Na nossa viagem pelo Texas e Novo México paramos no Carlsbad Caverns National Park, que fica no sudeste do estado, perto da fronteira com o Texas. A ideia era fazer o tour nas cavernas de manhã e seguir para Roswell depois do almoço, mas eu amanheci com febre e muito mais gripada que na noite anterior e acabamos indo pras cavernas já perto de meio-dia, estragando os planos iniciais. Pra quem planeja conhecer o Carlsbad Caverns National Park, a cidade mais próxima pra procurar hotel é Carlsbad, NM, mas saiba que os hotéis são simples e caros. O motivo: é uma área onde ficam várias empresas de exploração de petróleo, então a maioria dos hóspedes trabalham pra essas empresas, inflacionando os valores de um simples motel de beira de estrada na época que nós fomos pra quase 200 dólares a diária. Veja com bastante antecedência, ou não durma em Carlsbad. Nós ficamos no Best Western Stevens Inn, que foi a opção mais barata que eu encontrei na cidade pra passar 1 noite. De Carlsbad ao parque são 30 km. Atenção que existe uma cidade chamada Carlsbad na Califórnia, que costuma ser a primeira opção nos sites de hotel, não reserve um hotel lá achando que é no Novo México!
Carlsbad Caverns é um conjunto de cavernas de calcário (da época que essa região era mar) no deserto de Chihuahua. Ao contrário do que muita gente imagina quando pensa em cavernas, a área do parque fica entre 1000m e 1600m de altitude, onde o deserto encontra as Montanhas Guadalupe. Existem mais de 300 cavernas na região e o parque abriga 120 delas, sendo a Big Cave (Carlsbad Cavern) a principal. O Big Room na Big Cave (falta de criatividade nesses nomes) é o mais famoso e é realmente gigantesco: 1.220m de comprimento, 191m de largura e 78m de altura, sendo um dos maiores dos EUA e por muitos anos foi um dos maiores do mundo. Se você já visitou outras cavernas e elas eram apertadas, com teto baixo, meio claustrofóbicas, esqueça: no Big Room não falta espaço.
Você entra na caverna pelo Centro de Visitantes, a trilha dentro da caverna é pavimentada então você anda tranquilo sem tropeçar em nada, tem corrimão, tem elevador pra descer os 183m até o fundo, ou seja, esforço mínimo (existe uma outra entrada que você desce a pé, se quiser). Pra quem está com criança pequena como nós estávamos, o elevador é ótimo. A trilha principal na caverna é acessível pra cadeira de rodas, mas eles não permitem carrinho de bebê. Usamos um carregador de bebê pro Eric, nosso Ergo que nos acompanha sempre nas viagens. O Visitor Center tem banheiros, lanchonete, lojinha, tudo simples mas arrumadinho.
Pra se orientar melhor e entender o que está vendo nessas fotos da caverna, procure sempre o corrimão. Na maioria das fotos você consegue encontrar o corrimão, aí dá pra ter uma boa noção do tamanho da caverna em relação ao corrimão.
Nós fizemos uma self guided tour, ou seja, um tour por conta própria, sem guia, pois era o que podíamos fazer com as crianças nessa idade. Eles tem outras opções de tours com guias que inclusive visitam outros trechos e outras cavernas que você não tem acesso quando visita sozinho, mas esses tem que comprar com antecedência e a idade mínima é 4 anos (ou mais, dependendo do tour). A temperatura dentro da caverna é constante o ano todo, 13 graus. Os americanos falam pra levar um casaco leve, mas pra maioria dos brasileiros 13 graus é bem frio 😉 Vista-se de acordo.
Existem muitas estalactites e estalagmites, muitas “cortinas” e colunas, tudo em tamanho extra grande, porque as cavernas ficam em cima de uma reserva de petróleo e componentes químicos do petróleo reagindo com o calcário são responsáveis pelo fenômeno. Essas cavernas não se formaram apenas por ação da água como a maioria das cavernas de calcário pelo mundo, elas foram dissolvidas por ácido sulfúrico! As formações são incríveis, muito mais bonitas que na maioria das cavernas que já visitamos.
Esse parque participa do Junior Rangers, que é o programa infantil onde as crianças pegam um livrinho gratuito de atividades educativas (peça no Visitor Center) e completando um número de atividades de acordo com a idade, ganham uma “badge” que é um broche com o nome do parque igual ao que os Park Rangers (os funcionários do parque) usam. A Julia ama, claro, e adicionou mais uma badge pra sua coleção. Vale lembrar que a criança não precisa completar o livrinho inteiro, tem o número de atividades por idade e você escolhe as atividades que quiser (eu escolho as mais rápidas pra Julia, já que na maior parte das vezes a gente não está visitando o parque por vários dias seguidos, com exceção do Grand Canyon que ficamos vários dias e ela fez atividades mais demoradas).
Uma palavra sobre morcegos: existem centenas de milhares de morcegos nas cavernas, mas você não vê, até porque eles ficam escondidos bem longe de onde passam os turistas. Em certas épocas do ano você pode ir até uma das entradas da caverna no final do dia (pôr-do-sol) pra observar os morcegos saindo da caverna em grandes números. Mas se você não quiser ver os morcegos, dificilmente vai ver algum. Nós não vimos nenhum morcego. Curiosidade: ossos de animais da era do gelo como jaguares, camelos, leões e preguiças gigantes foram encontrados na entrada de algumas das cavernas do parque.
Nossa visita foi rápida (ficamos um pouco mais de 4 horas no parque, umas 3h dentro da caverna) mas com certeza valeu a pena, mesmo doente achei a caverna lindíssima e recomendo incluir o Carlsbad Caverns National Park em uma visita ao Novo México. Pra quem gosta de cavernas, com certeza é um prato cheio. E pra quem normalmente não se sente bem em cavernas menores e apertadas, é uma bela oportunidade! Veja o nosso roteiro de viagem pelo Texas e Novo México.
A Ana e o Rodrigo do blog 1000 dias também visitaram o parque e fizeram um dos tours guiados, se tiver interesse dá uma olhada no blog deles.
Ana Walker says
Ai que pena que nao vi esse post antes. Eu moro em Carlsbad!! Seria um prazer te conhecer.
Luciana Misura says
Voce mora ai ha muito tempo? Nos fomos em 2013!