A chuva do dia anterior lavou toda a neve das árvores e deixou uma perigosa camada de gelo por cima da neve. Mas a temperatura subiu bastante e estava em 1 grau positivo quando saímos para o passeio nos trenós puxados por cachorros (dog sledding), o que torna a viagem nos trenós mais lenta – os cachorros começam a afundar na neve que está derretendo, ao invés de correr no topo da neve seca. Como ainda tinha muita neve no chão, não atrapalhou muito. O sol apareceu e a floresta estava linda, a trilha fica dentro da Hiawatha National Forest.
O Fred e a Jennifer, que tem uma pequena empresa de dog sledding para turistas, são os donos dos cães e guias nas trilhas, eles tem 66 cães corredores. São todos super amistosos e nos receberam com tantos latidos que mal dava para conversar. Os cachorros ficam todos excitadíssimos querendo ser escolhidos para puxar o trenó, e depois que o Fred deu as explicações (os comandos básicos Stop, Stay quando você quer parar e Pull Tight para alinhar os cachorros e correr, além de uma rápida explicação sobre os dois tipos de freios do trenó), os cachorros ficaram enlouquecidos para serem atrelados ao trenó. Fomos em 4 trenós, duas pessoas em cada. Cada um dos nossos trenós tinha 6 cachorros e o do Fred e Jennifer tinha 10 (eles estavam carregando o almoço e outras coisas, e levando cachorros extras para os nossos trenós caso algum dos nossos cães ficasse cansado).
Saímos rapidamente e daí em diante era só o silêncio da floresta branca, os cachorros correndo (eles param de latir quando estão correndo) e o barulho dos trenós na neve. Eu estava sentadinha no trenó, enrolada em uma lona e com proteção no rosto – já que os cachorros jogam um pouco de neve para trás enquanto correm. Depois de 3 horas de trilha, paramos para almoçar. Fred fez fogo e assou nossos pasties (tipo um pastel de batata com legumes) e serviu chocolate quente. Os cachorros descansaram, os cães do trenó do Fred comportadíssimos deitadinhos, os outros na maior algazarra pedindo atenção. Ele explicou que pega os cães mais disciplinados e que correm mais para o seu trenó, já que ele às vezes faz viagens de muitos dias nas trilhas, e dá para ver bem a diferença de comportamento entre os cachorros. Depois do almoço, mais 3 horas de trilha, até a volta para o ponto de partida.
Nossos cachorros fofos eram liderados por Summer e Storm, mãe e filha, ambas de pêlo branco. Logo atrás, vinham Tipper e Uno, malhados, e sozinhos, na terceira e quarta fila, Lover e Moon, pretos. É engraçado ver a personalidade dos cachorros, como por exemplo a timidez de Tipper, que se esconde e treme toda quando alguém vem falar com ela; Moon, preguiçosa, pulando de um lado para o outro da guia e comendo neve pelo caminho (vai ver por isso que ela fazia xixi o tempo todo); Uno e Lover, simpáticos e quietos, Summer com sua pose de rainha e líder absoluta, e Storm, líder tímida, é o seu primeiro ano como líder de um time de cães. Quando chegamos fomos parabenizar cada um dos nossos cachorrinhos, e vimos Summer desenterrar um osso debaixo de um monte de neve, recompensa pela jornada. O passeio foi bem legal, pena que um pouco lento para o meu gosto. Fred poderia ter usado mais cachorros, mas ele ficou preocupado de ficar rápido demais e acabou sendo ao contrário. Fica para a próxima.
Depois do passeio, voltamos para a cabana e ficamos lá montando um quebra-cabeça gigante que começamos no dia anterior até a hora do jantar. Fomos ao único restaurante da região, chamado The Camel Riders, que estava lotado e acabou demorando tanto que saímos de lá perto de meia-noite. Chegamos na cabana 15 minutinhos antes, soltamos fogos na neve lá fora (estava nevando um pouquinho, e esfriou bastante) e fizemos a contagem regressiva dentro de casa mesmo, junto com o pessoal na TV em NY. Feliz 2005!
DriScully says
Wow que coisa fofa os cachorros!!!
As fotos ficaram lindas como sempre 🙂
Bjs
zeh says
nossa