Já tem alguns anos desde que a revista Bon Appetit elegeu o Franklin BBQ o melhor barbecue dos EUA. O New York Times noticiou a guerra dos churrascos de Austin na época, que anda a todo vapor. A revista Texas Monthly BBQ escolheu o Franklin o melhor bbq do Texas (o que pra muitos vale mais do que a escolha da Bon Appetit). E esse pequeno restaurante que começou como um dos food trucks de Austin e passou pra um local “de verdade” faz parte de tudo quanto é lista dos melhores bbqs dos EUA.
É claro que eu estava doida pra ir lá provar, o problema sempre foi um só: a fila. Não dá pra fazer reserva, você tem que entrar na fila, que costuma levar 2 horas ou mais e dá a volta no quarteirão. E pode ser que você chegue lá e venha algum funcionário te avisar que você tem que ir embora porque está atrás do last man standing, que é a última pessoa que vai conseguir comprar porque a carne simplesmente acaba. O restaurante abre as 11 da manhã e o pessoal tem entrado na fila as 8h30! Eu e a minha amiga Bianca aproveitamos que ontem estava um dia frio e de vento, com previsão de neve no final do dia (o que significa quase o apocalipse em Austin), e fomos tentar a sorte. Chegamos um pouco antes das 11h e foi um chute certeiro, a fila estava bem menor que o normal. Ainda assim esperamos 1h45 até chegar a nossa vez, ao som de música country nos alto falantes do restaurante. Fica a dica pra ir quando o tempo estiver bem ruim, se estivesse chovendo seria ainda melhor 😉
O próprio Aaron Franklin ainda prepara as carnes e trabalha no restaurante, cortando as suas criações: brisket, linguiça, costelas, porco e peru. Ele cozinha as carnes lentamente, aproximadamente 15 horas, até que a carne desmanche praticamente sozinha. Pra quem nunca provou o churrasco texano, ele é defumado, e as carnes são normalmente temperadas com sal e pimenta. Alguns restaurantes adicionam outros temperos, e cada um tem o seu molho barbecue secreto. Lugares como o Franklin não servem as carnes no molho, você adiciona depois. Mas pra ser bem sincera: as carnes ali não precisam de molho nenhum!
Quando chegou a minha vez de pedir, não tive dúvidas: um pouco de tudo. Meia libra de brisket, metade fat e metade lean brisket (a carne com gordura e a carne sem), 2 costelas, 3 linguiças, 1/4 de libra de porco, uma salada de batata, um pouco de pão (acompanhamento sempre oferecido) e um ice tea. Total: 37 dólares. Mas a quantidade que eu comprei dariam pra alimentar 4, e eu dividi pra levar casa pra fazer exatamente isso – foi o jantar do Gabe e das crianças mais tarde. Enquanto ele cortava as carnes todas, deu um pedaço de fat brisket pra cada uma experimentar. UAU! A carne derrete na boca, eu comendo e prestando atenção no sabor, ele me perguntando o que eu queria e eu não conseguia nem falar direito porque estava concentrada naquele pedaço do céu.
Sentamos para finalmente experimentar o motivo da fila gigante, cheias de expectativa, ainda mais depois do pedaço de brisket fantástico. Na primeira mordida na costela a gente entendeu – pra começar, a carne já saía sozinha do osso só de pegar a costela. Minhanossasenhora, eu nunca comi nada igual! Não sou fã de costela e normalmente experimento só por curiosidade, mas ESSA costela eu comeria umas 10, sozinha, feliz, e não precisava comer mais nada. Me arrependi amargamente de ter comprado só duas (e uma eu comprei pra levar pro marido, a título de curiosidade). Só a costela vale a fila, fácil. Está num patamar completamente diferente de todas que eu já comi, e olha que eu já fui em um monte de barbecues por aí.
O brisket é maravilhoso, também super macio e saboroso, tanto o fat quanto o lean. Coloquei um pouco de molho só pra provar o molho, mas parei por aí, porque o molho estava estragando a carne. Estava perfeito, não precisava de nada mais. A linguiça, levemente picante, também estava espetacular. Textura perfeita, também passei longe do molho. Uma delícia.
O porco e o peru é que não estavam no mesmo nível do resto, perfeitamente dispensáveis. Eu adoro churrasco de porco também, que é tradicional em muitos estados (no Texas o tradicional é usar a carne de vaca, que é o brisket), mas esse porco estava apenas gostosinho, nada incrível. O peru eu raramente peço, mas a Bianca que adora e costuma pedir sempre em outros lugares falou que realmente tem outros lugares melhores na cidade.
A saladinha de batata (bem boazinha) foi só pra não dizer que a gente só comeu carne, e comi um pedaço do pão também só pra fingir que eu comi uma refeição balanceada, haha. Não dava vontade de comer nada além das carnes.
Como na maioria dos restaurantes de churrasco texanos, eles não tem pratos, servem tudo no papel. Os talheres são descartáveis, também bem padrão. Pra beber tem chá gelado, cervejas locais, e refrigerantes também locais. E pra quem aguentar comer sobremesa, tem tortas variadas. Passei longe das sobremesas, todo o espaço no meu estômago foi ocupado pelas carnes.
O lugar é super simples, o que também já é de se esperar de um local que serve autêntico churrasco texano, sem firulas.
Se você vem a Austin e quer provar o melhor barbecue dos EUA, passa lá no Franklin. Quem sabe até lá ele já ampliou os pits (o tipo de churrasqueira que eles usam aqui) e a carne não vai acabar mais durante o dia (a intenção dele é que a carne dure até a noite).
Franklin Barbecue
Endereço: 900 E. 11th, Austin, TX 78702
Aberto: Terça a domingo, fechado as segundas
Horário: 11 da manhã até acabar a carne, que costuma acontecer por volta de 13h
Aceita cartão de crédito menos Amex (quase um milagre, porque a maioria dos bbqs só aceita dinheiro)
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Luciana Svilpa says
Ai, deu MUITA vontade de estar aí, comendo essa costelinha fantástica. Ficava na fila sem problemas hahaha.
Luciana Misura says
Quando você vier aqui me visitar a gente vai lá 😉
flávia j says
Essa costelinha visualmente me faz lembrar da costela brasileira, por isso deu agua na boca… Infelizmente ñ posso viajar pra Texas, mas no futuro pode ser que sim!
Abraços