Começamos o dia trocando de hotel, fizemos check-out no Embassy Suites e fomos para o histórico The Crockett Hotel. Os dois hotéis ofereceram a hospedagem, então ficamos 2 noites no Embassy Suites e 2 noites no Crockett.
O Crockett Hotel fica bem atrás do Álamo, dá pra ir andando para a Riverwalk (5 minutinhos), é uma localização excelente. Nós ficamos numa suite, super espaçosa, pra quem viaja com os filhos é ótimo – o quarto de quina com a cama king size é enorme, muitas janelas, um sofá, duas cadeiras, mesinha de trabalho com cadeira, uma pequena cozinha escondida com mini geladeira, pia, microondas e cafeteira, um closet de bom tamanho na entrada, só achei o banheiro pequeno em relação ao tamanho do quarto. Os produtinhos do banheiro eram muitos, da ótima marca Gilchrist & Soames que é super tradicional e já vimos em outros hotéis históricos onde nos hospedamos. A decoração definitivamente não era o que eu esperava de um hotel histórico, achei muito genérica, dentro e fora dos quartos, e precisando de uma renovação (como tudo nessa vida é questão de gosto, a Julia disse que achou o hotel lindo, mostrando que ela não puxou a mãe). O quarto adjacente conectado ao nosso tinha duas camas de casal, uma mesinha de trabalho, uma cômoda com a TV, um bom closet e o banheiro, que era do mesmo tamanho que o do quarto maior mas com outra configuração (pia menor), com os mesmos ótimos produtos.
O café-da-manhã está incluído e a internet wi-fi também, o estacionamento é mais barato: $20 a diária. Eles tem uma pequena piscina ao ar livre, bem bonitinha, que é sempre um bônus em se tratando de um hotel no Texas. E eles tem uma coisa fantástica, um disque sorvete Haagen-Dazs, você liga na recepção e eles tem vários potes pra vender e entregar no seu quarto. Por favor demais hotéis pelo mundo, copiem. Falando mais do café-da-manhã, é o tradicional americano com um toque tex-mex, você pode fazer o seu breakfast taco se quiser (tortilla + ovos mexidos + salsa mexicana). De resto são as coisas que a gente conhece: waffles que você mesmo faz na hora (nas máquinas de waffle com formato do estado do Texas, sempre uma alegria para as crianças), algumas frutas, sucos, iogurte, bagels, cream cheese, muffins, cereais, leite, café, ice tea, ovos mexidos ou cozidos, bacon, enfim, tudo que faz do café americano aquela coisa suuuper saudável que a gente já conhece (ironia, pra quem não entendeu).
Saímos do hotel e fomos para o San Antonio Botanical Garden, me perguntando se não era uma péssima ideia visitar um Jardim Botânico durante o inverno (eu tinha colocado na lista das coisas para fazer e nem pensei no assunto até colocarmos no GPS do carro). Felizmente o lugar era bonitinho e tinha sim várias plantas vivas mesmo nessa época do ano (ufa!). Com certeza é um programa muito melhor na primavera e no verão, deve ficar lindíssimo todo verdinho e florido. Mas como todo mundo aqui em casa gosta de uma planta e os meus filhos já foram treinados pelos avós desde pequenininhos a adorar tudo que é jardim, a gente gostou do passeio. As estufas principalmente, já que o inverno era irrelevante lá dentro, e pude mostrar pras crianças várias plantinhas que a vovó tem no Rio. Em uma outra estufa eles adoraram ver a “árvore do chocolate” (cacau, claro), uma bananeira carregada, a planta da baunilha, um pé de mandioca, a plantinha da pimenta do reino, enfim, não faltaram motivos para surpreender as crianças. Demos a volta no Jardim Botânico inteiro (não é muito grande), e seguimos para o Witte Museum, ali pertinho.
Antes de chegar ao Witte, uma pausa para o almoço. Querendo fugir da inevitável comida mexicana que domina San Antonio, dei uma olhada no Yelp nos restaurantes e lanchonetes próximos e escolhi a Cheesy Janes, de hambúrgueres, que estava com ótimas reviews. A rua onde fica essa lanchonete está em obras, mas eles estão funcionando normalmente. O lugar é bonitinho, estilo diner anos 50, com atendimento simpático e as melhores sweet potato fries que eu já comi. Sério, gente, eu não sou uma pessoa que dá a mínima pra batata-frita – aliás eu não dou a mínima pra batata nenhuma. Mas essas sweet potato fries (batatas-fritas feitas com batata-doce) estavam perfeitas – crocantes por fora, molinhas por dentro, com sal e pimenta do reino na medida certa, se você nunca provou sweet potato fries, esse é o lugar. Os hambúrgueres são bons, bem-feitinhos com ingredientes decentes e bem temperados, eu comi um deluxe e o Gabe provou o que vem cheio de jalapenos, a pimenta que os texanos e mexicanos adoram colocar em tudo e juram que não é picante (não caia nessa conversa!). As crianças comeram e aprovaram: o Eric foi de cheeseburguer e a Julia pediu um queijo-quente em um momento “quero ser diferente hoje”. Gabe tomou um milk shake que tinha sorvete de peanut butter e caramelo, disse que estava maravilhoso, então acreditem nele porque eu não tomo milk shake mesmo.
Fomos então para o Witte Museum, que é o museu de ciências e história da cidade. Confesso que esperava mais desse museu, não está no mesmo nível dos museus de ciência e história que visitamos em Houston, Dallas e até mesmo Austin. Não que não tenha nada de interessante, mas como turista visitando a cidade, a única exposição que considero que vale a pena é a excelente exposição sobre a história do Texas, “A Wild and Vivid Land – Stories of South Texas”, essa sim é muito mais bacana do que o Texas Ranger Museum onde fomos ontem. Pra nós, que estávamos interessados na história do Texas e não necessariamente só nos Rangers, essa exposição foi nota 10. Dos índios Comanche, que viviam na região, as guerras indígenas que dizimaram as tribos e terminaram estabelecendo as primeiras reservas, os primeiros fazendeiros pioneiros que desbravaram o Texas, as missões, é um bom panorama da história do estado. No primeiro piso desse prédio tinha ainda uma exposição pequena sobre os Texas Rangers e uma outra com quadros do artista Porfirio Salinas, que pintou as paisagens texanas no início do século 20, quadros muito bonitos. Julia gostou, mexeu em tudo que podia mexer, subiu na sela de cavalo pra tirar foto, enquanto o Eric dormia (como ele sempre faz depois do almoço, quem lê os relatos das viagens aqui no blog já deve ter notado). O Witte tem uma área externa bem bonita, com muitas árvores, deve ser bem agradável em outras épocas do ano.
Saímos de lá rumo a Pearl Brewery e a Riverwalk North, que é a expansão da Riverwalk de downtown, o trecho chamado Museum Reach. Você pode pegar um táxi barco na Riverwalk em downtown pra cá, vir de bicicleta ou mesmo caminhando. Se estiver de carro como a gente, pode estacionar na Pearl Brewery e entrar pelo parque ao lado do restaurante La Gloria, que fica na beira do rio. Várias obras e instalações de arte estão espalhadas por esse trecho, como os peixes flutuantes que vocês vêem nas fotos, ou a gruta no fundo do mar. Vimos pouca gente andando nesse frio, só mesmo os corajosos corredores se exercitando. Andamos até o San Antonio Museum of Art, que é imenso e preciso visitar futuramente, e demos meia volta porque estava ficando escuro.
A Pearl Brewery era uma antiga fábrica de cervejas que ficou fechada por uns tempos, até ser comprada por um grupo de desenvolvimento urbano, que criou um projeto incluindo apartamentos residenciais, escritórios, lojas, restaurante e um parque público no local. As obras ainda estão em andamento, mas já há vários anos que tem uma coleção de restaurantes estrelados por ali. Eu tinha vários na minha lista para experimentar, mas vários fecham as segundas-feiras, então a escolha ficou mais restrita. Optamos pelo La Gloria, de “comida de rua mexicana”, que eu também tinha visto em alguns blogs americanos.
O La Gloria tem decoração alegre e com desenhos populares de arte mexicana, estava cheio mas conseguimos sentar imediatamente. Na primavera deve ser uma delícia pegar uma mesa na varanda, que tem vista para o rio, mas com o frio que estava fazendo ficamos no salão principal mesmo. A comida é super barata, as porções são pequenas, pra você pedir várias coisas, mas mesmo assim a conta no final sai bem razoável. Começamos com guacamole, totopos (chips) e salsa mexicana, a guacamole estava deliciosa, tinha algum tempero que eu não consegui identificar diferente do que a gente costuma comer por aí. Depois pedi um ceviche veracruzano, que não é apimentado, o Eric devorou junto comigo. As crianças quiseram quesadilla, como sempre, eu pedi uma cochinita pibil e o Gabe pediu uns tacos de porco. A tal da cochinita pibil eu queria provar desde que fomos ao México, mas como lá já tinham me avisado que era super ultra apimentada, não tive coragem. Acabei pedindo aqui e estava maravilhosa, dividi com o Gabe que também amou o tempero dessa carne de porco desfiada. Pedimos depois um sanduíche de carne a milanesa, estava bom mas foi totalmente o pedido errado, a gente queria uma coisa mais leve mas não entendeu o tamanho do sanduíche até ele chegar. Enfim, estava gostoso, mas depois disso não tinha espaço pra mais nada, nem sobremesa. Voltamos pro hotel rolando, taí um restaurante de comida mexicana que eu realmente achei bom e voltaria sem reclamar (coisa rara, porque na minha lista de comidas preferidas, a comida mexicana não consta).
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Se tiver alguma pergunta, é só entrar em contato comigo. Muito obrigada!
Nosso roteiro em San Antonio:
1o dia: Chegando a San Antonio: passeando pela Riverwalk e Hemisfair Park
2o dia: San Antonio dos cowboys e das crianças
3o dia: San Antonio além de downtown: museus, restaurantes e a extensão da Riverwalk
4o dia: San Antonio de trolley: Álamo, Missões, El Mercado e Tower of the Americas
5o dia: San Antonio com crianças: último dia no Briscoe Western Art Museum, Missões e casas históricas
Informações úteis:
Cheesy Janes
Endereço: Address: 4200 Broadway St, San Antonio, TX 78205
Telefone: (210) 826-0800
La Gloria (na Pearl Brewery)
Endereço: 100 E Grayson St, San Antonio, TX 78215
Telefone: (210) 267-9040
Agradecemos ao Embassy Suites San Antonio Riverwalk Downtown e ao The Crockett Hotel pela estadia cortesia e ao Visit San Antonio pelos ingressos para as atrações.
paula says
Lu, tenho uma pergunta off-topic (o post ficou excelente, mas conheço pouco do EUA, então teria pouco a acrescentar). Mas minha duvida é: como suas crianças lidam com as viagens que vcs fazem? Vcs explicam tudo antes, eles encaram “numa boa”, sem aquele papo: “ai mae, não quero ir dessa vez não!”, rsrss. O Eric é pequenininho, talvez ainda não tenha essa noção e opinião formada, mas e a Julia, já expressa alguma vontade contrária ou impaciência? E as aulas, como ficam? Não tem problema com faltas/provas/atividades? Eles demoram a se adaptar a rotina na volta da viagem? Eu, como adulta, mesmo em uma viagem de final de semana, na segunda e na terça, fico toda atrapalhada, rsrs 🙂 Adoraria ler suas impressões de uma mãe viajante 🙂
Luciana Misura says
Paula, a Julia normalmente fica contente quando a gente fala que vai viajar, mas agora que ela está grandinha, ela fica querendo saber detalhes da programação, se vai ter coisa “de criança”, se vai ter que ficar muitas horas no carro, se vamos encontrar alguém da família ou amigos que tenham filhos pequenos pra ela brincar naquele local, essas coisas 😉 Agora ela já “reclama” de algumas dessas coisas. O Eric por enquanto ainda está numas de que a gente fala “vamos passear” e ele já diz que “quero ir pro hotel”, hehehe.
Quanto as aulas, a gente só tem viajado quando a Julia não tem aula, todo feriado escolar e férias a gente sai correndo pra aproveitar. Desde que ela começou a escola em 2012 ela só perdeu 3 dias de aula no total por causa de viagens nossas, dois no ano passado e um este ano. Eles voltam às aulas super tranquilos, a Julia adora a escola e diz que fica com saudade dos amigos, e o Eric também não costuma reclamar não. Beijos!
Paula says
Obrigada pela resposta, Lu!
Pelo visto, eles tiram de letra, melhor que muitos adultos (eu! rsrss).
E Eric, é muito amor <3 hehhehee