Acordamos cedo pra poder dar uma arrumada geral no apartamento e fazer as malas antes de ir embora. O nosso trem (Thalys, de alta velocidade) para Bruxelas estava marcado para 13h saindo da Gare du Nord. O dono do apartamento chegou um pouco depois das 11 da manhã que tínhamos combinado, deu uma olhada rápida e entregamos as chaves, tudo tranquilo.
Saímos com as nossas malas para pegar o RER B (a estação fica literalmente a poucos metros da entrada do prédio) até a Gare du Nord. A viagem foi rápida e simples, a única parte chata foi o elevador da plataforma do RER B até a plataforma dos trens – tinha um elevador só, super lento e pequeno, não cabíamos todos e só para subirmos os 5 com as malas levamos uns bons 30 minutos esperando! Outra bobagenzinha chata foi que o nosso ticket eletrônico do Thalys, que supostamente poderíamos retirar nas máquinas da estação (de acordo com o email que eu recebi deles), tinham na verdade que ser retirados no guichê. Ficamos um bom tempo tentando descobrir como fazer na máquina pra no final das contas ter que gastar um tempo na fila pra fazer a troca do voucher pelos tickets. Compramos um lanche no Paul pra comer no trem no caso da gente não simpatizar com a comida do vagão restaurante. Embarcamos, colocamos as malas no porta bagagem e fomos pros nossos assentos marcados (os assentos todos no Thalys são reservados). A viagem foi rápida (1h22 minutos de Paris a Bruxelas direto) passando por campos verdinhos e floridos. Mas não vi muito, dormi quase o tempo ptodo…
Chegamos em Bruxelas na estação Midi e fomos procurar um táxi pro hotel. Aconteceu aí uma situação muito chata, que foi piorada pela inabilidade dos belgas de se comunicarem adequadamente. Acontece que na Bélgica existe uma lei que todas as pessoas dentro de um táxi tem que ter o seu próprio assento. Incluindo crianças. Ou seja, a Julia não poderia ir no nosso colo como sempre fizemos em Paris ou mesmo nos EUA (crianças não precisam ter seu próprio assento e são isentas da lei da cadeirinha em táxis por aqui). Então nenhum táxi aceitava nos levar. Só que eles NÃO explicavam isso pra gente. Nós lá na fila esperando, todos os táxis passando e levando as pessoas que estavam atrás da gente e fazendo sinal pra gente que não, pra gente esperar outro táxi. Estávamos já morrendo de raiva sem entender nada, aí apareceu um taxista que falou que ia nos levar e nos deu um preço (alto por sinal) perguntando se concordávamos. A gente sacou que tinha alguma coisa estranha e ilegal na história e recusou, mas continuávamos sem saber qual era o problema. Resolvemos sair da fila e ir andando pra ver se conseguíamos pegar um táxi na rua e por sorte vi um táxi grande (uma van) que tinha deixado umas pessoas na estação e sinalizei pra ele parar. Ele nos levou para o nosso hotel, o moderninho colorido Hotel Pantone. Já nos esperando no hotel estava a queridíssima Tereza, que é amiga de blog há anos e mora em Bruxelas, e que seria a nossa guia por um dia. Fizemos o check-in, levamos as malas pro quarto e fomos pra rua começar a explorar a cidade. Detalhe: Julia não queria sair do hotel, ela ficou apaixonada pelo “hotel lindo”.
Estava um dia espetacular de sol e a temperatura super agradável (um ventinho frio batia de vez em quando). As flores da primavera estavam por todo o lado e fomos caminhando do hotel para a Avenida Louise, e de lá até a praça do Petit Sablon, muito lindinha. Julia achou logo um monte de sapinhos nadando no lago. De lá entramos na igreja em frente, a Notre Dame du Sablon, em estilo gótico e com vitrais lindíssimos.
Continuamos a caminhada rumo ao Grand Sablon, onde ficam várias lojas de chocolates maravilhosas. A primeira parada foi na Pierre Marcolini, loja chique, chocolates finos e a maioria amargo ou meio amargo. Provamos alguns, gostei mas não achei um espetáculo, e seguimos em frente. Próxima parada na Leonidas, que tinha um monte de ovinhos de Páscoa pequenininhos com uma infinidade de recheios deliciosos. Demos a volta na praça admirando as vitrines das outras lojas de chocolate já enfeitadas para a Páscoa e tive que parar na Univers du Thé, uma loja especializada em chás fantástica. Adorei o jeito que eles arrumaram os chás, em pequenos potinhos fechados que você podia ver e abrir para cheirar, e todos eles tinham etiquetas com a descrição da mistura e o nível de cafeína. O vendedor entendia muito de chás e batemos o maior papo com ele, ele foi mostrando cada chá raro maravilhoso incluindo um “chá azul” que é um chá verde que é seco com creme de leite e tem um cheiro incrível delicioso. Até um chá Ipanema eles tinham, com pitangas secas misturadas com as folhas de chá. Comprei dois chás diferentes e saí de lá pensando que queria uma loja assim perto de casa…ai ai…
A Tereza foi nos guiando pelas ruas e contando o que sabia dos lugares, passamos pelo Museu Real de Belas Artes, Museu Magritte, até o Palácio do Rei. Paramos numa carrocinha porque a Julia quis comer um waffle e minha nossa, que waffle absolutamente maravilhoso! Sem nada, só um pouquinho de açúcar por cima, mas a massa era deliciosa (esse era um waffle de Liège). Fizemos a volta e caminhamos até a Grand Place. Realmente a Grand Place é linda demais, pena que chegamos já com o sol um pouco mais baixo do que eu gostaria, mas tudo bem. Todos os prédios ao redor são lindos, é impressionante. Ficamos lá um bom tempo admirando cada um, Julia correndo, olhando os quadros que estavam sendo vendidos e fingindo que estava fotografando tudo.
De lá andamos até a estátua do Manequinho, que por acaso neste dia estava sem nenhuma roupinha especial, e como todo mundo fala, é uma estátua pequenininha e não tem muita graça. Pra chegar lá passamos por mais um monte de lojas de chocolate absurdamente lindas e vendedores de waffle. Seguimos atravessando as Galerias Royal Saint Hubert, e mais lojas de chocolate com vitrines lindas (já deu pra ver que essa cidade é o paraíso do chocolate).
No final da Galeria, viramos numa ruazinha estreitinha cheia de restaurantes, rumo ao Chez Leon, que é um dos restaurantes mais tradicionais da cidade. O objetivo era comer os mexilhões belgas famosos e tomar cerveja, claro. Eu bebi uma Tourtel, que é sem alcóol, só pra matar a vontade. 😉 A comida estava OK, com certeza o preço é mais pela fama do lugar do que pela qualidade. Depois do jantar tivemos que parar numa lojinha de waffles pra comer uns waffles caprichados de sobremesa, eu comi um com chocolate e chantilly por cima e o Gabe dividiu um com a Julia cheio de morangos e chantilly. Com certeza os melhores waffles que eu já comi na vida.
Tentamos achar um táxi pra voltar pro hotel mas não demos sorte, não vimos nenhum táxi grande e só apareceu taxista querendo dinheiro por fora pra levar a gente, então fomos de metrô mesmo. A Tereza ficou revoltada com essa história do táxi e conversou com um motorista, que confirmou o que a gente tinha ouvido antes. Ela prometeu que ia investigar se isso era tudo verdade. Fomos entrão pro metrô, que é arrumadinho e limpinho. Não tem catraca, então você não pode esquecer de validar o ticket na hora que entra ou pode tomar uma multa depois. Fizemos uma baldeação, nos despedimos da nossa querida guia Tereza, e depois fomos andando da estação na Avenida Louise para o hotel. Chegamos acabados, e com a sensação que gostaríamos de conhecer melhor Bruxelas. Sempre ouvi de todo mundo que é uma cidade feia, sem graça, mas o nosso dia foi ótimo e queria ter tido tempo de entrar nos museus por exemplo. Acho que o solzão, céu azul e temperatura amena colaboraram com a boa impressão da cidade – e a Tereza, claro!
Dia-a-dia:
– 1o dia – Paris: Chegando em Paris
– 2o dia – Paris: Torre Eiffel e Museu D’Orsay
– 3o dia – Paris: Primavera em Paris
– 4o dia – Paris: Paris com chuva
– 5o dia – Paris: Mudança de planos, Sainte Chapelle e Palais Royal
– 6o dia – Paris: O Mickey fala francês
– 7o dia – Paris: Relaxando no Jardim de Luxemburgo
– 8o dia – Paris/Bruxelas: Au revoir, Paris! Prazer em conhecer, Bruxelas
– 9o dia – Bruges: Um dia em Bruges
– 10o dia – Amsterdam: Chegando em Amsterdam
– 11o dia – Amsterdam/Lisse: Um dia no Keukenhof, o jardim de tulipas
– 12o dia – Amsterdam: Explorando Amsterdam
– 13o dia – Amsterdam/Zaanse Schans: Zaanse Schans, a Holanda dos moinhos
Utilidade: O apartamento em Paris
Sut-Mie | Viajando com Pimpolhos says
Não sou muito chegada em Bruxelas, mas até que vc me deu vontade de voltar… adorei o hotel colorido e todas as experiências gastronômicas com os chocolates.
Tem “Chez Léon” em Paris tb, sempre que vou, dou um pulo para comer “moules-frites”, mistura interessante, da qual gosto muito!
Bisous
@viagempimpolhos
Lelei says
Poxa que chatice que isso aconteceu com os táxis 🙁 Realmente pelo menos um aviso em Inglês no ponto da estação do trem poderia ter né?
E sou do seu time! Acho Bruxelas linda e charmosíssima!
maitê oliveira says
As fotos ficaram lindas…
Bruxelas é charmosíssima…
amei os chocolates…quase pude sentir o gosto…rsrs
obs: o vídeo que seu irmão fez ficou lindo parece um comercial de televisão ele tem muito talento e com uma protagonista como a Julia…perfeito
obs ²:não consegui comentar na postagem anterior ficou dando erro.
beijos
glaucia says
Ola Luciana, estou viajando com voces, maravilhosos lugares! Pelo visto a Julia esta se divertindo!Uma da coisas que achei lindissimas foram as flores que cores, da para quanto e belo este lugar, valeu a espera pelos tichets,e tambem os “relogios Cuco” sou apaixonada por eles, tem um desses na casa de meus pais,nao funciona mas esta la, para recordarmos a infancia.Ha vou ser vovo, estou nas nuvens, e de minha filha Vanessa….Boa viajem a todos!
Tereza (Bruxelas) says
Adorei ! Ainda não tinha visto o que vc escreveu sobre as viagens. Que fotos lindas Lu ! Estava aguardando pra ver aquela do waffle com frutas, sabia que ia ficar linda. Ai, agora deu fome kkkkkk
Norma Texeira says
Estou viajando para Amsterdam/Bruxelas em maio próximo, muito útil suas informações. Já me deu o roteiro.. Em Bruxelas vc deve dificuldades de usar cartão pré-pago ou de crédito? Estou em dúvida. Vc pode me dar um dica? Fico agradecida.
Luciana Misura says
Norma, não uso cartão pré-pago, só de crédito, e foi tranquilo! Vai adorar a viagem 🙂
Sandra says
Ola tudo bem? Adorei seus comentários sobre a sua viagem! Estou querendo fazer esse mesmo roteiro que vc fez, `Paris, Bruges, Bruxelas, Amsterdan, por gentileza me de umas dicas…vc acha que 2 dias para Bruges e 2 para Bruxelas seriam suficientes para conhecer bem essas cidades? Quero curtir as casas de chocolate e tb algum barzinho a noite, beber umas cervejas e apreciar a gastronomia local. Desde já agradeço a sua atenção. Bjs Sandra
Luciana Misura says
Sandra, acho que está bom sim! Que delícia!