Acordamos cedo e já as 7h da manhã estávamos a caminho do Kruger Park. São 5 horas de carro de Johannesburgo até o parque, a estrada é boa e fomos apreciando a paisagem e batendo papo com os três canadenses que também estavam no micro-ônibus com a gente. Infelizmente o tempo não colaborou: céu nublado e temperatura por volta de 20 graus. Vimos muitos morros no caminho cobertos por aloes, que são essas plantas parecidas com bromélias e muito usadas na indústria de cosméticos. A placa de atenção aos hipopótamos não é brincadeira: são animais perigosíssimos e que mais causam vítimas na África. Nessa área, eles podem atravessar a rua, então imaginem o estrago que esses peso-pesados podem causar.
Ficamos em um hotel bem na divisa do parque, o Protea Kruger Gate – do outro lado da cerca fica o rio Sabie, já dentro da reserva, com os animais passeando livremente. A área comum do hotel é bem legal, tudo construído em um deck bem acima do chão, no meio de um super jardim e muito bem integrado a paisagem. Os quartos são simples, bem menos impressionantes do que a área comum, e com certeza estão bem longe das 4-5 estrelas que o hotel proclama. Do deck ao lado da piscina tem-se uma boa vista do rio, e na hora que chegamos, três elefantes estavam por ali – dois leões e leopardos tinham aparecido 10 minutos antes!
Almoçamos e andamos pelos jardins até a hora do nosso primeiro safari no Kruger Park, às 15h. Todos os nossos safaris foram em carros abertos, que são pickups modificadas com três ou mais bancos em diferentes níveis, assim todo mundo tem uma boa visão de tudo que acontece. Eu e Gabe não sabíamos, mas tivemos a sorte de cairmos no carro do melhor guia (o nome dele é Dieter), e o resultado foi muito bom: muitas impalas, kudus, gnus, elefantes, búfalos, girafas, leões, hienas, babuínos, zebras e um rinoceronte! Infelizmente não conseguimos nenhuma foto decente dos búfalos ou babuínos nesse dia. Vimos muitos pássaros lindos também, mas também não conseguimos muitas fotos; invariavelmente eles voavam quando a gente estava prestes a tirar a foto.
A área do parque ainda está bastante seca nessa época do ano – as chuvas só chegam no final da primavera / começo do verão. Algumas árvores já estão verdinhas, mas de um modo geral, a paisagem ainda é de inverno. Muitos rios estão completamente secos, nem sei por quantos passamos, só o leito de areia como lembrança. É impressionante ver como todos os animais e as próprias plantas estão adaptados a esse clima. Outra coisa que nos chamou atenção nesse primeiro dia foi a camuflagem destes animais, como funciona bem! Várias vezes passamos direto por muitos, só então percebendo que ‘alguma coisa se mexeu’ e só então identificando os animais. Até mesmo os elefantes, enormes, quando não estão bem próximos das estradas ou em uma área aberta, são difíceis de enxergar. Como o parque é imenso – 20.000 km quadrados de área, nem imagino quantos bichos estavam a nossa volta mas fomos incapazes de perceber. Os animais não ligam muito para os carros, eles já estão acostumados e sabem que não são ameaçados pelos veículos.
Logo na entrada vimos este elefante arrancando um arbusto inteiro para comer a raiz. Os elefantes mantém o equilíbrio da vegetação, derrubando árvores muito altas que só serviriam de comida para girafas e com isso trazendo a folhagem a altura adequada para a maioria dos animais. As impalas, estas gazelas bonitinhas, estão por todo o parque e sempre tem um grupo perto da estrada. Os Kudus são outro tipo de antílope, com listras verticais no corpo e bem maiores que as impalas – segundo os locais, a carne de Kudu é uma delícia. Os Gnus ou Wildebeests, são relativamente comuns e andam perto das zebras. As Girafas são lindas e se movem delicadamente, sempre prestando atenção nos carros. Andam em grupo de até 10, mas para uma girafa, que enxerga bem longe, a distância entre as demais girafas do grupo pode ser grande – elas se vêem lá de cima, nós não. Vimos os Leões por sorte: notamos muitos carros parados em um certo ponto da estrada e fomos conferir o que eles estavam olhando; chegamos bem a tempo de ver uma leoa passando perto da estrada e entrando na mata, onde sentou no meio de outros dois leões, um deitado a esquerda e o outro sentado a direita. Ficaram lá, quietos, ignorando uns 6 carros de gente ansiosa para vê-los mais de perto. A camuflagem não é impressionante? O pássaro azul é um Burchell Sterling, um irmão mais raro do Cape Starling, que é mais comum e tão lindo quanto. O bichinho parecido com um ferret, comprido, é um mongoose – um bando inteiro atravessou a rua na nossa frente, mas eles são tão pequenos que desaparecem rapidinho no mato.
Às 18h o portão do parque fecha e temos que voltar para o hotel. Fomos direto jantar, o restaurante é a céu aberto, com tochas, lampiões nas mesas e uma fogueira no meio do círculo de mesas como iluminação. Pena que o céu estava encoberto e não vimos as estrelas. O restaurante serve um buffet, com saladas, carnes grelhadas e acompanhamentos. Destaque para a carne de crocodilo que eles serviram, bem gostosa, o sabor é algo entre frango e peixe. Mal terminamos o jantar, fomos para o deck de observação, e avistamos várias ‘sombras’ se movendo do outro lado do rio. No dia seguinte descobrimos que eram búfalos, que passaram a noite por ali. 21h30 e já estávamos sonhando com o safari da manhã.
Roteiro da viagem para a África do Sul:
1o dia: Johannesburgo, Sandton e o Lion Park
2o dia: O fantástico Kruger Park: nosso primeiro safári
3o dia: Segundo dia de safári no Kruger Park: momento emocionante com os leões
4o dia: Último safari no Kruger Park: hipopótamos, rinocerontes e muitas zebras
5o dia: Cidade do Cabo: visitando a Table Mountain e o Victoria & Albert’s Waterfront
6o dia: Cape Peninsula: rumo ao Cabo da Boa Esperança
7o dia: Hermanus: um dia com as baleias
8o dia: Vinícolas de Cape Town
África do Sul: Dicas de viagem
(ao vivo) Lion Park e Kruger Park
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Daniel Santos Silva says
Essas fotos são d+!
cris says
Ola…adorei as coisas que vc escreveu, nao sei se vc pode me ajudar,, sou do Rio de Janeiro -Brasil , e estou pensando em ir para o Kruger Park, na ultima semana de julho, na verdade ainda nem vi se é possível, bem, levarei meu filho de 9 anos…ele é louco pra ir lá…nao sei exatamente, onde ficar, como ir, o que fazer…se vc puder me ajudar..ficaria agradecida.
Desde ja obrigada
Cris.
Vania says
Minha questão é IGUAL!!!!!!!
Viviani says
Olá,
parabéns pelo relato, está fantástico!
Estou começando a pesquisar sobre safaris e ainda tenho muitas dúvidas… Se puder me ajudar com algumas, ficaria muito grata!
O Hotel que vc ficou para fazer o safari fazia parte do pacote da agencia? OU vc tem que fechar o safari com a agencia e o hotel em separado?
Desde já, agradeço a atencao,
Viviani
Cristiane Hollanda says
Olá, Luciana. Também gostaria de saber se você fechou um pacote com o hotel ou com alguma agência, que inclua o transporte desde Jo’burg.
Grata, Cris.
Luciana Misura says
Todas as respostas estão aqui: http://luciana.misura.org/2004/10/31/africa-do-sul-dicas-de-viagem/
fabiana says
Oii boa tarde, estou indo para o Protea agora em agosto, você se lembra o nome do guia que atendeu vocês? obg
Luciana Misura says
Fabiana, o nosso guia se chamava Dieter! Boa viagem!
Mariana says
Oi Luciana, adorei o blog! O translado de Joanesburgo para o Hotel Pretoria e o Guia do safari você contratou direto com o hotel?
Obrigada!
Luciana Misura says
Mariana, todas as respostas estão aqui: http://luciana.misura.org/2004/10/31/africa-do-sul-dicas-de-viagem/