Em novembro de 2017 fizemos o nosso primeiro cruzeiro Royal Caribbean, no navio Harmony of the Seas. O Harmony of the Seas é um navio da classe Oasis, que tem os maiores navios do mundo: Oasis of the Seas, Allure of the Seas, Harmony of the Seas e o mais novo Symphony of the Seas, que foi lançado agora no início de 2018. São navios para mais de 6 mil passageiros, e verdadeiras cidades flutuantes. Você pode ficar uma semana inteira a bordo como nós e não ter tempo de fazer tudo o que os navios oferecem. Esses super navios são muito diferentes de navios tradicionais, e eu brinco que eles são navios pra pessoas que não gostam de cruzeiros tradicionais, nesse post vou explicar o motivo.
Nós fizemos o cruzeiro de 7 noites Caribe Leste que foi modificado porque alguns portos estavam danificados pelos furacões Irma e Maria, que passaram no Caribe destruindo várias ilhas. Nossas paradas foram Nassau (Bahamas), Labadee (Haiti, ilha privativa da Royal Caribbean) e St Thomas (Ilhas Virgens Americanas). Embarcamos na semana de Ação de Graças, que é um feriadão aqui nos EUA, e o navio estava lotado: 6400 passageiros a bordo. Uma família de amigos foram com a gente, eles também tem dois filhos, uma menina e um menino, então as crianças brincaram juntas e deram suas opiniões sobre o cruzeiro também (todos nós já tínhamos feito cruzeiros Disney antes, então foi inevitável fazer comparações).
O navio Harmony of the Seas
O Harmony of the Seas como falei é um dos navios da classe Oasis. Esses navios são divididos em “vizinhanças”, o que é um conceito criado pela Royal Caribbean para essa classe de navios e que nenhum outro navio tem igual. As 7 vizinhanças são: Central Park, Boardwalk, Royal Promenade, Piscinas e Esportes, Spa e Fitness, Entretenimento e Clubes Infantis. Por causa desse design, essa multidão de gente a bordo fica bem espalhada, e eles não tem uma área realmente onde congregam todo mundo como em outros navios mais tradicionais. A gente sentiu o navio bem menos cheio do que eu esperava, mesmo ele estando lotado, por causa disso.
Mas vamos falar das áreas:
Central Park: é realmente um jardim dentro do navio, com muitas plantas e até mesmo árvores, passarinhos voando, parece que você está num jardim no meio de um condomínio de prédios residenciais. Fica no deck 8 e tem vários restaurantes, a maioria deles pagos à parte, e um restaurante que está incluído, que é o Park Cafe. Nós fomos um dia jantar no Jamie’s Italian, do chef Jamie Oliver, que fica no Central Park. Sentamos em uma mesinha do lado de fora e jantamos no meio desse “parque”. As crianças amaram essa parte do navio.
Boardwalk: seguindo o modelo dos piers de entretenimento americano, como o pier de Santa Monica na Califórnia, a Boardwalk fica no deck 6 na parte de trás do navio, e é uma área externa, como o deck da piscina. Tem um Carrossel lindo (grátis, meus filhos entravam e saíam consecutivamente do carrossel), lojinhas, restaurantes, de vez em quando tem um músico, alguém pintando o rosto das crianças, e é ali que sai o tobogã-gigante Ultimate Abyss que começa lá no deck 16 (a Boardwalk fica no deck 6). O teatro de shows aquáticos também fica ali, o Aquatheater. Você vê ainda as paredes de escalada enormes, e um brinquedo de escalada pra crianças menores.
Royal Promenade: a “rua” principal do navio no deck 5, parece mais um corredor de shopping. Pessoalmente eu não morri de amores por essa área justamente porque é totalmente fechada e parece que você está dentro de um shopping center, e não dentro de um navio. Muitas luzes coloridas, lojas, restaurantes, a recepção do navio (Guest Services) e o incrível Bionic Bar, onde você pede um drink por um tablet e dois robôs fazem o drink pra você ali na hora. Claro que eu comprei um pra experimentar 😉 É na Royal Promenade que acontecem vários eventos e é o lugar onde eles acabam juntando mais gente na hora dos desfiles que acontecem ali. Os personagens dos filmes Dreamworks também aparecem para fotos na Royal Promenade.
Piscina e Esportes: o deck das piscinas e esportes são respectivamente os decks 15 e 16. No decl 15 são 3 piscinas, um parquinho aquático infantil, várias hidromassagens quentes (hot tubs) espalhadas, toboáguas (Perfect Storm), uma área para adolescentes, o minigolfe, uma quadra esportiva e o Solarium, que é uma área pra adultos. No deck 16 tem dois simuladores de surf e bodyboard (Flowrider), um zipline, o Ultimate Abyss e o segundo andar do Solarium pra adultos. Essas atrações são todas grátis, você só paga se quiser uma aula particular de surf por exemplo.
Spa e Fitness: localizado no deck 6 na frente do navio, o Vitality Spa é enorme e tem uma academia de ginástica lá dentro. Os tratamentos do spa são pagos à parte, mas a academia você pode usar de graça se quiser.
Entretenimento: a área de entretenimento fica no deck 4, e inclui o teatro, uma pista de patinação no gelo onde acontecem shows de patinação e você também pode patinar gratuitamente, o cassino do navio, e os clubes noturnos The Attic e Jazz on 4. Nesses dois clubes acontecem apresentações de comédia, festas, e shows de música ao vivo.
Clubes Infanto Juvenis (Youth Clubs): os clubes para as crianças ficam localizados no deck 14, na frente do navio. As crianças são divididas por idade, os grupos são Aquanauts (3-5 anos), Explorers (6-8 anos), Voyagers (9-11 anos). Para bebês e crianças bem pequenas, tem o programa Royal Babies (6-18 meses) com atividades para os pais participarem com as crianças e o Royal Tots (18-36 meses) tem sessões de brincadeiras 45 minutos. Uma Nursery (creche) também está disponível (paga à parte). Em todos os clubes há a cobrança por hora por criança depois das 22h. O clube para os adolescentes se chama Fuel e não fica junto dos clubes infantis, e sim no deck da piscina e esportes.
Os restaurantes principais onde você jantar todas as noites ficam nos decks 3, 4 e 5, e você é assinalado de acordo com o horário escolhido na reserva (nós estávamos com My Time dining, que não tem horário fixo, e o nosso restaurante era o do deck 4 todas as noites). O Windjammer é o buffet no deck 16, onde tomamos café da manhã e almoçamos várias vezes. No Solarium (área de adultos) também tem um buffet, almoçamos lá um dia, mas é menor que o Windjammer. Esses são restaurantes já incluídos no preço do cruzeiro.
Cabine no Harmony of the Seas
Ficamos em uma cabine com varanda com vista pro mar, quando reservei peguei a categoria garantida, ou seja, a Royal Caribbean que assinalou a nossa cabine, nós não escolhemos o número. Era uma categoria promocional que estava com ótimo preço, e demos sorte que ficamos no deck 6 muito bem localizados perto do elevador e da Boardwalk (não tão perto pra ter barulho, mas perto o suficiente pra não andar demais, pois os corredores desse navio são infinitos!).
A cabine em si tem ótimo tamanho e é muito bonita, uma decoração clean e moderna em tons de azul. A cama é tamanho king (mas não amamos o colchão), e o sofá cama de solteiro tem uma bicama embaixo, que é uma alternativa bem melhor do que a cama beliche que sai do teto da grande maioria dos navios (alô Disney, anote isso pros seus futuros navios). O banheiro é bom, tem um box pequeno, uma pia somente, mas funcionou direitinho (nesse ponto a Royal poderia ter feito o banheiro split como os da Disney).
A varandinha era de bom tamanho, ao invés de ter uma grade é um vidro (ou acrílico) totalmente transparente o que favorece a vista. Tem duas cadeiras com banquinho de apoio pros pés que o meu filho prontamente pegou e subiu (e levou uma bronca imediata). A tranca da porta pra varanda não achei muito legal, é um mecanismo na maçaneta que os meus filhos de 10 e 6 anos conseguiam abrir. Então tivemos que conversar com os dois pra não abrir e não ir na varanda sozinhos.
O camareiro (supostamente) faz um bichinho de toalha e deixa a programação na cabine todas as noites (o nosso falhou nisso e em outras coisas também), mas essa foto foi em um dia que ele deixou a programação em cima da cama.
Atenção: os navios da classe Oasis tem varandas com vista pro mar ou varandas com vista “pra dentro”, viradas para a Boardwalk ou pro Central Park. Leve em consideração que essas varandas viradas pra dentro tem menos privacidade (pois você vai estar de frente pra uma varanda do outro lado do Central Park ou da Boardwalk) e também tem mais barulho (pois a Boardwalk tem os shows do Aquatheater e o Central Park tem shows de música ao vivo).
Comida no navio Harmony of the Seas
A comida me decepcionou um pouco, porque foi bem inconsistente. O buffet realmente achei fraco pro almoço todos os dias, achei a comida muito sem tempero e sem sal, mas o pior mesmo era a lerdeza com que as comidas eram repostas. Teve um dia que nós tentamos três vezes pegar massas e as três vezes que chegamos lá a comida tinha acabado e eles não tinham reposto ainda. O café era razoável, tinha uma área onde você podia pedir os ovos na hora mas também ficava com pouca gente trabalhando e a fila enorme, um dos dias a mocinha que estava sozinha estava reclamando com um rapaz que veio trazer ingredientes que ela estava sozinha ali há 20 minutos e a fila enorme. A comida dos restaurantes principais no jantar achamos média, alguns pratos ótimos enquanto outros sem gosto, mas o pior foi que a cozinha errou muito os pratos. Teve dia que pedimos salada com queijo de cabra que veio sem queijo de cabra; outro dia pedimos o peru com stuffing e molho de cranberry e veio o meu prato sem o stuffing e o de todo mundo sem o molho…Mas de um modo geral dava pra achar alguma coisa que eles acertavam, como os crab cakes (bolinhos de siri) que serviram em dois jantares e estavam ótimos por exemplo.
A melhor refeição que fizemos foi de longe o jantar no Jamie’s Italian. Aí sim a comida foi muito boa, todos os pratos que provamos nós gostamos, as sobremesas também. Mas achei muito caro, pagamos mais comendo no Jamie’s Italian do navio do que no Jamie’s Italian de Londres, sendo que de modo geral em cruzeiros, os restaurantes pagos à parte cobram apenas uma “cover charge” que é uma taxa extra pois você já pagou pela comida quando comprou o cruzeiro. Nesse caso a conta foi maior do que pagamos no restaurante de rua em Londres, ou seja, não poderia ser assim jamais ($45 por adulto, $10 por criança, mais bebidas).
Tem um Johnny Rockets que fica na Boardwalk onde tomamos café um dia (incuído) mas que levou séculos, e a comida não foi melhor que nos outros lugares do navio. Fora o café da manhã, as outras refeições são cobradas à parte no Johnny Rockets. O serviço de modo geral deixou a desejar, só no Jamie’s Italian que foi realmente bom, mas lento também.
O serviço de quarto é pago, não experimentamos, o menu não é muito grande. Na Royal Promenade tem uma pizzaria (a Sorrentos) que tem uma pizza americanizada básica que o meu filho pedia na hora do lanche.
As bebidas merecem um comentário aqui: refrigerantes não estão incluídos, nem sucos, assim como as bebidas alcóolicas são pagas à parte. Nós não compramos pacotes de bebidas porque além de não tomarmos refrigerantes, o meu marido não gosta de bebida alcóolica, e eu bebo pouco. Pra gente os pacotes não valem a pena, mesmo. Em todos os cruzeiros que já fiz sempre comprei bebidas avulsas e os preços eram bem “normais” (leia-se preços praticados em bares e restaurantes nos EUA). No Harmony of the Seas os preços dos drinks são bem mais altos do que nos bares e outras cias de cruzeiro. A maioria dos drinks que eu pago entre $6 a $10, lá estavam custando $15. Certamente eles querem empurrar as pessoas pros pacotes de bebida, mas pra valer a pena você tem que beber pelo menos uns 6 drinks de $15 por dia (eu não bebo essa quantidade). Como os dois adultos da cabine são obrigados a comprar, eu teria que beber o dobro disso. Então pra gente não vale nem um pouco a pena. Se você bebe pelo menos 6 coquetéis por dia, pode considerar o pacote de bebidas. O que eu comprei e que “quase valeu” foi esse cartão de 10 drinks que saiu por $93.22, ou $9.32 cada bebida. Então pegando 10 drinks que custariam $15, você já economiza. Pra mim nem valeu tanto porque não tomei os 10 drinks, eles começaram a vender esse cartão no terceiro ou quarto dia do cruzeiro e eu não bebo tanto assim.
Entretenimento no Harmony of the Seas
O Harmony of the Seas tem vários shows musicais, e você deve agendar pelo site da Royal Caribbean antes do cruzeiro pra garantir lugar. Quando reservamos tinham uns horários bem loucos, tipo 22h ou 14h. Conseguimos alguns shows em horários mais “normais” tipo 19h30 ou 17h30, mas essa coisa de cada dia um show ser em um horário diferente é bem confuso na hora de montar a programação (prefiro como outras cias de cruzeiro fazem que tem os shows sempre no mesmo horário e você não tem que pensar).
Os shows que assistimos no Harmony of the Seas foram:
Grease – o musical de mesmo nome que o filme famosíssimo dos anos 70 foi muito bem feito, se você gosta do filme vai gostar do musical e cantar junto as músicas mais famosas. Assim como o filme, não é lá muito adequado para crianças pequenas, mas se os seus filhos assistiram o filme então tudo bem assistir essa montagem teatral. Os meus filhos não tinham visto o filme ainda e não achei apropriado pra eles…mas eu adoro o filme e adorei o musical. Pra mim foi o melhor show desse cruzeiro, de longe.
Columbus, The Musical – esse musical achei meio sem pé nem cabeça, a história é bem esquisita – um primo do Cristóvão Colombo faz uma viagem também, atrás dos seus próprios descobrimentos. O navio de madeira no meio do palco e os efeitos especiais são legais, mas o navio travou no meio da peça e eles tiveram que parar tudo por alguns minutos pra resolver. Dou nota 5 ou 6 pela história bobinha e chatinha, mas a produção é legal. As crianças acharam sem graça.
The Fine Line – esse foi o show preferido das crianças, no Aquatheater, o teatro aquático. Um show que mistura nado sincronizado, salto ornamental, acrobacias, bem original e impressionante, todos nós gostamos. Não tem nada parecido em nenhum outro cruzeiro (a não ser que seja um outro navio da classe Oasis!) e certamente eles se inspiraram no “O”, que é o espetáculo aquático do Cirque du Soleil que se apresenta em Las Vegas (e que nós já vimos e amamos). Essa versão da Royal Caribbean não chega a ser do mesmo nível que o “O”, mas também não dá pra comparar o super palco e super teatro que o Cirque du Soleil tem em Las Vegas com o que é possível ter em um navio. A Royal está de parabéns.
Shangri-la Spectacular – foi um show aquático durante o dia, bem legal também, mas com uma produção mais simples do que o Fine Line. Mas vale a pena ver.
1887 – esse foi o show que achei mais chatinho. É um show de patinação no gelo, e apesar de ser muito legal ver o pessoal patinando, a história de viagem no tempo não achei lá essas coisas. Pelo menos não é super longo, as crianças como eu acharam a patinação legal e a história chata.
Assim como em outros navios, existem várias atividades ao longo do dia se você quiser participar. Tem personagens Dreamworks que aparecem pra fotos, fazem uma dancinha na Royal Promenade, tem um café com personagens que fizemos mas achamos mais ou menos (custou $10 por pessoa, isso que eu falei sobre cover charge e que faz mais sentido do que o que cobraram no Jamie’s Italian).
Clubes infantis no Harmony of the Seas
Começamos tendo um problema básico: nós estávamos viajando com 4 crianças, 1 de 10 anos, 2 de 7 anos e 1 de 6 anos. As crianças de 6 e 7 anos ficaram no mesmo grupo do clube infantil, enquanto a Julia que tem 10 anos ficou em outro grupo. Já foi uma choradeira de cara porque eles queriam brincar juntos e não poderiam, e depois de chamar um supervisor lá eles autorizaram a Julia ficar no grupo das crianças menores. No cruzeiro Disney (que é o que os meus filhos e os amigos estavam acostumados) eles ficam todos juntos.
Achamos os clubes ok, as crianças não ficaram impressionadas não. Pros adultos a impressão foi de falta de organização, vimos uma criança pular o murinho e a mãe falando pro recreador que o estava levando o filho e ele nem tinha visto o menino sair. As partes mais bacanas são o teatrinho que eles tem e fazem um show de bonecos, a sala de artes e o laboratório de ciências, onde fazem umas “experiências”. Disso as crianças gostaram. Os horários dos clubes não são contínuos, eles funcionam de manhã, param pro almoço, depois funcionam mais um pouco de tarde, param um pouco no jantar e depois reabrem. A maioria das cias de cruzeiro opera os clubes da mesma forma, mas novamente a gente estava acostumado com a Disney que é direto de manhã até meia-noite todos os dias (e sem cobrar a mais por isso). Acabamos não aproveitando muito a noite do navio por causa dessas cobranças por hora depois das 22h (até porque não achamos que a programação era tão boa assim pra justificar o gasto extra).
Passeios do cruzeiro no Harmony of the Seas Caribe Leste
Nosso cruzeiro parou em Nassau, Labadee e St Thomas. A gente já conhecia Nassau e St Thomas, Labadee é a área privativa da Royal Caribbean no Haiti e foi a nossa primeira vez por lá.
Nassau: já fomos várias vezes a Nassau, nas Bahamas. Dessa vez nós tínhamos pouquíssimo tempo em terra e optamos por pegar um táxi e ir a Cabbage Beach, que é uma praia pública. O dia amanheceu chuvoso e ficamos na maior dúvida se íamos sair do navio ou não, mas resolvemos encarar e demos sorte que abriu o sol. Aproveitamos um pouco a praia super azul das Bahamas, mas a água estava fria (final de novembro) e como não estava muito quente, eu acabei não entrando na água. Meu marido e as crianças entraram, apesar do mar estar um pouco forte nesse dia. Essa praia tem pouquíssima infra-estrutura, apenas umas pessoas vendendo bebida e umas besteirinhas pra comer em uns carrinhos, um ou outro alugando cadeira e guarda-sol. O táxi até lá custa $4 por pessoa, são vans que funcionam em sistema de lotação.
St Thomas: nós tínhamos ido a St Thomas em agosto de 2016, então em novembro de 2017 pudemos ver o estrago que o furacão tinha feito por lá. Fomos dos primeiros navios de cruzeiro a parar lá depois da destruição, então eles ainda estavam arrumando muita coisa. Dava pra ver ainda árvores quebradas, telhados que ainda estavam por consertar aqui e ali, postes ainda esperando serem colocados no lugar. Pegamos um táxi até Magens Bay, a mesma praia que fomos um ano antes. A maioria dos coqueiros estava no chão e eles estavam replantando tudo com máquinas enormes. E estavam reconstruindo os banheiros e o bar e restaurante (tinha um funcionando apenas). A praia mesmo estava bonita, areia limpinha e água também, então aproveitamos bastante o lindo dia que estava fazendo por lá. O táxi também é em sistema de lotação e custou $10 por pessoa.
Labadee: esse pedacinho privativo da Royal Caribbean no Haiti é muito bonito mas não é do mesmo nível que o mar maravilhoso das ilhas privativas nas Bahamas. Vale dizer que a Royal Caribbean tem uma ilha nas Bahamas chamada Coco Cay, que está atualmente sendo reformada e vai ficar incrível. Os navios da classe Oasis não param em Coco Cay porque por enquanto a ilha não tem um pier que comporte esses navios, mas a Royal está construindo e eles devem começar a parar em 2019.
Achei Labadee bonita sim, mas não foi espetacular. O lugar é bonito mas a água na praia não era cristalina, é meio turva, apesar da cor bonita. A infra-estrutura achei fraca, a comida no restaurante achei realmente péssima (pro almoço) e os bares da ilha não servem coquetéis (só cerveja ou bebidas destiladas, conseguiram fazer uma margarita pra mim com um suco de caixinha que ficou uma piada). Como assim você está numa ilha tropical e o bar não serve nenhum drink com fruta?!
Outras coisas que não gostei: todas as atividades eram cobradas a parte. Um toboágua meia-boca, pague. Uma “montanha-russa” na florestinha, pague. Brinquedos infláveis no mar, pague. Zipline, pague ($100 por cabeça). Aí fica impossível não comparar com Castaway Cay, a ilha da Disney, que é muito mais bonita e tem uma infra muito melhor e não cobra cada coisinha que tem pra fazer por lá. Mas enfim, como não conheço Coco Cay, vou aguardar a minha visita lá pra fazer uma comparação mais justa. Um outro problema é que como todo mundo sabe o Haiti é um país bem pobre que sofreu muito com desastres naturais. Em Labadee tem um mercado de artesanato local e o pessoal fica realmente te perturbando pra ir lá ver e comprar as coisas. Se você não quiser passar a encheção de saco, nem chegue perto. Eu apenas passei ali no meio indo de um lado pro outro pra ver as praias e só faltou me pegarem pelo braço (tentaram). Enfim, Labadee não está no mesmo nível das ilhas privativas nas Bahamas.
Serviço no Harmony of the Seas
O principal problema do nosso cruzeiro foi o serviço. O navio é maravilhoso mas o serviço deixou a desejar. Eu realmente tive que ir no Guest Services e fazer uma reclamação muito detalhada, eles pediram mil desculpas e até trocaram o nosso camareiro (que foi muito grosso e sem noção). Foram várias situações desde o momento do embarque, em interações com vários funcionários diferentes, da pessoa que trabalha no buffet à funcionária conduzindo o treinamento de emergência, passando pelo camareiro e pelos garçons (os garçons conseguiram errar todos os dias os pedidos no jantar, só acertaram na última noite de cruzeiro – sempre esqueciam de trazer a comida de alguém e a gente já ficava esperando quem seria o premiado da noite, entre outras coisas). Engraçado é que no dia do embarque nós desencontramos dos nossos amigos pois estávamos com horários diferentes, e só fomos mesmo conversar no café da manhã do dia seguinte. E eles vieram dizer que estavam tendo vários problemas de atendimento, ou seja, não foi só com a gente. De modo geral achei que falta um controle de qualidade melhor e que o treinamento deles não deve ser super focado em satisfação do cliente, mas tanto eu quanto a Gisele que estava lá comigo tínhamos feito cruzeiro da Disney e da Carnival e até o atendimento na Carnival foi muito superior ao da Royal (não tivemos nenhum problema no navio da Carnival).
Embarque em Fort Lauderdale
O terminal da Royal Caribbean para embarque e desembarque do Harmony of the Seas em Fort Lauderdale é fantástico. Muito moderno e eficiente, o check in foi rapidíssimo. A única coisa que tinha uma fila grande e eles precisam melhorar foi pra pegar a pulseirinha de emergência para todas as crianças. Mas de resto foi um show de logística.
Desembarque em Fort Lauderdale
O desembarque foi tranquilo, a gente tinha que preencher um papel informando qual era o horário preferido pra sair do navio, colocamos o mais tarde porque o nosso vôo era só no final da tarde. Saímos em torno de 9h30 da manhã e rapidinho pegamos as malas, passamos na imigração e saímos. Chamamos um Uber e foi meio enrolado de carros e táxis mas chegamos no aeroporto mais rápido do que os nossos amigos que tinham reservado um shuttle e demorou séculos.
Tecnologia no cruzeiro Royal Caribbean
Usamos o aplicativo da Royal chamado Royal IQ. Era leeeeentoooo demais, dava nervoso. Disseram que tinha sido uma atualização recente que tinha deixado o aplicativo assim, então talvez agora esteja melhor. Mas tudo que a gente clicava ficava esperando…não achei o aplicativo muito prático, mas o que gostei nele era que você conseguia ver os gastos a bordo.
Comprei o pacote de internet pra semana toda (ilimitada) e foi realmente excelente, sem dúvida a melhor conexão a bordo de qualquer navio que já estive (comparo aí Disney, Carnival, Royal e Norwegian). Não foi baratinho mas como eu preciso da internet pra atualizar as redes sociais durante a viagem e me comunicar com a minha equipe na agência, valeu muito a pena. Você pode comprar a internet com desconto pelo site da Royal Caribbean antes de viajar.
As fotos no Harmony of the Seas
A empresa de fotos que trabalha nos navios da Royal Caribbean é exatamente a mesma dos navios da Disney. Mas eles não tem os mesmos pacotes de fotos não, e achei os pacotes mais caros. Funciona da mesma forma: os fotógrafos ficam espalhados em alguns lugares estratégicos do navio, a maioria na Royal Promenade, e todos os dias eles tem painéis diferentes pra quem quiser ir lá fazer pose. Você vê as fotos na loja no deck 6, e escolhe quais quer comprar. Nós acabamos comprando 3 fotos que gostamos, baixei no celular mesmo depois de pagar. Foi bem fácil.
Conclusão sobre o cruzeiro no Harmony of the Seas
Nós gostamos muito do navio, o Harmony of the Seas é realmente incrível – lindo e cheio de coisas pra fazer, muito inovador. Mas a experiência, em termos de atendimento, não está à altura deste navio maravilhoso. O cruzeiro não foi ruim, de jeito nenhum, e considerando o quanto pagamos nele, ficou melhor ainda (super promoção). Conversando com outras pessoas que fizeram cruzeiro com a Royal Caribbean, percebemos que não demos muita sorte com o atendimento nesse cruzeiro. Então vamos dar uma segunda chance para a Royal Caribbean, vamos fazer um cruzeiro no recém-reformado Mariner of the Seas, que agora faz cruzeiros de 3 e 4 noites para Bahamas, em julho. Ele vai parar em Coco Cay (a ilha da Royal nas Bahamas) e em Nassau, a gente deve ficar no navio no dia de Nassau pra aproveitar mais, já que é um cruzeiro de 3 noites. Vamos ver se a experiência será melhor dessa vez. Mas damos nota 10 pro navio Harmony of the Seas, o atendimento é que levou uma nota 5. Fazendo a média, a nota foi 7,5. Então foi bem bom, só não foi o “uau” que poderia ter sido com um navio desses!
Pra quem eu recomendo: para famílias com crianças e principalmente adolescentes, para casais jovens sem filhos mas que não sejam pessoas que gostem de noitada porque a noite é parada e para pessoas mais velhas que sejam bem ativas. Se você ou os seus filhos não curtem Disney, preferem atividades mais radicais ou procura um cruzeiro bom para famílias mas acha o cruzeiro Disney muito caro, certamente um cruzeiro no Harmony of the Seas é uma boa pedida. Se você quiser fazer um orçamento com a gente, é só mandar email: contato@colagemtravel.com
[…] terminar os ensaios. Achamos bem legal, gostei mais até do que o show de patinação que eu vi no Harmony of the Seas ano passado. O show acontece no Studio B, que é o rink de patinação no gelo do navio onde tem horário livre […]