fichário que fica dentro da cabana), achei ótimo e topei na hora. Um outro casal espanhol que estava na ilha há vários dias também quis ir na ilha Dupir, pois ainda não tinham ido, e quando estávamos saindo o casal brasileiro que estava lá também há vários dias resolveu ir também (todo mundo a fim de conhecer uma ilha nova). Aliás, essa é uma “desvantagem” se você fica no Yandup Lodge por vários dias, você vai repetir as ilhas várias vezes – o que é bom porque dá a chance pra pegar um dia de sol numa das ilhas, mas se você fica muito tempo pode cansar também. A opção é pagar extra pra combinar um tour pra uma ilha diferente, mas não chegamos a fazer isso e acabei não perguntando quanto eles cobram, vou tentar descobrir.
A ilha Dupir é bem perto, entre o Yandup Lodge e o hotel Sapibenega, e é a menor das ilhas que visitamos. Bonita também, mas menos do que a ilha Iguana ou a ilha Arridup, então já vi porque o pessoal do hotel acaba deixando essa ilha de lado e indo só nas outras duas, que são mais impressionantes. Mas pra gente estava tudo ótimo, adoramos conhecer mais uma ilha e tivemos mais tempo ali porque levamos menos tempo indo e vindo de barco. Achamos que nessa ilha tinha mais lixo no fundo do mar do que nas outras, e o mergulho não é tão interessante. A praia, porém, estava ótima e aproveitamos com as crianças na água, batendo papo com o casal de brasileiros bem simpático que tinha passado a semana anterior na Costa Rica e adoraram (fazendo turismo de aventura ao redor do vulcão Arenal).
Voltamos pro Yandup Lodge pra almoçar, lá estavam os peixinhos da manhã nos esperando, inteiros. Estava muito bom, só foi difícil lidar com as espinhas, mas me entendi com o peixe. Pras crianças eles trouxeram filé de peixe, ainda bem, porque já me deu um trabalhão me virar com o meu peixe quanto mais dois pras crianças. Quando estava saindo do restaurante fui perguntar sobre as duas bandeiras na parede que eu não conhecia, e o Blanco, que é um dos funcionários que fala mais, deu uma super explicação sobre elas – são as bandeiras Kuna, a antiga e a nova. Primeiro a antiga: vermelho para o sangue derramado na revolução Kuna que conseguiu a autonomia do Panamá, amarelo para o ouro que existia em Kuna Yala. O símbolo ele explicou muito mal, acho que nem ele sabe direito qual é a história. A bandeira nova trocou uma faixa vermelha por outra verde, representando as florestas da região. O símbolo mudou para 8 estrelas dos oito chefes Kuna e os 8 irmãos na cultura deles: o vento, o sol, a lua, o mar, a floresta, mas não me lembro dos outros e não consegui achar na internet nenhuma referência 🙁
Depois do almoço comecei a arrumar as malas, aproveitando a luz do dia, e não fomos no passeio ao cemitério Kuna. Eu até estava a fim de fazer o passeio, mas fiquei na dúvida se seria uma boa para as crianças, e como a cabana tem luz fraca a noite, eu quis aproveitar a luz do dia pra deixar tudo arrumado já que sairíamos antes das 6 da manhã no dia seguinte pro aeroporto. As crianças passaram a tarde assistindo desenhos no iPad e correndo pelo gramado ou pela varanda da cabana.
O jantar foi o mesmo prato de siri que comi no primeiro dia, com um toque de curry, e o das crianças foi um bife que estava bem sem graça, uma carne super dura, mas sei que carne para eles é coisa totalmente fora do normal (vem lá da Cidade do Panamá). Novamente a saladinha de entrada estava com vinagre e não consegui comer, mas foi burrice minha não ter avisado no outro dia pra fazer a minha sem…a sobremesa foi mamão papaia, que nenhum de nós gosta, eu até tentei comer mas não só confirmei que realmente não gosto dessa fruta.
Fomos dormir cedo, pra acordar as 5 da manhã no dia seguinte pra começar a nossa jornada de volta pra casa. Adoramos San Blás, com certeza um lugar lindo e uma experiência diferente de todas que já tivemos!
Veja outros posts dessa viagem:
1o dia: Chegando a San Blás: primeiro dia no Yandup Island Lodge
2o dia: Segundo dia em San Blás: ilha Iguana e manguezais em Kuna Yala
3o dia: Tempestade em San Blás e conhecendo a comunidade Kuna
4o dia: Último dia em San Blás na ilha Dupir
San Blás com crianças: como foi a nossa experiência em Kuna Yala
Viajando pro Panamá com crianças: o meu planejamento
Liege Frank says
AMEI essa viagem, Lu! Ainda mais agora, que estamos com previsao de mto frio e neve para semana que vem.
O engracado que vendo essas fotos, me da ate frio so de ver as criancas na agua, de roupa curtinha. Boba, ne?
🙂
Estamos precisando ir para um lugar gostoso assim. Estamos com passagens compradas para Miami e de la iremos passar uma semana nas Florida Keys. Mas so no fim de Janeiro.
Um grande abraco para todos voces.
ingrid Littmann says
Lu, meio estranho essa bandeira de Kuna o que representa essa suastica??? Com certeza não tem relação com o regime nazista mas deixa a gente atordoado num lugar tão sereno e paradisiaco, o que é isso??
Luciana Misura says
Ingrid, a suástica é um símbolo religioso super antigo, os nazistas que se apropriaram dela e a tornaram infame com suas loucuras…outras culturas das Américas também a utilizavam, como os astecas, imagino que os Kunas tenham mudado o símbolo pra evitar qualquer ligação ou confusão com a suástica nazista. Aqui tem ótimas explicações sobre o símbolo e seus usos em diversas culturas e religiões http://pt.wikipedia.org/wiki/Su%C3%A1stica
ingrid Littmann says
Lu, eu já sabia disso porém eu gostaria de saber a representação em Kuna. Entretanto mesmo com toda a historia da suastica o que as pessoas mas conhecem é da segunda guerra. Essa será dificil de esquecer, beijos
quando voces viram? vamo combinar algo se possivel for.
ingrid Littmann says
meu maridex me explinicou um tiquinho mais sobre, essa suastica como voce pode ver é ao revez. esta suastica, é o original simbolo, beijocas
flavia says
Amei a sua viagem!! estou adorando seu blog!
Sou casada ha 4 anos e meio e nao tenho filhos..
sempre tenho a preocupacao como vai ser quando eles virem…
ja que adoro viajar…ler seu relato, me motivou .. posso viajar para onde quiser com eles tbm!!!