A essa altura todo mundo já ouviu falar no jogo Pokémon Go, que já é o maior sucesso nos EUA e no mundo, mais usado que o Facebook diariamente e a app número 1 em downloads, batendo todos os recordes. Mas vejo muita gente que não jogou e já não gostou, sem entender o motivo de tanto sucesso. Aqui em casa nós estamos jogando em família então vou contar a nossa experiência com o jogo e porque ele se tornou tão popular. Quem está no Brasil, pode ter certeza que será uma febre por aí também muito em breve.
Como funciona o jogo Pokémon Go?
Você é um treinador de Pokémon, essas criaturinhas simpáticas (e outras nem tanto) que vivem soltas por aí. O treinador captura os Pokémons selvagens com uma Pokébola, e vai fazendo uma coleção. Esses Pokémons são depois usados em batalhas nas Gyms, que são os ginásicos onde os times colocam seus Pokémons pra lutar. Existem vários tipos de Pokémons, eles são catalogados no Pokédex e você quando começa o jogo não tem nenhum. Você vai andando por aí e vai descobrindo novos Pokémons, encontrando e capturando novas criaturas. Capturando Pokémons e parando nas Pokéstops você vai ganhando experiência e mudando de nível.
Depois que você passa do nível 5, pode participar das batalhas nas Gyms. Nas pokéstops você pega pokébolas e outros itens de necessidade básica para um treinador. O jogo é gratuito, e você só gasta dinheiro se quiser, comprando esses itens se você não tem paciência ou tempo pra ficar indo em várias pokéstops. Logicamente tem mais detalhes do que isso, mas esse é um post explicando o jogo pra quem quer entender o fenômeno, não pra quem quer aprender a jogar (posso escrever um desse depois, se tiver alguém interessado).
Eu jogava Pokémon no meu Nintendo 64 há sei lá quantos anos, então eu já conhecia os bichinhos e um pouco da lógica das batalhas por causa disso, mas pra quem nunca jogou não é necessário ter conhecimento prévio, você vai aprender jogando. O Nick Verneck (filho da Claudia do Aprendiz de Viajante) me ensinou o básico quando eles estiveram aqui na semana passada, comecei a jogar quando eles estavam passando e pegando pokémons por aqui.
Mas por que Pokémon Go virou uma febre?
A graça do jogo está justamente em sair pelo mundo real e ser surpreendido pelos pokémons. Você pode estar no supermercado, na fila do banco, andando na rua, e aparece um pokémon de repente. Quantos jogos você conhece onde você interage com personagens virtuais no mundo real? Quando você vê um pokémon no mapa e clica no bichinho pra então tentar capturá-lo, você vê o pokémon sobreposto ao local onde você está, através da imagem capturada pela câmera do seu telefone. Com isso tem várias situações engraçadinhas de Pokémons em locais inusitados. A maioria dos jogadores acaba desligando essa opção pra não acabar com a bateria ainda mais rapidamente, mas no início é divertido e já liguei e desliguei várias vezes pra tirar umas fotos divertidas.
Outra coisa legal é você estar em um local com um monte de gente que está indo atrás do mesmo pokémon, as pessoas conversam, trocam dicas, você acaba interagindo com um monte de gente. Poucos jogos dão essa oportunidade de socializar com outras pessoas dessa forma, pessoalmente. Hoje em dia existem inúmeros jogos onde todo mundo joga junto em times online, conversando pela internet, mas assim cara a cara é uma novidade.
Ah, mas que bobagem esse jogo, pra que alguém quer perder tempo com isso?
Bom, isso pode ser falado sobre qualquer jogo. Se você acha que jogar qualquer videogame é uma grande bobagem e perda de tempo, nunca brinca naqueles joguinhos de Facebook ou baixa nenhum jogo no seu celular, realmente vai ser difícil entender. Mas milhões de pessoas no mundo inteiro tem joguinhos nos seus celulares e “perdem tempo” brincando diariamente ou de vez em quando, adultos ou crianças. Se você é contra jogos eletrônicos em geral, provavelmente vai continuar achando tudo isso uma bobagem.
Pra quem sempre achou que ficar sentado na frente de um videogame por horas a fio era ruim, pelo menos agora as pessoas podem jogar andando por aí, interagindo com outras pessoas, que eram duas críticas feitas aos jogos em videogames: falta de exercício e falta de interação social. O jogo conta a distância que você andou, e para chocar os ovos de pokémon que você encontra por aí, você tem que andar 5km ou 10km, dependendo do ovo. Em uma semana jogando pokémon, o aplicativo diz que eu andei 28km, que é muito mais do que eu andaria normalmente.
Em parques e outros locais públicos pela cidade a gente encontra dezenas, centenas de pessoas jogando, as pessoas conversando sobre o que encontraram, o que estão procurando, dando dicas uns pros outros. É bem legal.
Nós estamos jogando em família, eu e o Gabe temos o jogo instalados nos nossos celulares, e as crianças ajudam. Por exemplo, no supermercado eu estava fazendo compras e a Julia no carrinho ia pegando todos os pokémons que apareciam. Passeamos no parque, pegamos uns pokémons, e enquanto as crianças estavam brincando nos chafarizes, a gente pegava uns pokémons. Saímos juntos pra caçar pokémon sim, nos alternando em quem capturava as criaturinhas. Nos divertimos todos juntos, passeando e andando por aí, qual é o problema nisso?
E os acidentes causados por Pokémon Go?
Como sempre, qualquer coisa pode ser usada de forma inteligente ou ruim. Tudo que está na mão de seres humanos pode ter os dois lados. Tem gente sem noção invadindo aréas particulares pra procurar Pokémon. Tem gente parando em lugar proibido pra jogar. Tem gente dirigindo e jogando (como tem gente dirigindo e mandando mensagem ou falando no Facebook). Você não tem que andar com os olhos colados na tela, quando aparece um Pokémon o telefone pode vibrar e aí sim você olha pro telefone. Então dá pra ir andando segurando o telefone e olhando ao redor, não é necessário atravessar uma rua sem olhar pros lados. Isso tudo é exagero, assim como existe gente que exagera em outras coisas, no jogo não seria diferente.
E você, já jogou Pokémon Go? Está aguardando o jogo ser lançado no seu país?
Claudia B Saleh says
Adorei Lu! E Nick já disse aqui que você tá pro, passando dicas pra ele hehehe
Luciana Misura says
Haha pois é, descobri umas coisas que ele não sabia 🙂
FranAgnoletto says
O Dodô é mega fã do Pokemon. Estamos só esperando chegar por aqui, já que viagem para EUA só final do ano.
Beijos
Luciana Misura says
Imagino que deve chegar em breve…na minha cabeça faria sentido estar pronto pras Olimpíadas, mas não sei se eles estão com medo dos servidores não aguentarem…
Nicas says
Oi Lu, sou das leitoras silenciosas que acompanham o blog há anos (desde 2004!) e vamos considerar o comentário mais um trunfo do Pokemon Go! Muita gente tem falado dos extremos do jogo (em especial dos acidentes e do fanatismo e de que seremos todos uns alienados), mas como sempre seu texto foi ótimo, ponderado e super positivo (além de divertido).
Espero que o jogo chegue logo aqui! Eu acompanharia um post com mais dicas também 🙂
Um beijo
André Morato says
Esse jogo é uma febre. Com certeza quando chegar no Brasil será um sucesso.
Marcia Aguiar says
Acho que no Rio não rola sair com celular na mão atrás dos pokémons. Aqui você acha mesmo são uns pivetons querendo levar seu celular.
Ainda bem que tenho zero interesse por joguinhos eletrônicos!
André says
Li seu texto para tentar compreender a tal febre. Só mais uma, aliás. Sem dúvida fica claro que é febre de gamers. Quem curte joguinhos no smart ou mesmo em consoles já é candidato a pegar a febre. Tem um detalhe : Nunca tive interesse em joguinhos , mas não “sou contra”. Só acho bobagem.