Aviso logo que esse post vai ter um monte de spoilers (vou contar coisas importantes do filme e o final), então se não quiser saber, não leia!
Uma semana atrás levei a Julia pra assistir Frozen – Uma Aventura Congelante (aqui nos EUA o título é só Frozen) com algumas amiguinhas. O Eric adora o boneco de neve Olaf de ver nos trailers com a irmã, mas ele ainda é muito novinho pro cinema, não aguenta ficar sentado o filme todo, então ficou em casa com o pai. Gostamos muito do filme, Julia saiu encantada principalmente com a princesa Elsa e seus poderes, mas o filme me chamou a atenção pela história bem diferente dos outros filmes de princesa já feitos.
Resuminho da história: duas irmãs, princesas Anna e Elsa, são muito amigas, brincam juntas e se divertem com os poderes de Elsa – que pode fazer gelo e neve. Um dia Elsa machuca Anna acidentalmente em uma brincadeira, e os pais levam a menina para ser salva pelos trolls, que no processo tiram as memórias que Anna tem dos poderes de Elsa. Depois disso os pais aconselham Elsa a não mostrar seus poderes para Anna, já que seus poderes são perigosos, o que afasta as irmãs. Elsa está sempre com medo de machucar Anna, ou do que as pessoas vão pensar se souberem que ela tem esses poderes. Passam a viver trancados no castelo, Elsa sempre tentando esconder seus poderes.
Quando as princesas já estão maiores, adolescentes, os pais morrem em uma viagem de navio. Anna tenta se aproximar da irmã novamente mas ela mantém o auto-exílio que os pais encorajavam. Quando finalmente Elsa chega a maioridade e é coroada rainha, tudo parece que vai mudar e melhorar, mas Anna conhece príncipe Hans durante a festa de coroação…uma menina romântica e bobinha, pensa que achou o amor da sua vida, e quando o príncipe a pede em casamento ela aceita na mesma hora. Só que Elsa não é boba, diz que não concorda com esse casamento, as irmãs brigam e Elsa perde o controle, expondo seus poderes em público. Aterrorizada, ela foge, congelando tudo pelo caminho.
E aí Anna passa o filme tentando achar a irmã e convencê-la a voltar para casa, com a ajuda do camponês Kristoff, a rena Sven e o boneco de neve Olaf. Anna deixa Príncipe Hans no comando enquanto ela procura Elsa. Quando as irmãs se encontram e Elsa se recusa a voltar, elas discutem e Elsa acaba novamente acertando Anna com gelo, desta vez no coração. Kristoff leva Anna até os trolls, que são sua ‘família’ e eles dizem que para evitar que Anna congele, apenas um ato de amor verdadeiro pode derreter um coração congelado…Kristoff (que a essa altura já está caidinho por Anna) acha que o tal ato de amor verdadeiro será um beijo do Príncipe Hans, e leva Anna de volta a Arendelle. E aí começam as surpresas…
Apesar de dois homens – um príncipe (Hans) e um camponês (Kristoff) – participarem da história, não são eles que salvam as princesas (uau, milagre). Não é nenhum beijo romântico que resolve a situação, o ato de amor verdadeiro é na verdade o amor das irmãs: quando Anna se sacrifica por Elsa, salvando-a do Príncipe Hans enquanto termina de congelar completamente (claro que fica tudo bem e ela descongela depois disso). Mas foi uma surpresa pra todo mundo no cinema, e achei o máximo que não foi mais um filme onde um dos mocinhos salva as mocinhas indefesas. Outra surpresinha foi que o príncipe (Hans) que parece o clássico príncipe encantado bonitão e perfeito, é na verdade um cafajeste de primeira, que enganou a ingênua princesa Anna pedindo-a em casamento por interesse, e quebrou mais uma dessas histórias de amor à primeira vista que a gente já viu incontáveis vezes no cinema. E ele mesmo fala isso, que a Anna é uma bobinha aceitando casar com ele logo de cara. Achei uma ótima lição para as meninas!
Outra coisa interessante é que não existe uma vilã má e absoluta como na maioria das histórias anteriores, o que existe é uma princesa boa que não sabe controlar os seus poderes e na tentativa de se isolar do mundo, acaba causando problemas para o seu reino. Como não poderia deixar de ser, no final do filme ela finalmente aprende a controlar os poderes que tanto a angustiaram, e pode então voltar a ser a rainha de direito, divertindo seus súditos com pista de patinação no gelo durante o verão no pátio do castelo…
O cenário foi baseado nos fiores noruegueses e é lindo, o que não me conquistou foram as músicas. Fora a música Let it go, que é a principal, as demais achei chatinhas. Mas Let it go ficou na minha cabeça grudada como chiclete desde então, e não ajuda o fato das crianças ficarem pedindo pra ver a cena volta e meia no YouTube. Essa sequência da música no cinema, quando Elsa finalmente está sozinha nas montanhas, livre das pressões que sofreu a vida inteira, construindo o seu castelo de gelo, deixou as crianças doidas, era um tal e oooohhh e ahhhh…A única coisa que eu achei desnecessária foi o visual diva de Hollywood com direito a vestido com fenda sexy que colocaram nela no final da “transformação”, não precisava. Se você ficou curioso, assista aqui:
O Eric ama o boneco de neve Olaf principalmente por causa dessa música, In Summer, que é engraçadíssima justamente porque o ingênuo boneco de neve não tem ideia do que acontece com a neve no verão:
Para quem não viu o trailer ainda:
O filme já é um mega sucesso e atualmente lidera a bilheteria americana (foi lançado aqui no dia 27 de novembro, no feriado de Thanksgiving). As bonequinhas das princesas Anna e Elsa já sumiram de todas as prateleiras das lojas de brinquedo (acho que só a loja da Disney ainda tem, semana passada eu passei em várias e nenhuma loja tinha mais). E o vestido da princesa Elsa com os flocos de neve já era dos mais vendidos desde o Halloween, antes mesmo do filme ser lançado, mesmo sendo um dos vestidos mais caros da loja da Disney. A franquia Princesas está funcionando a todo vapor…Pelo menos achei as princesas Anna e Elsa um melhor exemplo para as meninas, ao lado da estudiosa Bela, da trabalhadora Tiana, da corajosa Mulan, entraram para o rol das princesas que tem algo mais a oferecer do que habilidades domésticas e beleza, ainda bem!
Bel says
Adorei saber que é uma história de princesas diferente, Lu! Vou levar a Diana com certeza. Aqui só estreia nessa 5a f.
Luciana Misura says
Acho que podemos dizer que é o filme mais ‘feminista’ de princesas já lançado 😉 Depois me diz se gostou!
Vânia Romão says
Assisti a esse filme e gostei bastante principalmente por causa do final. Agora as músicas eu tenho de concordar com você, são bem chatinhas. Se o Olaf virar um sucesso (como já está acontecendo), em breve acho que poderemos ver mais filmes com ele.
Beijos.
Luciana Misura says
Será? Acho que ele não vira um principal não…mas com certeza os bonequinhos vão vender bastante 😉
Mieline says
hum… Amei a estória, vou conferir. E ultimamente, para desenho animado, só lendo uma resenha recheada de spoilers para ver se me interessa, por que senão não tenho paciência. 😉
Luciana Misura says
Vai sim, esse vale a pena assistir! 🙂
isabella says
Nós adoramos! Eu e marido estávamos um pouco apreensivos de ir com os três (primeira vez do David e da Cecilia no cinema!), mas deu tudo certo e todos curtiram. Cecília dançou ao som das músicas e o David gargalhou com o Olaf. Estela não tirou os olhos da tela. Eu só posso concordar com as suas observações. O que mais me tocou foi eles terem explorado a questão da busca pelo auto-conhecimento, que não deixa de ser um caminho de escolhas, de renúncias, alegrias e tristezas. A cena em que Elsa inicia a sua jornada é muito forte e bonita. Fiquei emocionada. Quanto a roupa, confesso que fiquei incomodada, mas consigo entender que as roupas “do passado” não faziam mais sentido. Não a representavam mais.
Também fiquei igualmente tocada pela personagem da Anna, que apesar de não possuir nenhum “dom” ou poder, é dotada de uma alegria de viver e auto-confiança que são sempre bonitos de se ver, ainda mais em uma animação infantil. Anna em nenhum momento duvida do carácter da irmã ou é corrompida por forças externas, muito pelo contrário. Instinto forte.
Gostei muito. Depois de Brave este é um que eu quero ter em casa para assistir mais vezes.
Luciana Misura says
Que bom que vocês todos gostaram! E adorei as suas observações sobre a jornada de auto-conhecimento da Elsa e do caráter da Anna, concordo plenamente! São duas novas princesas bem “fortes”, ótimas adições pro time (bem melhores que as princesas clássicas). Também adoro Brave, mas sabe que a Julia não gosta muito? Pelo menos por enquanto ela morre de medo do filme…