Cheguei quarta-feira a noite da minha viagem de 10 dias na Itália de um jeito bem diferente do que estou acostumada. Primeiro porque fui sozinha, coisa que praticamente nunca faço. Os primeiros 5 dias na Toscana foram compromissos profissionais: uma “blog trip” parte do projeto MyTuscanExperience, expliquei tudo nesse post no Aprendiz de Viajante. Os outros 5 dias eu passei na Umbria, na casa da minha amiga Leticia, por conta própria, naquele esquema “já que estou aqui, vou aproveitar um pouco mais”!
A primeira parte da viagem, na Toscana, teve o itinerário todo programado nos mínimos detalhes pelo projeto. A gente tinha uma guia (italiana que falava inglês) e um motorista que levavam o nosso grupo (de 5 blogueiros) aos lugares do roteiro. Foi bem legal mas bastante cansativo, a gente saía do hotel por volta de 8h30-9 da manhã e o jantar só acabava lá pelas 23h. Tirando o fato que quando eu viajo com a minha família a gente sai mais tarde e janta mais cedo, os dias cheios não foram nenhuma novidade. Mas como não estou acostumada a viajar com guia (nem os demais blogueiros), achamos cansativo as constantes explicações sobre tudo o tempo todo. Não sei se toda viagem com guia é assim ou se foi só a nossa guia, mas eu prefiro explorar por minha conta, sem ter que ouvir uma aula o dia inteiro! Obviamente tem o lado bom, muita coisa que eu aprendi não teria ficado sabendo se estivesse viajando sozinha, não tive que me preocupar em agendar nada, nem em como chegar em cada lugar, mas realmente viajar assim não faz o meu estilo. Pra quem tem medo de viajar sozinho, claro que é uma boa pedida, e já pedi pra minha guia mandar os nomes e contatos de guias que falam português pra colocar aqui depois pra quem tiver interesse.
A segunda parte da viagem, na Umbria, eu estava na casa da Leticia e passeando com ela e a sua família no final de semana e sozinha nos outros dias enquanto ela e o marido trabalhavam. Aí sim foi mais do jeito que eu gosto, com os amigos ou andando sozinha pelas cidades e indo pra onde eu quero na hora que bem entender! Foi gostoso, deu pra aproveitar bem esses dias, mas é claro que senti falta de viajar com a minha família. Adoro descobrir lugares novos e mostrar pras crianças, e também ver os lugares através dos olhos deles – eles sempre reparam em coisas que a gente não repara. Mas não achei as cidades medievais muito adequadas pra crianças bem pequenas não: ladeiras com piso de pedras irregulares até dizer chega, seria complicado pra andar com os carrinhos e eles iam ficar bem cansados de andar a pé morro acima. Acho que é uma viagem melhor com crianças mais velhas que aguentem andar bastante ou então com bebês bem pequenos, que dê pra levar num carregador de bebê.
Conhecer a Itália é descobrir um pouco mais sobre o Brasil – temos tanta coisa em comum, como não poderia deixar de ser. Volta e meia conversando com a nossa guia, motorista ou alguns dos italianos donos dos hotéis que ficamos a gente descobria alguma coisa similar. De expressões parecidas (volta e meia eu falava pra guia “nossa, a gente fala isso no Brasil também”) ao jeito de falar animadamente, muitas vezes com as mãos. Infelizmente, várias coisas em comum são ruins: um histórico de políticos corruptos vem de longe na Itália, assim como uma mentalidade meio que cada um por si, sem muito respeito por leis e pelo coletivo. Senti o mesmo quando fui a Portugal há muitos anos: reconhecer o nosso país (qualidades e defeitos) em um outro é muito interessante e explica muita coisa. E como a minha família é portuguesa e italiana, essa sensação é ainda maior.
O que mais me impressionou nessa região que visitei foram as cidades medievais pra todo lado. Nunca imaginei que fossem tantas, tão bem preservadas. Você está dirigindo e a cada 20-30 minutos dá de cara com uma cidade dessas, normalmente no alto das colinas (posição melhor pra se defender de ataques) e muradas (aqueles muros de pedra imensos ao redor da cidade). San Gimignano, Colle di Val D’Elsa, Castellini in Chianti, Siena, Monteriggioni, Staggia, Spello, Spoleto, Assis, Perugia, essas foram apenas algumas que eu visitei, mas não faltam opções. Deve ser muito louco crescer ao redor dessas cidades com centenas ou milhares de anos ao redor, esbarrando em ruínas etruscas ou romanas no caminho pra escola ou trabalho.
A comida é um capítulo a parte, o Gabe já tinha me falado que era muito boa em todo lugar (ele já foi a Itália 3 vezes, antes da gente se conhecer), e embora eu tenha certeza que isso não é verdade 100% das vezes, tive que concordar. Massas maravilhosas, carnes idem, e eu que sou fanática por sorvete me acabei nos gelatos, os sorvetes italianos maravilhosos que eu raramente encontro por aqui em Austin. Infelizmente como eu estava doente antes da viagem e tomando vários remédios (quase tive que cancelar!), não pude aproveitar os vinhos. Fiz as degustações que estavam no roteiro (bebendo um golinho de cada só pra sentir o gosto) e só. Isso foi triste, porque eu adoro vinhos e experimentei vários bons, mas não pude aproveitar. Ganhei alguns vinhos de presente e estão aqui em casa pra quando eu puder tomar…
Enfim, achei o país lindíssimo, o turismo está bem organizado, o que eles realmente podiam melhorar é adicionar umas línguas além do italiano. Muita gente não fala nem inglês, mas pra quem fala português não é tão difícil assim de se virar. Muitas vezes eu pedia pra eles falarem italiano mesmo que era mais fácil de entender do que se eles tentassem falar inglês. E eu falando em português ou espanhol era mais fácil deles entenderem do que inglês.
Com certeza voltarei, ainda tenho que conhecer muita coisa na Itália! Roma, Veneza, Sicília, Florença, Cinque Terre, Costa Amalfitana, a região dos alpes de onde é a família do Gabe, Nápolis e Milão, de onde vem os meus bisavós, lugares não faltam na minha lista. Como uma parte da viagem eu fui representando o Aprendiz de Viajante, os posts da Toscana vou escrever todos por lá, e os posts da Umbria por aqui. Comecei com esse: 15 dias de viagem pra Itália para quem vai pela primeira vez, passa lá pra conferir!
Veja meus outros posts na Umbria: Um dia em Assis, na Umbria e Conhecendo a pequenina Spello.
Meus posts da Toscana no Aprendiz de Viajante.
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Heloisa says
Bem vinda de volta! Acho a Toscana linda (embora nunca tenha ido lá). Se eu pudesse escolher um lugar para morar gostaria de morar lá. Já vi o filme “Sob o sol da Toscana” várias vezes e não me canso de ver. Abraços. Heloisa. 🙂
Luciana Misura says
Heloisa, acredita que não vi esse filme ainda? Estou lendo o livro e doida pra ver o filme…mas fiquei sabendo que a autora teve que se mudar por causa do número de turistas que passaram a bater ponto na porta da casa 🙁
Luciana Rodrigues - Turismo em Roma says
Também nunca vi!
Luciana Rodrigues - Turismo em Roma says
Poxa, Lu. Que pena não ter podido te conhecer. Teria ido com prazer até o aeroporto para tomarmos um café. Acho que a crise deve estar feia mesmo, porque se até a Toscana está lutando para atrair turistas (acredite, eles nunca “precisaram” fazer propaganda do território), a coisa está preta! Me lembro que estive no Colle di Val d’Elsa uns 6 meses depois da novela Passione e posso confirmar que tava cheio de brasileiros, os encontrei em restaurantes, hotéis, etc. Fico aguardando mais das suas observações. Quanto às semelhanças entre Brasil e Itália, bem, às vezes prefiro nem pensar!!! Beijoss, Lu
ruth says
Oiii luciana da um bom tempo que encontrei o seu blog e me apaixonei …. chamo me Ruth e vivo na Italia da alguns anos , precisamente a Perugia a cidade do chocolate ” em particular o BACI perugina” mas tudo isso pensa que vc ja seja conhecedora pois Perugia foi uma das cidade que vc conheceu aqui na Italia … Se vc ainda tiver o desejo de conhecer outras coisas que Perugia oferece que com certesa em 5 dias nao deu tempo pr vc conhecer seria feliz se vc me desse a oportunidade de conhecer vc e a sua familia … E se vc for contenta posso vos hospedar a casa mia .
UM ABRACO RUTH
Luciana Misura says
Puxa Ruth, eu estava aí pertinho de você! Obrigada pelo convite! Um dia voltaremos pra visitar a região e quero fazer o passeio pela fábrica de chocolates, quem sabe a gente não se conhece no futuro 🙂
Ana Paula says
Olá, Luciana!
Amei demais esse post, pois sou apaixonada pela Itália.
Estive lá apenas uma vez, em 2010, com meu marido. Passamos por Roma e Veneza (com bate e volta em Pisa). Era o sonho dele conhecer a Europa e a Itália era o lugar número um no continente.
Quero muito um dia voltar. Roma é um sonho!
Bjs
Luciana Misura says
Nem fala, eu estou doida pra ir a Roma, fiquei doida de estar na Itália e não ir a Roma, mas enfim, quero voltar com a família toda!
Roberta Trezza says
Pretendemos realizar nosso sonho de visitar a Itália em janeiro 2015. Temos em torno de 17 dias e, como vamos “por conta própria” estamos tentando montar um roteiro mas está um pouco complicado, por isso, gostaria de saber sua opinião de uma programação simples com as cidades que são imperdíveis para uma “primeira vez”. Pelo que estamos planejando, pensamos em Roma, Florença, Toscana, Pisa e Assis. O que está faltando? Não gostaríamos de ficar “trocando de hotel” muitas vezes e não pretendemos alugar carro. O que podemos fazer de trem? Outra questão, por se tratar do inverno, queríamos lugares com “menos possibilidade de neve”. Isso é possível?
Desde já agradeço sua atenção e parabenizo pelo maravilhoso blog, que está sendo muito importante para a realização do nosso sonho. Muito obrigada por todas as suas dicas! roberta.trezza@gmail.com