Deixa eu comentar da festa internacional que tivemos hoje na nossa aula de ESL…
Essa é a nossa sala, um pouco modificada pela arrumação da festa (mais apertada que o normal) e a mesa do portunhol.
Somos 38 estudantes de tudo quanto é canto (como mostrei com a foto do mapa alguns dias atrás) e hoje foi um dia importante porque é quando a professora manda a lista de presença para a coordenação estadual do curso, e baseado no número de pessoas inscritas, eles decidem a verba do programa no próximo ano. A nossa turma tem aulas de segunda a quinta, das 9h30 as 13h, com direito a lanche (a comida também é gratuita), temos biblioteca e computadores à disposição e recebemos um fichário, uma gramática e um livro de pronúncia. Nem um tostão por isso. A turma anterior não tinha os livros gratuitos, temos agora porque esta turma do ano passado era grande e mandaram mais verba para a turma deste ano (normalmente eles esperam que os alunos continuem e que entre mais gente). A turma do ano que vem vai ter provavelmente ainda mais verba. A festa foi para garantir que todos os estudantes comparecessem, porque sempre temos um pouco mais da metade presente, se alternando, e alguns poucos alunos que vão todos os dias mesmo.
Então…cada um levou um prato típico do seu país, doces e salgados. Tivemos uma sessão de bingo (que todos conheciam, é verdadeiramente um jogo internacional – uma praga!) e depois que já estava todo mundo babando, todos apresentaram os seus pratos, comentando o que tinha de típico (ou não) a respeito. Eu levei os meus brigadeiros, que me deram mais trabalho que o previsto, porque o leite condensado daqui é diferente (lógico, como tudo) e não fica com a mesma consistência que o brasileiro, mas como definiu a minha amiga mexicana, isso são coisas que só a gente que conhece bem o prato, sabe dizer. Ela levou tostadas de frango, que tentou fazer menos picante para agradar os diversos paladares da turma, que acabou dividida – eu achei no ponto (se tivesse mais pimenta eu não comia) mas a japonesa provou e começou a chorar.
No final provamos de tudo, eu tive que repetir os maravilhosos pratos que a parte oriental da turma trouxe: macarrão coreano, rolinhos chineses, carne com gengibre chinesa, pastéis coreanos, arroz indiano, bolinhos indianos, salgadinhos de taiwan. Rolou até bombom de vodka trazido pela ucraniana e a menina da Estônia trouxe uma receita de doce sueca. A outra brasileira levou um bolo de fubá e no final da festa eu tava traduzindo as receitas brasileiras para uma das polonesas.
Eu gosto muito da aula, mas o menos importante ali pra mim é aprender inglês (a professora já tinha me falado que eu não precisava estar ali, porque o meu inglês e muito acima do resto da turma). Mas a gente aprende tanto de todas as culturas, e invariavelmente todo mundo fala dos seus países e costumes, que é como viajar um pouco para todos esses lugares todos os dias. Eu juro que quando começar a trabalhar vou morrer de saudades dessas aulas…
Estava aqui olhando as fotos de cada mesa, as pessoas acabam sentadas agrupadas por localidade / culturas. Na primeira mesa estavam quase todos os europeus, na segunda, os latinos e mais algumas pessoas que normalmente sentam com a gente – a russa, a tailandesa e a indiana – e as duas ucranianas novas. Na terceira mesa, mais europeus e alguns orientais que não couberam na quarta mesa, que só tinha orientais. Olhando assim pode parecer que tem panelinhas, mas não é verdade, durante as aulas sempre tem alguém diferente na mesa e todo mundo se fala, ainda mais quando é pra falar mal da comida americana e de como é irritante eles não usarem o sistema métrico e escreverem a data ao contrário. :-)) Hah!
Amanhã vou começar a falar das coisinhas de Halloween e de Natal que já estão inundando as lojas por aqui…depois da festa hoje andamos por algumas lojas e está tudo decorado com abóboras…
Ligia Beatriz Cooke says
Esse e o terceiro email que envio. Como que cultura e interessante ne? Eu tambem levei brigadeiro pra nossa festa de fim de ano. Estou preocupada em saber se e mesmo cultura ou nos nao temos muita imaginacao. Rs
Ja fez moqueca pro seu marido? Se nao vc pode fazer que eu fiz e os americanos que provaram adoraram…
Luciana Misura says
Claro que é cultura, o brigadeira é tão forte nas festas brasileiras, que é sempre legal levar pra eles conhecerem! Meu marido não come peixe nem frutos do mar (infelizmente), então realmente não dá pra fazer moqueca pra ele 🙁