Acordamos e infelizmente o tempo estava cinza, uma garoa fininha e a névoa encobrindo o porto eram desanimadores. Mas como as chuvas de verão nessa área são imprevisíveis – leia-se podem durar o dia inteiro ou desaparecer completamente em questão de horas – saímos do hotel preparados pra pegar praia se o tempo melhorasse.
Novamente recorremos ao Yelp pra encontrar um local pra tomar café. Fomos a um diner tradicional chamado Jimmy’s Eastside Diner pra um típico café-da-manhã americano – ovos, panquecas, bacon, batatas e afins. Estava cheio, pegamos a última mesa vazia e todo mundo que chegou depois teve que esperar numa fila que foi aumentando até a hora que saímos (junto com o sol!). Mas achei a comida normalzinha, nada de especial pra justificar a fila.
Como o sol resolveu aparecer, pegamos o carro e fomos direto pra Miami Beach. Dirigimos do norte ao sul da ilha pela Collins Ave, apreciando as casas nas beiras dos canais, os hotéis de todos os tamanhos e o distrito com os prédios art-déco históricos. Vimos o maior número de Lamborghinis que eu já vi até hoje nas ruas, muita gente de roupa de praia andando nas calçadas e muitas lojas de todos os tipos – grifes famosas a lojinhas alternativas locais. No sul da Collins viramos pra pegar a Ocean Drive no sentido sul-norte – lindinhos os prédios art-déco e os jardins do calçadão de South Beach. Estacionar estava impossível e acabamos deixando o carro em um estacionamento particular que cobra o triplo do preço do estacionamento da prefeitura (como as vagas da prefeitura são insuficientes, os estacionamentos particulares metem a faca mesmo).
Fomos então pra praia ali na altura da 8th Street, no Lummus Park, o céu ainda estava ameaçando fechar novamente trazendo mais chuva, mas resolvemos encarar já que estava quente (uns 31 graus). A praia estava cheia, apesar do tempo feio, e entramos na água morninha deliciosa até a polícia aparecer pra alertar que a tempestade estava na direção da praia e que eles recomendavam que todo mundo saísse de lá. Contrariados fomos embora ao mesmo tempo que a chuva começava novamente, nos refugiamos em um restaurante na Ocean Drive já que a Julia estava com fome e ficamos por lá fazendo hora até a chuva diminuir (o restaurante era bem fraquinho e careiro, não vou nem colocar o nome aqui porque não recomendo). Momento bacana na praia: os pelicanos mergulhando e comendo peixinhos, Julia amou.
Quando a chuva torrencial virou uma garoa fina, resolvemos pegar o carro e ir dirigindo norte, rumo a North Miami Beach, Surfside, Bal Harbour, Sunny Isles, Golden Beach e Hollywood, que são cidades/praias praticamente continuação umas das outras. Depois que passamos de Hollywood demos meia-volta e paramos em Miami Beach, não sei exatamente em qual parque, pra mais um tempinho na praia. A água estava mais morna do que mais cedo, uma delícia. Curtimos bastante com a Julia que adorou “nadar” e pular as ondinhas, até a chuva mais uma vez nos expulsar da praia. Dessa vez já estava quase na hora do jantar então voltamos pro hotel antes de saírmos pra comer.
Dessa vez seguimos a recomendação do guia Frommers, que foi devidamente apoiada pelo Yelp: o restaurante cubano tradicionalíssimo em Little Havana chamado Versailles. Estava lotado, mas não demorou muito pra gente sentar porque o lugar é bem grande. Eu já tinha provado comida cubana antes e achado parecida com a comida brasileira, e mais uma vez confirmei essa impressão (atenção que eu não falei que é igual, é parecida, muito mais parecida do que a comida mexicana por exemplo, que os americanos sempre acham que deve ser igual a comida brasileira). O bolinho (croquete) de aipim com recheio de carne é idêntico ao que a empregada que tivemos quando eu era criança fazia (muito bom!), o aipim cozido com arroz, feijão e carne assada estavam gostosos, comida caseira mesmo – e os preços idem. O serviço foi bom mesmo com o restaurante cheio e apesar deles esquecerem que a gente não falava espanhol e volta e meia falarem algo em espanhol pra depois emendar em inglês. Julia curtiu o grupo tocando violão e cantando e ia seguindo os caras dançando e batendo palmas com entusiasmo toda vez que eles acabavam uma música. Do lado do restaurante tem a padaria de mesmo nome servindo cafezinho e pães fresquinhos, mas como os pratos eram bem grandes, saí de lá sem conseguir comer mais nada.
Chegando ao hotel, ficamos analisando a previsão do tempo pro domingo: mais chuvas de verão em Miami, probabilidade 60%, idem para Naples, Pompano Beach e Fort Lauderdale, somente Key West tinha uma previsão um pouco melhor – chance de chuva de 40%. Resolvemos arriscar e dirigir pelas Florida Keys até lá, cruzando os dedos pra chuva nos dar uma trégua.
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