A chuva não deu trégua e como não vamos ficar enfurnados no hotel, continuamos a programação de guarda-chuva em punho. Começamos o dia pegando o trem para o sul de Kyoto, uma cidadezinha chamada Inaue, até o templo Fushimi.
O templo fica pertíssimo da estação, você literalmente atravessa a rua e já está no primeiro arco vermelho da entrada. Esse templo é famoso pelos seus milhares de arcos vermelhos, literalmente um túnel de arcos que cobre uma trilha pela floresta que vai subindo o morro (quem viu o filme Memoirs of a Geisha vai lembrar dos arcos). Não subimos nem a metade do caminho, a trilha é enorme (vejam a foto do mapa da trilha, com os arcos subindo o morro)), passa por lagos, templos menores e deve ter uma vista legal lá de cima em um dia de céu azul.
De volta a Kyoto, fomos ao templo Daitokuji, que tem um lindo jardim zen, Daisen-in. Infelizmente não pode tirar fotos no jardim. É um jardim de pedrinhas, já viram esses jardins japoneses de areia que um monte de gente tem em casa ou no trabalho? Então, é que nem um desses em larga escala. São 4 partes, duas de pedrinhas pequenas e combinando pedras maiores, pequenas árvores e arbustos com as pedrinhas pequenas. Tem várias interpretações do jardim, dizendo o que cada área representa, mas ninguém chegou a um acordo sobre o que ele significa – cada um tem a sua visão. Foi no templo Daitokuji que a cerimônia do chá foi aprimorada e se tornou uma arte.
Último templo do dia, fechamos com o templo de ouro, literalmente. Kinkakuji tem o seu exterior revestido de ouro, fica as margens de um lago bem no meio de um jardim japonês lindíssimo. Esse templo foi construído para ser a residência de um poderoso shogun que virou monge aos 37 anos mas que continuou exercendo sua influência na política local. Caminhamos pelo jardim (o interior do templo não é aberto a visitação) e tomamos chá em uma casa de chá do jardim. Eles serviram o tradicional matcha, que é o chá servido na cerimônia do chá e um bolinho de açúcar. Odiei o chá, e olha que eu amo chá, parecia uma vitamina de folhas amargas. O bolinho de açúcar salvou o dia…
Voltamos para a estação Kyoto e escolhemos um restaurante mais bacaninha, um italiano-japonês chamado The Kitchen Salvatore Cuomo. Os pratos, italianos, eram feitos com ingredientes japoneses. Pedimos o menu preço fixo, com entrada, pizza, massa, prato principal, sobremesa e café. Tudo delicioso, do pão italiano quentinho com azeite, a pizza super fininha e com molho de tomate maravilhoso na quantidade certa (que diferença comer uma pizza boa depois das pizzas americanas massudas e pingando molho de tomate), fettucine com aspargos, molho de tomate e lagostim, peixe japonês enrolado em prosciutto com uma flor local e um bolinho levíssimo com chocolate e gelatto de baunilha para completar. Saímos de lá com sorriso de orelha a orelha…
Todos os posts da viagem:
1o dia: Konnichiwa (boa tarde / bom dia)! (Tóquio)
2o dia: Adolescentes, cerejeiras e o guarda-chuva de 250 dólares (Tóquio)
3o dia: Segure o seu chapéu, jornal, picnic… (Tóquio)
4o dia: Isso é Tóquio
5o dia: Muita chuva em Tóquio
6o dia: It’s a small world after all (Disney Tóquio)
7o dia: Nikko, os italianos e os bêbados
8o dia: A caminho de Kyoto | Sayonara Tóquio!
9o dia: Kyoto, cidade das geishas
10o dia: Miyako Odori, uma tradição deslumbrante (Kyoto)
11o dia: Templos até debaixo d’água (da chuva) (Kyoto/Inaue)
12o dia: Nara e seus 1300 anos de história
13o dia: O castelo samurai de Himeji
14o dia: Takayama Matsuri, festival de primavera (mas que frio!) (Takayama)
15o dia: Shirakawa-go, uma vila que parou no tempo
16o dia: Takayama e muita confusão
17o dia: O final da saga
Solange A. says
Oi Luciana, suas fotos do Japão estão espetaculares! Eu conheci a réplica do Kinkakuji do Brasil, que fica em Itapecerica da Serra – SP. Vendo essas fotos, vejo que a réplica do templo de SP é muito parecida; mas há 4 diferenças: para a gente chegar no templo precisamos obrigatoriamente seguir uma trilha chega de degraus que fica no meio de uma reserva florestal (cansativo mas bonito), as paredes da réplica são pintadas de dourado (e não banhados a ouro como no JP), podemos fotografar tudo, e o interior da réplica é aberta ao público.
Há 3 Kinkakujis no mundo, o original no Japão, uma réplica em SP e outra réplica nos EUA que até agora eu não sei aonde fica. Vc saberia me dizer aonde está localizada a réplica nos EUA? Ouvi dizer que fica na California, é só essa informação que possuo.
Beijos
rosilande says
Os templos são lindíssimos, interessante os arcos vermelhos. Fiquei curiosa em saber se aquelas carinhas(gatos???) são pedidos, oferendas??? Você parece uma menininha ultra feliz por realizar seus sonhos, é isso aí, que Deus continue a lhe ajudar a realizar mais e mais e também a ter disposição para nos levar virtualmente junto. Bjs.
Leonardo says
Luciana?
Oi! Meu nome é Leonardo e achei seu blog muito interessante!
Também viajei para alguns lugares que você conhece, e estou colocando as fotos no meu fotolog.
Vamos trocar experiências! (=
Até mais.
luciana says
adorei as fotos que bom que te encontrei ,amo tudo que esta relacionado ao japao!que pais maravilhoso ne ,parabens e obrigada pela oportunidade.
Renato says
Olá, sei que o post é um pouquinho antigo, mas vale a pena perguntar rs, estou pensando em ir para o Japão em Julho, porém tenho receio, pois desde q meu filho nasceu não viajei mais de avião, em Julho ele vai estar com 2 anos, como foi a viagem de avião até o Japão com seu filho pequeno?, ele sofreu mto? abs
Luciana Misura says
Renato, foi bem tranquila a viagem, mas daqui dos EUA pro Japão é a metade do tempo do Brasil pro Japão…fora que o meu filho já estava acostumado com viagens longas de avião, então não foi a primeira experiência dele. De qualquer forma, depende muito do temperamento do seu filho, e se eu fosse você, “quebraria” a viagem – parando no meio do caminho por uns dias, e seguindo viagem depois. Por exemplo, voaria do Brasil pros EUA, ficaria uns dias, e depois dos EUA pro Japão. É menos cansativo…